segunda-feira, 22 de junho de 2020

61. Continuo

Os dias passam todos iguais,
Sem diferença,
Só o que muda é o calendário,
Pela manhã caminhada,
E trabalho no computador,
Parada para o almoço e descanso,
A tarde continuação da manhã,
Até o fim da tarde quando o sol dobra o poente.
À noite é para descansar,
E tudo continua,

domingo, 21 de junho de 2020

60. Momento

As flores são efêmeras,
Nem por isso deixam de serem belas,
Muito menos de serem perfumadas,
Nem menos ainda de serem ternas,
O destino de uma flor é ser uma flor,
E no final de uma flor quase sempre há um fruto,
E tudo continua se reproduzindo,
E continuando a ser...
Somos apenas um momento de um ciclo.

59. Matéria

Logo mais tudo será diferente,
Agora tenho minha paz,
Agora me sinto sublime,
Pela música de Mahler,
Até o momento seguinte,
Que aprendi a temer,
Já não existem surpresas sublimes.
Nem sei qual é a matéria para isso.

58. Sublime sinfonia

Meu peito se enche de paz,
Com a quinta sinfonia de Gustav Mahler,
Pois me sinto preso a realidade das coisas como estas são objetivamente,
O céu profundo,
O vento fresco,
A matéria com suas forma, suas peculiaridades
Que me permitem conhecê-las em realidade.
A água que ingiro,
O cheiro das coisas,
Sua dureza ou maciez,
Que melodia fina,
É preciso saber fazer e sentir o que faz para apurar tamanha beleza,
Essa obra que parece que já fui e não existo,
Que sou apenas um espírito vendo o mundo de maneira angelical.
Sentir o que estou ouvindo é sublime...

57. Fumaça

Estar no presente,
Longe do passado,
Está aqui,
Está em qualquer lugar,
Próximo ou distante do imaginário.
Sei lá o que preenche o nosso ser?
O que preenche nossa existência?
Oras as coisas parecem vazias de sentido,
Oras parecem cheia de tudo,
Dança meu pensamento,
Feito som de violino,
Se enovelando e desenovelando,
Feito fumaça de incenso,
Essa existência despropositada,
E nós a todo tempo buscando um sentido,
Será que nos perdemos nesta busca?

56. Junho

O sol suave de junho,
O vento frouxo soprando o dia inteiro,
Os papacebos cantando,
Os capins amadurecendo,
Os cabeças de velho florescendo,
As jitiranas se enovelando cobertas de flores,
As pinhas maduras,
Os catolés com vivas folhas,
Estas são minhas paisagens favoritas
Do lugar onde cresci,
Tudo isso para mim é o mais belo enigma de Deus e da vida.
Vida que se reproduz,
Que é antes de tudo bela
Em uma de suas singularidades,
Quase tudo que é belo é passageiro.
Como é o mês de junho.

sábado, 20 de junho de 2020

55. Vento

O vento sopra animado neste sábado.
Vai por ai assanhando cortinas, perturbando fogo,
E ampliando a sensação de frio.
Com este céu azul de nuvens frouxas,
Que falta faz não poder ir a praia ver o mar.
A amplidão do horizonte,
A areia quente,
A água salgada,
O povo indo e vindo.
Como é a vida.

54. Lenguas

Gosto dos poetas de língua espanhola
Como Neruda, Borges e Galeano.
Sei que há todo um universo,
Mas que desconheço pode ser que seja a língua ou a distância.
Todavia a língua castelhana é maravilhosa,
O som e toda sua composição me permitem ampliar meu universo e me permitem ainda
Conhecer histórias e lugares e pessoas e uma pluralidade fantástica.
O inglês é uma língua muito difícil, pois há nuances que não permite que entenda o sentido exato das coisas, acho muito difícil ler qualquer poeta no original.
O esforço com o inglês é descomunal,
Acho que faria uma leitura melhor se pudesse viver na Inglaterra, mas aqui estou
Sem conhecer Black e Host e Turner.
Ao menos queria a Cup  of tea with milk.

53. Universo

Bem que gosto de ler, não na verdade amo a leitura.
Leitura que me faz pensar, refletir, entender e aprender.
Algumas leituras são muito mais do que isto,
Pois me permitem ver o mundo como não vi,
Sentir, ouvir e existir como alguém diferente.
Nietzsche faz isso comigo.
Algumas leituras são alucinantes, de tamanha inteligência como quando leio Borges.
Admiro Gandhi sob o espectro da leitura e sei que há quem o julgue de forma distinta.
Está realidade objetiva não está disponível a mim. E nem sei se queria subjetivá-la.
Agora me vem a mente as ervas e as árvores e solo ordenado pela chuva. Está realidade é minha e conheço bem.
Minha realidade sempre foi muito simples sem flores pluripétalas, sem frutos suculentos, mas é uma realidade contingente.
A leitura que faço do mundo me permite ampliar e expandir este universo objetivo,
Mostrando que está singularidade faz parte de uma pluralidade que é o mundo.
Aprendi vivendo e acreditando em idéias e sonhos e na realidade contingente.

sexta-feira, 19 de junho de 2020

52. Quarentena

Hoje, 19/06 completa três meses de quarentena.
Três meses sem sair de casa para trabalhar, socializar ou ir lá pra mamãe.
Três meses de muito trabalho, amplo trabalho no computador.
Artigos e livros confeccionados.
Minha coluna dolorida do desconforto de minha cadeira.
Três meses sem cortar o cabelo,
Se bem me lembro só aconteceu uma vez quando estava fora no sanduíche.
Três meses sei ir a mata,
Onde fui apenas duas vezes na universidade.
Não me lembro disso me acontecendo nos últimos 19 anos.
Três meses só com Dayane em casa,
Assim um cuidando do outro.
A quarentena veio para nos ensinar
A viver de uma maneira diferente.
Estamos todos vivendo uma experiência ímpar.
E tendo a pior política da história.
Sobreviveremos se Deus, Buda, Ala, Shiva permitirem.
É isso, uma grande momento,
De resistência para uns e de final para outros.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh