domingo, 21 de novembro de 2010

Paixão

Minha janela estava aberta,
fazia muito calor,
veio um vento forte,
e trouxe uma folha,
logo passou.

Minha alma estava aberta,
sedenta de amor,
veio um vento forte,
trouxe uma paixão,
logo passou.

A folha mexeu comigo,
queria um abrigo,
a paixão mexeu comigo,
queria um abrigo,

mas ai folha,
quem te trouxe foi o vento,
que logo partiu,
que queria era seu sopro,
o sopro foi agradável,
mas tu, folha, descarto-a.

Mais ai paixão,
cativei-a, não me cativaste,
o que queria era ilusão,
só uma sedução,
que foi agradável,
mas tu, paixão, carregas outra alma,
não posso descartar,

tenho que aprender a amar,
ou tê-la como carma,
não vigiai,
porque o vento é travesso,
como a paixão, passageiro.

Pecurilaridades

Não será o passado ilusão?
Se não fossem os fatos,
de seria o passado?
Mas passado sem fatos não é ficção?
Quais os fatos que concretizam meu passado?
Não será a vida uma ficção?
As vezes acordo e confundo os sonhos com a realidade,
e a realidade distante com os sonhos.
Sinto o sabor do caju,
vejo o cajueiro carregado de maturi,
cheio de caju vermelho,
não será ilusão?
Ah, doces memórias,
quando em casa, todos reunidos,
mamãe, papai, Bergue eu e as meninas,
em volta de uma ruma de caju,
descastanhando, com uma preguiça...
vai rápido pra acabar logo,
era bom quando o povo vinha ver caju pros porcos,
assim acabava mais cedo, mais pra que?
Pra ver desenho da xuxa.
Ter um tempo antes de ir pra escola...
Que vida peculiar,
quando era pequeno achava que todo mundo fazia aquilo,
hoje vejo que é uma coisa tão peculiar,
de minha terra, de minha cidade,
acho que era endêmica,
não existe mais,
minha infância foi atemporal,
Será que foi um sonho,
ou ilusão?
foi bão...
Nem um fato concretiza aquilo,
da castanha tirava-se o dinheiro,
do azeite as roupas,
simples...
peculiar infância.
Ilusão?

Reminiscência

Engraçado, Bandeira e Saint-Exupéry falam de reminiscência aos seis anos de idade. Será coincidência? Acho tenho reminiscência com essa idade quando fui a escola pela primeira vez.
Memórias tão distantes de minha mente. No Pequeno principe Saint-Exuperi em seu primeiro capítulo fala que quando tinha seis anos lera um livro sobre uma floresta virgem, onde uma serpente devorava uma fera. Refletiu muito sobre esta imagem então fez um desenho. Lembro de na infância ter visto cobre devorando cobra. Sim certa vez e não foi única, vi uma coral engolindo uma cobra de duas cabeça, achei muito interessante era um híbrido, como a coral paralisou sua presa não sei, mas sei que ela estava quebrando as leis da física, pois uma cobra menor engolia uma maior. Lembro-me como se fosse hoje. Estava indo pra casa de Eliene, nossa vizinha, e quando passei pela faxina, sim entre minha casa e a casa de Eliene de Airton que tinha cinco filhos, dois deles com idade igual a minha, era nossa vizinha mais próxima, sua casa era quase a minha, então certa manhã pedi pra mamãe deixar eu ir pra lá, ela deixou, e fui correndo, mas quando atravessei a faxina vi ali sob a maior pilheira, aquele quimera. Gritei e todos vieram olhar. É nos éramos muito humanos, instintivos, olhamos depois os meninos mais velho mataram a coral, a fera que engolia a presa. Corais são muito perigosas, seu veneno paralisa a respiração. Por isso os meninos grandes mataram, mas sob ordem de nossos pais. Vi outra vez uma cobra preta comendo uma coral, mas não matamos, pois cobras pretas não tem veneno, o único problema é se ela achar uma ninhada de ovos ou um terreiro de pintos, ai não tem como escapar,
se comer o que nós comemos já era. Onde morava tinha muitas feras que devoravam nossas galinhas e ovos. Tinha o tejo, a cobra preta, o gavião e raposa. Tinha que pastorear, roçar em volta da casa pra poder vigiar. Bem mas voltando senhor quando criança desenhou uma cobra que tinha devorado um elefante, seu desenho mais parecia um chapéu. Perguntou então para a gente grande se fazia medo. Indagavam que um chapéu não amedrontava ninguém, então desenhou uma cobra com um elefante, mas de maneira que desse pra perceber o elegante dentro da cobra. Foi uma frustração. Disseram-lhe que não sabia desenhar, melhor estudar geografia, história, cálculo e gramática. Assim o fez. Tornou-se piloto de avião e nunca mais voltou a pintar, guardou seu desenho. Quando encontrava alguém que achava que tinha certa afinidade mostrava o desenho, se dissesse que era um chapéu, desconversava. Falava de coisas de gente grande. É difícil falar com gente grande, pois tem que está explicando tudo sempre dizia.
Bandeira fala da infância, das festas juninas...
Reminiscência...
Aquela quimera com certeza foi uma das minhas, mas não sei em que tempo ou plano.

sábado, 20 de novembro de 2010

Escuro da noite

O escuro da noite fria,
enche o vazio de meu quarto,
negra noite cela meus olhos,
minha alma se cala,
matuta, vaga.

O silêncio escuro da noite,
posso inspirá-lo e expirá-lo,
divaga minha alma nos sonhos.

No silêncio escuro da noite,
absorve as cores, oculta as formas,
Meu corpo entende a noite,
pois percebo no silêncio da noite,
que sem luz, de que vale a estética.

O silêncio escuro da noite,
desvenda o meu lado oculto,
acende como brasa o meu corpo,

Posso tocar no silêncio da noite,
posso cheirar o silêncio da noite,
me guia,
percebo as formas, as curvas, nuances.
No escuro da noite sinto as formas,
sinto os gostos, os cheiros, e sabores

Meu corpo ignora o escuro da noite,
que corpo quebra o silêncio escuro da noite,
sinto as formas, sinto o gosto, os sabores,

sinto a consistência no escuro,
A noite tem consistência de veludo.

Apague a luz, sinta o escuro invadindo sua alma.
Dois corpos, agora apague a luz,
sinta no escuro da noite o outro,

toque os cabelos, sinta as curvas,
sinta a pele, o cheiro.
Sinta o silêncio da noite,

sinta o corpo, invada o outro e sendo invadido,
doe e receba,
a luz... de que adianta a luz?

Sinta o calor das artérias pulsando,
corpos com carne latejando,
exaurindo suas forças, suando,

corpos se desejando, se consumindo,
na escuro da alcova,

o silêncio da noite vence e domina,
dois corpos se rendem,
se doam ao silêncio escuro da noite,
onde tudo é nada,
onde os instintos falam mais alto,
e a alma se cala,
e contempla a noite.
Quem sabe uma concepção!

o Flamboiã

Chamam minha atenção,
a beleza do flamboiã,
flores encarnada,
ou cremada,
que linda árvore espalmada,
quanta delicadeza,
em suas folhas,
quanta beleza,
que lindo é o flamboiã.

belas suas formas,
seus cachos,
sem aroma,
mas belos encarnado,
deixa o chão enarnado,
de pétalas,
enfeita os seios
das mulheres
suas semente,

oh flamboiã
sedes tão belo.
como o por do sol.

vai amor

E o meu amor se vai,
vai meu amor,
partes sem dor,
meu amor chega e já sai.

Ontem a noite não senti seu odor,
seu corpo macio,ou seu calor,
está ruim, sem ti mas ai,
a vida cigana com tanta cor,

esta levando de mim o sabor,
de teus beijos cai,
como cai,
o meu ser em torpor.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Companheira


O lua majestosa,
quantas histórias ocultas,
o lua gloriosa,
que cativas o amor,
o lua pomposa,
aprendi a contemplar-te,

pois lua, lua,
que ocultas na outra face escura?
amor, frio ou dor.

Lua segues sempre o teu curso,
ocultas uma face,
oculta-se quando nova,
e crescente tímida aparece,
plenilúneo clareia,

Lua, lua
que ocultas de mim,
desvenda tua persona.

Ocultas tristeza?
sedes sempre pálida e fria,
mas sempre sedutora,

que me contas o lua,
conta tuas histórias,
me faz dormir em teu colo,
porque a vida,
está me cobrando caro,

E hoje só tenho a ti,
somente a ti pra me abrir,
abrir meu coração,
falar de minha paixão,
oh lua,

tu me segues vida a fora,
a qualquer hora,
clareará o meu jazigo
e me seguirá eternamente.

Minha poesia

Como tudo na vida!

As minhas poesias, são quadros que pinto com palavras,
consumo-as quando estou fazendo,
depois guardo, ou simplesmente esqueço.
no papel ou na nuvem internet.

Poesias são horas de contemplação de mim mesmo,
do mundo, de tudo e de nada.
São uma forma de fugir da vida.
Meu refúgio, morada de minha alma,

que vive encantada,
com a beleza da vida,
com a beleza do mundo.

Pinto a beleza,
pois sei que a natureza,
é competitiva.

A vida é um mar de dor,
somos felizes por instantes,
enquanto esquecemos quem somos,
da nossa condição humano finita.

O medo é eminente,
tudo nos apavora,
a vida competitiva,
é muito agressiva,
desumaniza o ser.

E só quando esquecemos que vivemos,
somos felizes,
quando sorrimos,
do outro, nos livramos de nosso próprio ser,

as vezes somos sádicos,
somos egoístas,
não aceitamos essa condição,
não sei se ainda bem,

mas não ponho em minhas poesias,
tais misturas, não quero uma poesia bonita,
com emoção, mesmo que seja esquisita,
mas que faça bem,
consuma minha poesia,
e sinta minha alegria,
é repleta de magia,
ou simplesmente é,
pela condição que a concebi,

muitas vezes minha concepção,
não é lá essas coisas,
mas é assim,
que vejo o mundo e a vida,

por aqui podes olhar
através de meu pensar.
depois de usar,
podes guardar ou simplesmente deletar.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sello Suites 6

Quanta habilidade,
chega a ser mágico,
de tão belo.
Tu que tocas o violocelo,
com tamanha agilidade,
profundidade e velocidade
interpreta as notas,
faz soar uma, duas, três notas,
uma música,
fecha os olhos para ouvir,
a música que está dentro de ti,
quanta melodia,
quanta harmonia,
vai além da poesia,
me enche de alegria,
entro em extasia.
Paro ouço, mais uma vez,
outra e mais outra,
é tão bela a melodia,
que encurta o tempo,
me ludibria,
não saberia descrever o que sinto,
porque me sinto pleno
quando ouço Sello Suites de Bach.

Alma

É chegada a noite,
o cansaço vence o corpo,
e a alma cansada,
que viajar,
quer vagar,
pelos sonhos,
pelas estrelas,
nas asas de um morcego,
de uma coruja,
não importa quer do corpo
se libertar.
Alma vagabunda,
quer deixar as ideias,
como pode ser tão egoísta?
Como não tem quem juge-a,
fuja, vai noite adentro, mas não esqueça de voltar,
antes do sol raiar.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh