segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Infância

A alguns anos atrás morava numa num sítio de uma cidade pequena. Esse sítio chamava-se Serrinha do Canto era povoado da cidade de Serrinha dos Pintos no RN. A vida no sítio era muito calma e pacata. A maior parte do tempo não tinha muito o que que fazer, senão ajudar meu pai na roça que era raro e por água em casa, quando muito tirar comer para o gado. Meu pai nunca explorou muito nossa mão de obra, dava prioridade aos estudos. Sabia que era muito importante. Adorava mesmo era viver o inútil do ser. Ficar acordado durante a tarde pra poder comer doce as escondidas, fazer ponche de limão enquanto mamãe dormia. Meu irmão aprendeu a fazer até doce de leite. E ficava sem fazer nada à toa. As vezes, observava as formigas trabalharem, as abelhas polinizarem as flores ou simplesmente ficava vagando. E ficava imaginando coisas, esperando sempre que algo de bom acontecesse e sempre acontecia. Primeiro vinha o inverno e coloria todo o mato seco de verde, enchia as plantas de flores e frutos. Hum como eram doces as goiabas e as melancias verde por fora e vermelhas por dentro, os melões, as suculentas annonas (pinhas), e no fim as cajarandas. Essas frutas amarelas maravilhosa com sabor acridoce caim no chão feito lama e perfumava tudo em sua volta. Mais tarde quando o inverno acabava era época da colheita,  e em seguida vinha a época do caju. Gostava tanto de caju que meu amigo me apelidou de caju. Vivia sob os cajueiros feito bacurim, rasgando e deliciando os suculentos pseudofrutos. Acabava a safra e tava todo mundo gordo. Minha felicidade estava muito ligada a fartura de comida. Vida boa, vida atoa.

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Gogh

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