Parece que foi ontem que sai de casa.
Morando no interior e desconhecendo o mundo.
Cada vez que saia de casa o mundo se revelava.
O mundo era tão grande, tão vasto.
O mundo é grande e vasto, mas quando a gente se aventura nele.
Percebe o quanto é grande e vasto.
Fui embora como uma semente alada.
Por conta de Deus.
Papai e mamãe ficaram tão tristes.
Mas sabiam que era preciso que seu filho fosse além.
Papai tinha ido além.
Papai foi no escuro, aventurar um trabalho.
Eu estava indo para a faculdade.
Foi duro sair de casa.
Foi dura minha partida.
As partidas tem essa áurea.
Um misto de saudade com um misto de curiosidade.
Será que a morte é assim.
A gente deixa um universo conhecido e vai para um universo desconhecido.
A gente é nesse momento como o tempo e espaço.
A gente é como conhecido e desconhecido.
O tempo vai revelando.
O espaço vai revelando.
A gente experimentando.
A quem fica existe o vazio.
A quem vai existe o novo o curioso.
O desenrolar.
Foi em agosto que fui para longe de casa.
Hoje, faz um ano e sete meses que papai foi embora de casa.
Foi embora da terra.
Papai encontrou a eternidade, o descanso eterno.
Fica a memória dos momentos compartilhados.
De tudo fica uma aprendizagem.
A partida dói muito, mas é inevitável.
Cada um tem que partir.
Cada um tem que viver a experiência.
É o resumo da vida.
Algo grande acontece com a partida.
A evolução.
Eu evolui... tantas coisas se revelaram.
Papai certamente bom que era está num plano maravilhoso.
Papai... te amo.
Esse é meu resumo.