quarta-feira, 18 de agosto de 2021

19. Relações

 Ah!

Consciência que me atormenta,

Com essa dura realidade das coisas,

Ah, a experiência,

Pode ser boa e ruim.

Depende.

Tudo vivido dar um ar de sabido,

Mas será isso mesmo?

Será que percebemos todos os acidentes,

Será o necessário mais importante que o contingente?

Relações...

terça-feira, 17 de agosto de 2021

20. Concerto Rachmaninoff

 Penso que o tempo está passando.

Sei que não para.

Sei que é como uma seta em direção a um alvo.

Mesmo assim, não controlo os meus impulsos que me fazem sentir desconforto.

Agora, sento para ouvir Rachmaninoff.

Piano Concerto no.2 op.18 - Anna Fedorova

A tarde até cai mais calma.

Até posso contemplar um pouco a vida,

Sem ansiedade e sem pressa.

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

18. Neruda me ensina

 Ler é uma das coisas mais sublimes em minha vida.

Ler me informa, me inspira, me sublima.

Li tantas coisas nessa vida.

Desde poesia a prosa, de crônica a romance, de ciência a religião.

Leio poesia...

Gosto de Neruda, entre tantos poetas

Gosto de Neruda por sua poesia fotográfica.

Gosto de imaginar uma realidade escrita.

A imaginação é uma variável torta da realidade.

Lendo Neruda, parece em minha mente o México que conheci.

Será o castelhando? Serão os pinus? Será o frio?

Conheço a fama de Octávio Paz, mas nunca o li.

Vi seu discurso para o Nobel.

Não sei porque, mas algo me sentir tão real as noites de Pablo quando infante.

Suas memórias são tão inebriantes.

Tem algo nos textos que me embebedam...

Alguns livros nunca os esqueci.

Tornaram-se atemporal.

A chuva de Macondo.

A morte de Baleia.

Os cortiços de Aluízio.

É assim, a leitura mexe com minha imaginação.

Quando cheguei em São Paulo em 2007.

Mamãe passou um ano conosco...

Comecei a ler naquele ano muito frio Nietzsche...

Li também Spinosa.

Nada haver.

Lembro que quando fui visitar Rosangela na maternidade em Santo Amaro.

Vi aquele bebê, Alessandra.

Só vi um bebê.

Achei a vida tão dura.

Lembro que havia chovido que o cão estava molhado.

Sai da maternidade, passei num sebo e comprei um volume de história dos pensadores de David Hume o qual nunca li.

Ser bibliófilo é isso.

Agora meu coração tá pequeno.

Saudades de papai.

Fecho o texto.

17. A tarde

 A tarde caia ensolarada,

No horizonte os raios dourados se espalhavam refletindo tudo com tamanha beleza aurianta.

Saímos a caminhar na rua engembrada das Três Ruas.

Fomos no fim ou no início dependo do referencial.

Na volta num cruzamento encontramos o nosso professor da academia, Ivan.

Conversamos um pouco e então tivemos uma triste notícia.

Soubemos que nossa colega Das Neves havia falecido.

Ficamos inertes.

Enquanto isso Vinícius dormia sossegadamente.

Dona Neves logo ela que tomava todos os cuidados.

Era uma pessoa muito alto astral.

Que se cuidava, fazia academia, hidroginástica...

Quantas vezes não levava um cafezinho para uma comemoração.

Pois é ficamos impressionados.

Que dó.

Voltamos a caminhar.

Vinícius nem acordou.

E a tarde caiu e a noite surgiu.

domingo, 15 de agosto de 2021

17. Lição de vida

 À tarde de domingo é sempre mais saudosa.

Há muito tempo que não vejo televisão.

Então por acaso enquanto fazia uma transferência de fotos para o celular,

E aguardava o movimento cessar.

Sobre a mesa descansava o livro de Neruda,

Memória da Isla Negra,

Então, peguei-o e abri bem onde havia parado de ler.

O poema que li foi "Aquela luz".

Um deslumbrante poema.

Deu para sentir o movimento do sentimento ai cristalizado em palavras.

E pensei quão vivo e eterno foi aquele momento publicado em 1964.

Aquelas linhas engendradas,

Pensadas e escritas a tanto tempo, porém tão vivas palavras.

Ultrapassou tanto tempo o meu tempo de existência...

Então nesta tarde, por acaso que magnífico...

Pelas palavras revivi um momento que nunca vivi,

Mas é como se fosse um dejavour.

Sei lá meus domingos já foram felizes,

Muito felizes,

Depois obscureceram e tiveram uma cortina de uma missa no final.

Agora melhorou, pois renovei no filho que nasceu a sete meses.

Assim a vida dando lições.

16. Particularidade vespertina

 A tarde e suas particularidades,

Como uma batata que sai da panela quente ardendo,

E aos vai esfriando com o tempo.

Tem um momento que o morno da tarde é até gostoso,

Um morno silêncio que um um silvo ecoa no espaço tempo.

Uma das particularidades da tarde é muito subjetiva,

O sabor do fim,

A esperança do amanhã,

O sabor do sucesso...

O sabor do fim de uma etapa ou o início de um turno.

Gosto muito de particularidades vespertina,

Principalmente quando o crepúsculo aparece.

E consigo perceber que desapareceu.

15. O elemento vida

 Ultimamente tenho pensado tanto na vida.

A morte de entes próximos me fizeram pensar ainda mais.

Não é fácil entender que alguém tem um fim.

Que perde tudo até a autonomia e desaparece na eternidade.

Podemos está muito próximo deste momento também.

Sinto uma saudade descomunal de papai.

Sua partida deixou uma marca profunda no meu ser.

Por outro lado nasceu meu filho.

Fato que deu um peso muito grande na existência.

Descobri um amor que jamais havia sentido.

Um amor partiu e o outro chegou...

A vida é isto?

Movimento.

Fluxo...

Não encontrei uma definição para a vida.

sábado, 14 de agosto de 2021

14. Reminiscências paternas.

Está presença de papai havia uma áurea de paz.
Ele gostava de conversar e rir.
Papai tinha tantas estórias boas.
Suas estórias geralmente vinham de seus amigos.
Hélio de Chico Franco e Evandro de Antônio de Chiquin do Canto.
As vezes quando estávamos só nós.
Ele lembrava de uma estória.
Antes de rir ele dava aquele riso.
A gente só ouvia o som do seu riso.
Era uma descarga cerebral fabulosa que expressava a comicidade da coisa.
Ai ele contava a piada rindo.
E a gente rolava de ri.
Sabe o Chaves que a gente mesmo sabendo que a piada está pronta, mesmo assim a gente ria.
Com papai era assim.
Já por fim seu parceiro de conversa era Toin.
Mas passaram por muitos.
Joazin,
Canindé,
Hélio,
Dezu...
Assim fomos tecendo nossas vidas.
Na minha mente éramos eternos
E viveríamos rindo por toda a vida.
Agora à tarde pai veio me visitar na minha mente.
Apesar de está sempre comido,
Mas sem o peso de sua partida,
Com o sabor de uma longa vida vivida.
Tem estórias que não podem ser contadas, pois os personagens ainda vive.
Mas que dizer!

O e tá minha donaaaaa! Eu não sabiaa... 
Nos fazia rir com um vixxxx de mamãe mangando de nós.

Ou na hora do almoço a gente brincava dizendo....

O saborrrrr de carne de porco não tem igual.

Ou o traga-me um bifeee...

A gente tinha nossas histórias e jargões revelados até mesmo por um par de 44.

Foram tantos os bons momentos.

Que adoro ficar só lembrando...
Como agora...

Apesar da família toda...
Papai era algo muito peculiar a nosso núcleo familiar.
Mamãe e filhos.
Ele conseguiu construir essa relação ao longo de nossas vidas.

12. Gotas de tempo

 Estava eu contemplando um arbusto de algodão-de-seda.

Pensando que lindo indivíduo, que folhas sadias e vistosas.

Na inflorescência vi uma lagarta comendo botões e partes das flores.

Pensei quão efêmeras são as flores e ainda por cima esta lagarta as devora com tanta gana.

Meu pensamento foi além, logo aquela lagarta se transformará numa borboleta e passará a consumir néctar e se reproduzir pondo ovos em outra planta.

Estava eu sentado numa rocha que por certo poderia aquele ente pensar.

Pobre ser humano de vida efêmera, logo será consumido pela terra.

Enquanto, descanso na minha eternidade.

Platão já afirmava que o tempo é o reflexo da eternidade.

Tempo pode ser uma escala para nos posicionarmos em nossa existência.

Tempo contado numa ampulheta  com grãos já caídos referentes ao passado,

Grãos por cair referente ao futuro,

E grão que caem referentes ao presente.

Então se trata de um fluxo com um sentido.

Talvez se trate apenas de uma escala subjetiva...

Talvez nunca encontremos uma definição, um conceito... um ponto para se fixar.

Como dizia o poeta Vinícius é eterno enquanto dura.

A eternidade está no presente.

Ou são apenas elucubrações deste que escreve e só sabe que nada sabe.


sexta-feira, 13 de agosto de 2021

13. Palavras

 Encontrei nas letras uma nova forma de existir.

Encontrei na palavra uma força para reagir.

Como foi marcante aprender a ler,

Como foi importante as primeiras frases que li num livro de Gandhi encontrado num baú antigo.

As tardes longas e tediosas de minha juventude me fizeram ocupar meu tempo com as palavras.

Livros velhos que conversavam comigo, me diziam quão era o mundo além do meu entorno.

Encontrei algo da minha existência nos pequenos contos dos livros de português.

Minha criação é de longa data, tem mais tempo que minha consciência.

Os anos muito me ensinaram,

Assim como os professores e assim fui me reinventando.

Assim chego a ser quem sou e que gosto de ser.

Mas ainda tenho na memória a textura do papel de frases belas de Chico Xavier,

Tenho na memória a oração cantada de São Francisco,

Tenho na memória o Padre Nosso e a Avemaria ensinados por mamãe.

Palavras que carregam informações, valores, sabedorias.

Tudo se passando em minha mente ultimamente.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh