terça-feira, 22 de abril de 2025

Retalho

 O sol desperta a manhã. A paisagem verde vai perdendo o tom azulado se tornando amarelado.

O som do sino, do bem-ti-vi, dos sanhaçus marcaram a páscoa.

Chegamos cá em casa quarta feira 17.4.25.

E ficamos de boa, fomos a matinha, fomos ao curral e ao chiqueiro.

Sexta feira jejuamos.

Desenhamos muito.

Passeamos.

O tempo foi ótimo, visto que voou.

Sanhaçu

 A tarde caia. Fui a janela olhar o quintal.

Na Larangeira laranjas verdes igualando o tamanho de limões cresciam ao gosto do tempo.

Parei tudo, pois vi uma beleza sem igual.

Um sanhaçu cinzento 

Pousado no ramo seco, calmamente se banhava de sol.

Com seu bico se limpava. Aquele verde ou azul cinzento tão lindo com bico forte e penas pequenas sozinho cuidando de si.

E permaneceu ali por mais tempo que minha paciência tolerou.

De certo estava mais tranquilo que eu.

Contemplei seu ser aí.

E o seu ser assim.

Ou meu ser assim?

Pascoa 2025

 A tarde cai. A tarde sempre caiu, cai e cairá. Agora algo mudou em mim.

A tarde caia e era sinônimo de alegria. Esperava por algo. Não sei o que e sei. Esperava uma mudança que mudasse meu humor. Esperava sempre por algo. O tempo foi passando e tudo foi mudando fora e dentro de mim. Continuei esperando a mudança o tempo cair. Aí a mudança veio drástica quando percebi que podia realizar os meus sonhos. Descobri que custava tempo de vida.

Nossos sonhos custam caro.

Custam o tempo de convivermos.

A tarde caiu, levou também o tempo dos que mais amava.

Agora.

Nasceu o maior amor de minha vida, meu filho.

Não quero que a tarde passe, como é impossível, então que se arraste.

Só sentado aqui onde muito sentei com papai e com mamãe.

Já não os ouço, não os vejo, mas sua presença existe.

Na paisagem na amarílis, no Jasmim de laranjeira, no cumarú, no araçá, no catolé, na espada de são Jorge e no espaço, no calor e luz do sol que vai esfriando com o tempo e vão se apagando as memórias.

Meu Deus!

É sexta feira santa.

Quantas vezes celebrarmos em Cristo.

E continuamos em Cristo.

Vivos.

Agora divido essa memória para sempre como dizia mamãe.

Na casa de Chiquito

 Era uma tarde de quinta feira santa 17.04.25. o céu azul, os raios dourados iluminaram o alto do Sampaio, na base do alto no terreiro da casa de Francisco uma catingueira grande toda bageada explicava seus frutos secos dispersando suas sementes.

A quebrada vermelha estava coberta de milho pendoado, fava e Bananeiras. Uma bananeira sapo com um cacho cheio me chamou atenção.

Chegamos em frente a casa que foi do meu bisavô Chiquito, do meu avô Chico e de tia Nina.

Entrei na casa e pude ver através das paredes e da minha memória a profundidade da minha existência. Tanta coisa vivida ali em minha infância. As primeiras impressões de está distante de casa.

Peguei a cadeira e pus na calçada e fiquei contemplando a frente muito bem cuidada. Os dois pés de salsa de flor rosa, os araçás, o milho e feijão, subindo a lombada, a pitombeira, os cajueiros, as aroeiras, lá no fundo os mororos.

Lucia de Chico estava ali sentada, depois chegou Franci e Chico, e a conversa entrou a noite.

Ouvi histórias e distrinchei a genealógia da família.

Enquanto Vinícius brincava com Pedro, Lavínia, Laís e Sofia. Corriam gritando feliz. A felicidade foi plena quando lhes demos uma caixa de chocolate essas crianças saltaram de felicidade.

E a tarde caiu e a noite subiu.

terça-feira, 15 de abril de 2025

Coelho novo

 Sassá faz as lições de casa.

Chegou da escola, viemos caminhando.

Aparentemente nada nos afetou muito.

As memórias são laxas.

Chegamos em casa, aguamos as plantas do jardim.

Subimos e em casa! foi fazer uma atividade de páscoa.

Uma pergunta inquietou a mamãe.

Como nascem os coelhos.

A mamãe imprimiu imagens de coelho.

Sassá as pintou.

Colou na lição, mas ficou em aberto "como nascem os coelhos"? 

Como caracterizar um coelho é fácil tem orelhas grandes, pelo macio, pernas longas, dentes incisivos grandes.

O que comem os coelhos? verduras, legumes, frutas, folhas e capins.

Como nascem os coelhos.

Da mamãe uai.

segunda-feira, 14 de abril de 2025

Parei e não estacionei

 Olhei para o mundo para fugir de mim.

Imerso no sujeito!

Vi azul!

Despertei!

Vi cores, vi formas, vi profundidade, vi proximidade.

Parei de ver e ouvi os pássaros cantando.

Um gavião no ninho!

Parei de ouvir e senti o cheiro,

Nenhum cheiro específico.

Parei de cheirar e senti as pegadas,

A aspereza da parede.

Foquei em cada coisa.

Excluí cada sensação!

Ficando atento a seguinte.

Dei atenção ao que merecia!

A realidade.

Porque nossa mente é cheia de representação.

Passível de ilusão.

Visita a bica

 Sassá foi ao zoológico novamente. Desta vez pode ir a sessão dos rapinantes.

Viu as cohujas orelhudas cleo, fique e gloria; nem deu muita atenção aos gaviões caramujeiro e caboclo, a atenção foi especial para o recinto do carijó.

Eduardo, o zookeeper, passou para limpar a água e as aves ficaram todas agitadas, mas o carijó não.

Ele estava deitado, parecia está choco. 

Eduardo se aproximou e retirou o gavião carijó fêmea que estava chocando um ovo lindo!

Um ovo alvo com manchas marrons numa harmonia que enchia os olhos.

Ficamos ali contemplando por um bom tempo.

Depois passamos pelos asa de telha, pelos urubus e pelos carcarás.

Fomos ver as águias pé de Serra Ana e Ricardo.

Ficamos ali contemplando a beleza deles...

Depois, observamos as flores de palmeira imperial no chão, repleta de abelhas diminutas.

Depois Sassá foi dirijir os tratores.

sexta-feira, 11 de abril de 2025

Despertar da fumaça

 Acordei cedo como de costume. Deitei na rede e comecei minhas orações. Então, ouvi o som de um caminhão passando  na rua. O som de um carro grande e pesado a julgar pelo rangido da carroceria. O som persistiu, pois o motorista estava estacionando. Fui conferir e nada vi. Entretanto, rapidamente senti o cheiro do diesel e exposto na fumaça! Eureca! Minha mente repentinamente despertou e acessando memórias muito primeiras. E não é um passado que se repete não é um passado encerrado. Pois bem aqui estão  minhas memórias.

Minha mente voltou no tempo. Num tempo muito saudoso, por já ser perdido. Sim quando na casa onde morei toda a infância a estrada era de barro. Então a gente sentia o cheiro do diesel misturado com o pó da estrada. No entanto de madrugada a poeira era fria. Naquela época, chegar a cidade maior, Pau dos Ferros era um sacrifício então tinha um ônibus que fazia a linha. Era o ônibus de Ci de Damião. Todas as manhãs as cinco horas, na estrada lá vinha o ônibus gemendo, levantando o pó e deixando a trajetória de pó, fumaça e o cheiro do diesel. A gente aprendeu a saber quando, ficando atento ao barulho do motor com seu timbre e pela forma peculiar do motorista dirigir. 

Entretanto, nesta cena havia outro caminhão, ai sim, um mercedes 1113, vermelho de Nego de Zé de Lindolfo. O caminhão 1113 vermelho, desejo de todo menino, passava carregado de Caixão de frutas, tiradas na serra, nas terras de Zé de Euzébio. Lá vinha o carro cheio de sobreviventes de jornada dupla sendo agricultor na semana e feirante no sábado. Coisa muito peculiar de Serrinha. Lá ia tio Michico o amante do som, amava cantoria e passarim, seu Duca, saudoso seu Duca com uma voz gostosa tremida e peculiar, Zé Bianca, saudoso Zé Bianca, Júlio Souza, Tio Dico, também memorista e artesão e agricultor e pedreiro, Juca...

E por ai se vai.

Esses heróis cada um com uma família maior que outra, trabalhavam incessantemente.

Às sextas-feiras desciam atrepados nos caixões de frutas em busca de um dinheiro a mais.

E eram felizes, pela amizade, pelo valor em comum cultivados.

Quando o 1113 passava a poeira cobria e o cheiro de Diesel e a poeira e a fumaça tomava conta de nossas imaginação. Quem não queria dirigir um focinho de porca vermelho.

Aquele circulo estrelado na venta, aqueles lindos faróis redondos concebidos o modelo na Alemanha, produzidos no ABCpaulista, Servindo ao povo humilde da Serrinha Grande.

Então despertei e pensei em compartilhar essa memória com voces. 

Até 15

 Quando acordo!

Sassá dorme. Então dou um cheiro bem gostoso em seu cabelo.

Quinze segundos! de plenitude! Quinze segundos de paz.

Antes de sair para trabalhar se dorme bem.

Dou outro cheiro.

É tanto amor que meu parece que vai explodir.

1, 2, 3, 4, 5... 15, parece infinito.

É eterno.

Conte até 15.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

Oco, moco, toco

 A eternidade

Ausência de tempo,

Nem passado,

Nem presente,

Nem futuro.

Tudo é fugaz.

Tudo que tem início tem fim.

Tudo que existe para existir

Necessita de um corpo.

É e não é.

Que dualismo.

Que monismo.

A chuva

 A chuva chegou, Nem parecia que ia chover. Mas ela chegou  E cantou com a mata. Tão sonoro ouvir Frases escritas por Pessoa... A chuva chov...

Gogh

Gogh