Uma boa pergunta pode ser matéria para pensar a vida inteira.
E a gente vive tentando encontrar essa pergunta, esse motivo para viver.
Por não saber onde encontrar andamos perdidos anos a finco e as vezes passamos a vida inteira.
Se encontrei minha matéria para pensar.
Confesso que ando cansado de buscar.
Os anos tem me ensinado a ver a totalidade.
Acho que não encontrarei esse pensar na particularidade.
Não tenho a ilusão de que irei encontrar.
Aprendi um punhado de coisas,
Sistemas de classificações,
Entendimentos racionais,
Uma certa lógica do pensar.
De maneira que quando acho que cheguei a algum lugar,
Se olho a totalidade percebo que cheguei apenas a mais uma célula da existência.
Foi só uma mudança de esfera.
A dor nos ensina da pior forma,
Sabe quando percebemos que algo passou e ficamos atordoados sem perceber qual foi o lado.
Ainda alimento certas ilusões...
Não sou intenso como foi Cristo, Mozart, Gogh, Nietzsche ou Borges.
Se comparado sou um pequeno caramujo diante de mangas largas de corrida.
Não encontrei a pergunta,
Mas as reflexões se fazem mais rasas.
Se me perco nelas, talvez porque me deem prazer na vida.