É madrugada,
Acordei com a beleza
Do cantar do cabeça vermelho
Estralando de alegria
Com o raiar do novo dia,
Oh, que sonora doce poesia
Serrinha dos Pintos 13.abr. 2023
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
É madrugada,
Acordei com a beleza
Do cantar do cabeça vermelho
Estralando de alegria
Com o raiar do novo dia,
Oh, que sonora doce poesia
Serrinha dos Pintos 13.abr. 2023
Já estou bem acordado
E pouco incomodado,
A noite que se acaba,
E o dia que logo vem,
Está escuro e tudo calado,
Só os grilos a grilar,
As sombras frias da noite, o rato no teto,
A vaca mugindo incomodada,
A ausência de luz
Que não tarda a chegar,
Meu são Francisco de Assis,
Meu arcanjo Miguel,
Meu arcanjo Rafael,
Meu arcanjo Gabriel,
Ouçam minha oração,
Aqui nessa casa velha companheira,
Por papai levantada,
E muita vida nela morada,
Infância, adolescência e juventude,
Aqui velei papai e mamãe,
Aqui cresci a sonhar,
Aqui quis deixar de morar,
Pelas noites mau dormidas,
Noites longas e sofridas,
Como mamãe a gemer e a chorar e papai a se preocupar.
O que é a vida?
O que é a vida?
Minha casa querida,
Aqui tanta descobertas vivi
O primeiro chiclete,
O primeiro livro,
A primeira televisão,
As primeiras paixões,
Tanta coisa esperei,
Casinha doce e bela
De todas cores já pintadas,
De rosa, azul, verde e amarela,
Minha casinha simples e bela,
Na frente quanto habitamos onde café doce nós tomamos,
Nas tardes a conversar,
A ver gente a passar,
E a noite ocupar suas salas e quartos,
Para na manhã ao levantar a cozinha ocupar,
E comer até encher
A barriga e a alma de maravilhosa satisfação.
A noite está acabando,
O galo até anunciou
Quando cedo cantou,
Quem não para é o grilo,
Que grila grila a grilar,
Que frequência mais agitadas
Cadenciando a noite inteira, da primeira a derradeira,
As aves estão cantando,
As aves estão cantando,
Cabeça vermelho e furra barreira...
Meu Deus que maravilha é essa a vida.
Que graça sempre hei de agradecer,
Jesus Cristo, amada Maria, são Francisco de Assis.
Nomes doces em minha boca, vivos em minha alma...
A noite está no fim
E o mistério vai a eternidade...
Só Deus pode me revelar
Por enquanto me deixe aqui,
Obrigado por minha família, meus pais, minhas irmãs e irmãos,
Sobrinhas e sobrinhos,
Minha mulher e meu filho.
A luz chegou tímida, mas meu corpo já desperta
Para Deus agora vou orar.
Ontem aqui, olhando para a árvore fernanda,
Chovia.
Acendi uma vela querendo a luz do sol.
Hoje, Hélios o sol brilha intensamente.
As aves estão numa felicidade.
Na chegada,
Encontrei os meninos:
Edson, Josenildo e Marcos.
Estavam poimando.
Uma fumaça de cigarro assanhava a luz da manhã.
Rimos juntos.
Edson ficou de trazer umas sementes de Tevertia.
Bom fui embora.
Encontrei seu Antônio e Seu Maciel.
A manhã é perfeita.
Ah!
Antes o estacionamento estaria cheio de gente varrendo,
Com a nova empresa.
Uh!
Não temos mais.
É isso.
Agora,
A chuva chove.
Agora sou chuva,
Agora a chuva canta,
É tão gostoso o canto da chuva,
Agora o céu é abraçado pela terra,
Agora, pingos se radicam no solo,
Solo que os abraça,
Solo que os absorve,
Agora o acalenta,
Até que a chuva o lave,
Até que a chuva o sirva,
Agora chove,
Mas não é qualquer chuva,
É uma chuva impar,
Como cada um de nós,
É uma chuva com tudo de chuva,
Mas com uma individualidade do aqui e agora.
Até que venha a surgir,
Até que venha surgir,
Já não é.
Porque a chuva é efêmera,
A chuva é movimento,
A chuva é natureza,
A chuva é gás,
A chuva é líquida,
A chuva é ar,
A chuva é água,
A chuva é esperança,
A chuva é desespero,
A chuva é sentimento,
A chuva é Chopin,
A chuva é Cervantes,
A chuva é Picasso,
A chuva é fertilidade,
A chuva é bondade,
A chuva é amor,
A chuva é divina,
Aqui e agora,
Espaço e tempo,
Ying e Yang,
A chuva.
Que contemplo,
Reflete o meu estado de ser.
Graças dou a Deus soberano,
Que tudo criou,
Que tudo me deu,
Uma família,
Um lar,
Um nome,
Uma esposa,
Um filho,
Irmãos e sobrinhos,
Me deu uma mente para filtrar
Tudo que no mundo há,
A luz para tudo desvendar,
Som para apreciar o canto das aves,
Quando muito para ser feliz
Ao ouvir músicos tocar,
Paciência para aceitar
As coisas que me acontece,
Todos os dias.
Deus Grandioso,
Muito obrigado,
Por tudo,
Aqui fora,
Na aroeira, Canta doce o sabiá, a rixinó e o sanhaçu.
Ouço alegremente Mozart,
O sol nem apareceu,
Só nuvens aqui agora há,
A chuva ora vem, ora vai,
Que milagre é tudo isso,
A vida,
A consciência,
O ser
E tudo que me deste,
Como nem tudo é eterno,
Algumas coisas se vão,
Deixando profunda saudade,
Mamãe, Papai, meus avós e tios...
Continuo aqui para dar continuidade,
Me proteja neste dia,
Me dê paz e alegria,
Me dê força para lutar,
Esperança para seguir,
E vitalidade para ser.
Só mais este dia.
A tarde caiu de novo.
Diferente de ontem,
Efêmera como agora.
Lembro do que senti de madrugada,
Porque acho que senti e não pensei.
A ideia de que tudo que enche minha mente
É um fenômeno
Que sou eu que escolhe o que vou usar ou descartar
Despeço-me desta tarde,
Desta linda tarde
Que nasceu, se fez
E agora se desfaz.
A luz que foi clara e intensa,
Dourada se dissolve
E esfria.
Lembro de papai e de mamãe.
Morro de saudades,
Que vontade de estar com eles.
Mas partiram numa tarde.
O dia se dissolve,
A flor murcha e perde seu vigor, dela um fruto se desenvolverá, e sementes amadurecerão.
Ouço o som amorfo dos carros na rua,
Sinto o frescor do vento.
Estou escrevendo isto
Pra provar que estou vivo.
Escrevo pois algo em mim se sente bem.
É segunda feira de carnaval.
E agora acabou.
JP. 20 de fevereiro de 2023
Após 1,1 ano de ausência de mamãe,
A saudade é imensa.
Saudade de ouvir sua voz,
Ver suas alegrias,
Lutar junto com ela sua luta.
Saudade de seu cheiro,
Seu abraço,
Sua vitalidade.
A propósito,
Ela veio me visitar de madrugada em sonho.
No sonho estava no sítio de vovó Sinhá.
Estava tudo verde.
Um milho enorme, seco.
Quando saia do roçado,
Ela estava dentro do meu carro,
No banco da frente.
Ela me viu,
Olhou bem para mim
E sorriu.
Então acordei.
Enquanto me concentro,
Minha mente foge do meu ser.
Ouço aves e cigarras entoarem seus sons.
Percebo as folhas caindo,
E me perco na leitura.
E me perco no momento.
Porque estou vivo.
Pulsa em mim vontade...
E algumas vezes sou feliz,
E outras vezes por desalinhamento,
Fico perturbado,
Mas é algo passageiro.
A mente é como o sol
Solta raios para todo o lado,
E como fotografia,
Algumas vezes esses raios voltam,
Fenômenos que nos fazem dispersar,
Ao invés de concentrar.
Vivemos muito no transcendente.
É preciso se atentar aos sentidos,
Aqui e agora.
Espaço e tempo.
E assim cumprir o que nos propomos.
Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...