terça-feira, 29 de novembro de 2016

Reminiscência da infância

Ah! os anos, o tempo vivido.
Pigarro seco.
A luz da manhã atravessando as frestas da porta.
A lenha ardendo em brasa cozendo o feijão,
ma última boca do fogão de lenha um alguidá de leite.
Vovó caminha a passos lentos, quase se arrasta para dar conta da manhã,
A pouca água trazida nas ancoretas são usadas para lavar os pratos da janta.
Vovó  levanta, passa a mão na cara,
Alisa o cavanhaque alvo, pega o óculos e põe no rosto.
Levanta com sacrifício e vai até a sala do meio onde a porta já está aberta.
Vovó traz o café preto e uma tapioca na manteiga.
Chegamos cedinho e mamãe ajuda vovó.
Para mim que era novo aquilo era uma prisão ociosa,
Não entendia de envelhecer,
Mas mamãe entendia tudo me levava junto.
Bom e a manhã passava.
Ouvia as conversas e não entendia nada ou não me interessava.
Via aquelas pessoas que ali apareciam,
E tudo parecia sem magia, eterno.
Não tinha consciência de nada, além daquilo que queria, ou imaginava ser o certo...
E conservava o silêncio, a falta do que falar que ainda levo quando não vejo sentido nas coisas.
A  manhã passava... e nem imaginava que a minha vida também passava.

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