A chuva quando chove é tão bonito.
Pingo a pingo vai molhando o chão,
Amolecendo o barro e o torrão,
E água se dar na terra se acumula,
Tomando qualquer forma que a desejar,
Aos poucos vai brotando nos ramos,
Vai moldando gemas formando folhas e flores,
A semente faz germinar da potencia aristotélica, um ato se transformar,
E o embrião adormecido a vida acordar.
A chuva tão amada por meus avós por meus pais e por mim e por todos nós.
Água é fonte de vida.
A chuva é fonte de água,
Que maravilha perceber a beleza da chuva.
Entender a importância da chuva.
A gente precisa da chuva pra plantar o que comer.
Feijão, milho, abóbora, melancia e tantas frutas peculiares.
Que nos alimenta e nos sustenta.
Papai amava a chuva, morria de medo do trovão e do relâmpago.
Mamãe se divertia com o medo de papai.
Tempo bom aquele.
Nas chuvas da tarde a gente se abraçava
Com o olhar.
A gente se banhava na bica,
Se secava junto ao fogão
Enquanto o Xerém borbulhava cozinhando,
Papai num tamborete bem sentado
Contava alguma graça.
A gente contente, feliz com a água em abundância escorrendo da bica,
Baldes, potes e tanque cheio,
A cisterna cheia.
O ronco barulhento do trovão,
O flash do relâmpago...
A chuva demorada até a noitinha,
Papai saia para o curral engurujado feito frango molhado,
Ia alimentar o gado.
A galinha com os pontos sob as asas dormia na casa velha, na área pequena da cozinha
Se virava como podia dog o cachorro de longa data.
Após a chuva cantavam os cururus.
A noite silenciosa chegava,
A gente se alimentava,
Na cama amada sob cobertas de algodão
Se esquentava,
Mamãe nos enrolava e mandava a gente rezar.
A a chuva chovia a noite inteira.
Parece um sonho de inverno...
Será a vida um longo sonho?
Será a chuva um despertar?