sábado, 5 de março de 2022

A chuva

 A chuva quando chove é tão bonito.

Pingo a pingo vai molhando o chão,

Amolecendo o barro e o torrão,

E água se dar na terra se acumula,

Tomando qualquer forma que a desejar,

Aos poucos vai brotando nos ramos,

Vai moldando gemas formando folhas e flores,

A semente faz germinar da potencia aristotélica, um ato se transformar,

E o embrião adormecido a vida acordar.

A chuva tão amada por meus avós por meus pais e por mim e por todos nós.

Água é fonte de vida.

A chuva é fonte de água,

Que maravilha perceber a beleza da chuva.

Entender a importância da chuva.

A gente precisa da chuva pra plantar o que comer.

Feijão, milho, abóbora, melancia e tantas frutas peculiares.

Que nos alimenta e nos sustenta.

Papai amava a chuva, morria de medo do trovão e do relâmpago.

Mamãe se divertia com o medo de papai.

Tempo bom aquele.

Nas chuvas da tarde a gente se abraçava 

Com o olhar.

A gente se banhava na bica,

Se secava junto ao fogão

Enquanto o Xerém borbulhava cozinhando,

Papai num tamborete bem sentado

Contava alguma graça.

A gente contente, feliz com a água em abundância escorrendo da bica,

Baldes, potes e tanque cheio,

A cisterna cheia.

O ronco barulhento do trovão,

O flash do relâmpago...

A chuva demorada até a noitinha,

Papai saia para o curral engurujado feito frango molhado,

Ia alimentar o gado.

A galinha com os pontos sob as asas dormia na casa velha, na área pequena da cozinha

Se virava como podia dog o cachorro de longa data.

Após a chuva cantavam os cururus.

A noite silenciosa chegava,

A gente se alimentava,

Na cama amada sob cobertas de algodão

Se esquentava,

Mamãe nos enrolava e mandava a gente rezar.

A a chuva chovia a noite inteira.

Parece um sonho de inverno...

Será a vida um longo sonho?

Será a chuva um despertar?



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