quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Perspectivas

Quando acordei na madrugada o céu estava tão lindo.
Vi um céu limpo sem nuvens com estrelas brilhando feito minerais de águas marinhas.
A lua crescente prateada alumiava as sombras da noite.
No nascente a barra vinha quebrando.
E a cada passo se seguia na rua, simplesmente as coisas começavam a acontecer e os primeiros desfechos do dia se fazia.
Nestes momentos a gente pensa na vida, na existência, nos momentos.
Nos extremos do dia sempre ficamos pensativos.
Nesses momentos, pensamos na realidade, na imaginação.
E alguma coisa começa a se construir ou terminarem.
Perspectivas... perspectivas...

Mundo

O mundo está ai.
O mundo é tudo.
Meu mundo é abundante em flores,
Em coisas que simpatizamos.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Mistério


No serrote, a caatinga seca e cinza deixava grandes rochas a amostra.
O capim dourado quando seco preenchia os lugares abertos daquela paisagem.
Sentado na calçada da escola à sombra da algaroba a gente contemplava aquela paisagem intrincada e árida.
Estávamos na depressão das vertentes envolvidos de serras e serrotes.
Aquela paisagem parecia cercar nossas existências.
Só hoje sei que o que cerca nossa existência é o nosso corpo.
Aquele chão de solo seco, arenoso e pedregoso que a muito é substrato de ervas, arbustos e arvoretas.
Que mistério que se encerra aquele serrote?
As madrugadas frias e estreladas.
As tardes quentes e douradas.
O meio dia ardente.
O vento seco trazendo o cheiro e o pó do curral.
E o que foi tudo isso?
Tudo que consegui entender
E tudo que permanece oculto.
As imagens em minha mente
Como uma luz a pulsar vir e ir.
Mistério divino.

domingo, 18 de agosto de 2019

Relações

Uma rocha, o solo, a vegetação, o canto das aves, a luz do sol, o vento e a sombra.
Nós indivíduos que percebemos o externo através dos sentidos precisamos nos baseamos no espaço, no tempo e na matéria. Tudo aquilo que conhecemos está conectado com o universo que nos envolve ou poderemos ir além através de meios de comunicação. Todavia efetivamente é a nossa experiência que nos marca mais intensamente.
Conhecemos uma rocha pela sua dureza e forma anômala.
Conhecemos o solo por ser um substrato e muitas vezes necessitamos conhecê-lo ainda melhor para o plantio de nossos alimentos.
Conhecemos a vegetação pelo verde? pelos espinhos ou pela lenha ou nem por isso.
Conhecemos o canto das aves por sua beleza ou estranheza.
Conhecemos a luz do sol por sua presença diária e eterna.
Conhecemos e gostamos do vento porque ameniza o calor.
Conhecemos a sobra pela sensação de proteção.
Uma rocha, o solo, a vegetação, o canto das aves, a luz do sol, o vento e a sombra.
Como tudo pode está tão ligado e tão distante?
Da rocha se origina o solo.
Do solo cresce e se desenvolve os vegetais.
Na vegetação as aves habitam.
Pela luz do sol os vegetais produzem seus alimentos.
O vento que sopra e as aves que cantam polinizam os vegetais,
Sob a sombra das árvores descansam e cantam os vegetais.
Tudo que podemos encontrar neste universo se dar através as relações.
Somos nós quem podemos entendê-las e preservá-las.
Caso contrário tudo se seguirá sozinho com ou sem nós.

terça-feira, 13 de agosto de 2019

Imaginação

A manhã da terça-feira descambava para o meio dia. O sol acabara de desocupar a cozinha. O feijão saltava na panela e já estava quase cozido no fogão de lenha onde lascas de angico se reduzia a brasa, cinza, fogo e calor. Na chaleira descansada na chapa o café ainda estava quentinho. Sentada na borda do fogão vô Chiquinha tomava um café enquanto olhava para a chapada onde brilhava o verde dos pau-d'oleos. Em que pensava? Na sala, depois da anti-sala com o altar onde um vento frio soprava vovô Chico estava sentado em frente as paredes brancas, portas azuis entre imagens sagradas. Através da janela e da porta podia ver a barreira feita de barro vermelho. No alto da idade o que estava pensando. Vez por outra ouvia-se um grito ou via-se alguém passar.
- "Chico".
- Venha almoçar.
Na cozinha um golinho cantava.
O que acontecia mundo a fora?
Na casa de seus filhos e netos.
Então, entrou na cozinha onde sobre uma esteira estava a panela de feijão, a cuia de farinha, a panela de arroz, a frigideira com a mistura.
Bebeu o caldo do feijão, depois colocou farinha e misturou com o feijão, então colocou arroz e a mistura.
Comeram juntos, felizes pela companhia um do outro como se fossem eternos. Naquele momento, eram eternos uma realidade para si.
Então a tarde caiu.

sábado, 10 de agosto de 2019

Tentar

Há tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo e não temos domínio sobre nenhuma ou nada. Basta apenas pensar já nos angustiamos.
Nosso mundo e nossas representações.
Mamãe me escreveu, cedo, angustiada com voz de choro, dizendo que não consegue nem andar fora de casa que já sente cansada. Instantaneamente senti um nó no estômago.
Como lidar com isso?
A idade chega e trás consigo as debilidades do corpo. Daí um dia descobrimos que envelhecemos.
A gente sente pânico, medo, pavor, mas vamos nos acostumando.
O que não tem remédio remediado está.
Paro, penso em tudo que acredito como ciência, religião, pragmatismo, literatura e tantas coisas mais.
Penso no que cultivo como limpeza, leitura, conforto, saber...
Tudo que somado constitui o meu conhecimento e compreende aquilo que sou.
Então percebo que não sou nada.
Temo certeza que sou,
Um vento que passa,
Uma onda que quebra na praia, 
Um pássaro em canto,
Um cochilo de um animal satisfeito,
Uma noite plenilúnea,
Um poema,
Uma erva no deserto,
Uma vida que vive.
Nós nos remexemos,
Nos viramos,
Lutamos e relutamos
Para esquecer a morte,
Para não ter um ponto final,
Pois o fim é o fim...
O fim é uma incógnita,
E nós temos pavor do desconhecido,
Mas não temos como evitar,
Cada coisa a seu tempo.
Gostaria de não sofrer,
Mas não há vida sem sofrimento,
Mas não há vida sem sentimento,
Cedo ou tarde a gente se vai,
Todos se vão,
Sabendo disso nós, nos movemos na teia da vida,
E buscamos um sentido no que fazemos,
E tentamos,
E tentamos,
E continuamos porque esse é o sentido da vida.

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Encontre o caminho

O tempo,
Pensamento ou ideia recorrente em minha mente.
Início, meio e fim.
Penso na memória que as coisas podem nos dar.
Coisas com história,
Coisas como sujeito,
E o tempo marcando sua duração,
Diferente dos minerais,
A vida não tem tempo eterno,
Não temos tantos minerais
Quanto os reais minerais,
Temos traços de ferro, cálcio, potássio...
Não não somos rochas,
Parece que o tempo tem duração maior
ou tem uma relação diretamente proporcional a densidade de minerais.
Sabe lá,
Que coisa pode ser mais bela que um diamante,
Ou uma ametista, ou um corindum, ou uma olivina?
Ah, os minerais nos encantam tanto,
Pela beleza?
Ou seria inveja de sua beleza e eternidade.
As vezes a beleza de um mineral é advinda da cor de outros minerais,
Traços de alumínio e magnésio em silicatos por exemplo.
Não sei por que penso nessas coisas.
Poderia pensar em Borges, Pessoa, Bentham, Kant, Jesus...
Talvez seja porque estou buscando encontrar o meu caminho.
E o tempo é curto,
Talvez, consiga me encontrar,
Mas talvez a vida seja algo eternamente errante,
Onde todos partiram sem se encontrar,
E tudo não passa de uma ilusão
Ou quiçá um sonho.

segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Última tragédia

Cai à tarde,
Após mais um dia
À tarde que parte esfria
Como um corpo que perdeu a vida,
Que acontecerá a noite?
Que propriedade temos nós do tempo e dos lugares?
Que propriedades podemos ter de algo?
Que podemos ter além de nossas ideias?
Penso que não podemos ter nada,
Penso que não somos nada,
Como nuvens que a passar voam no céu
E o que são as nuvens?
Como uma flor que desabrochou e murchou
O que a flor?
Cai a tarde,
Penso que será do amanhã?
Que pensamento mesquinho,
Se penso todos os dias,
Que devo fazer além de dar graça?
Um dia todos nós atingiremos a tragédia última.

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Por acaso tarde

À tarde caiu,
Sol que muito brilhou se ocultou entre nuvens,
Um bem-ti-vi canta em algum lugar na mata.
Olho o computador me viro olho através da janela.
Atento-me então para o som e ouço o bem-ti-vi,
E o ventilador velho funcionando.
A sala ainda tá fria do ar.
O cansaço me alcançou.

Essa incógnita que é a vida, os momentos, o agora.
Chego a ter medo.

Que será desvelado?

Que interrogação angustiante.

Vejo então imagens de memória do passado.

Uma tarde em Campinas entre os anos 2008-2012.

A poeira vermelha das tardes quentes e áridas,
Ou o solo argiloso úmido,
As árvores de guapuruvu, sibipiruna, tipuana...

É!
Estou meio perdido como sempre estive.
Mas feliz,
Pela generosidade da vida.
Nada mais.

Cotidiano

Nós sempre marginalizamos o cotidiano.
Manhãs de chuva ou ensolarada,
Tomar um café acompanhado,
Sair para trabalhar ou voltar do trabalho,
Conhecer as ruas que servem de via,
Uma ave voando ou cantando no amanhecer ou a qualquer hora.
É!
Não percebemos a dimensão destas coisas em nossas vidas.
Estamos tão ligados em nossos objetivos,
E todo o mundo nos pedem tanto foco que acabamos desfocando da vida.

É no dia-dia que somos, existimos, agimos, trabalhamos e nos tornamos o projetamos para nossa vida.
A consciência é tardia,
Então não há nada a ser feito,
Senão buscamos um meio termo.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh