quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Tédio

Perdido no túnel,
na concha do tempo,
perdido em vã pensamento.
Vejo o mundo vazio,
vejo o mundo frio,
coisas, sentimentos,
paisagens. Vivo estou,
vivo sou, ago, faço,
posso dar ar a matéria,
gerar a vida,
mas de que adianta,
o que me adianta,
se o meu mundo é só meu,
como distribuir o meu mundo?
Se nem tudo me agrada,
se parece que a vida para,
se atravesso o tempo,
rompendo o tédio da existência,
se nem todo mundo tem
o brilho de criar,
canaliza sua vida
aos desejos.
E o brilho do criar!
Vejo o céu azul,
bordado de nuvens,
claro pelo sol.
Vejo o céu pintado de estrelas,
vejo a noite recolher
toda a luz e derramar
seu escuro lado
ao todo...
E o tédio me domina,
por só querer o que me agrada,
maldita alma,
fugir da física
é muito difícil,
renegar a natureza
é um sacrifício,
por isso passa o tempo,
derrama-se o tédio
em minha mente,
em minha frente,
resta apenas contemplar
a dor, a existência,
pois sem ação,
sou matéria inerte,
cozinho os pensamentos,
as ideias,
chacoalho a mente,
planto novas ideias,
desejo novos mundos,
e só os encontro dentro de mim,
é hora de mudar,
metamorfosear,
pois o tempo passa,
a matéria é a mesma
senão a moldarmos.

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