terça-feira, 8 de abril de 2025

Vô, mamãe e eu

 Vô José, dorme num jazigo desde 01 de janeiro de 1993. Mas é eterno em minha mente.

E sempre posso reviver sua memória num som, num canto.

O canto do gavião carijó.

Os gaviões apresentam uma linguagem particular.

Quando estão cantando para atrair uma fêmea voam algo e em círculo.

Quando, junto com mamãe ouvi o carijó cantando mamãe

Se arremetia a sua infância, evocava uma lembrança

Que colhera na presença de vô.

De certo, mamãe ainda era menina.

Ela ouvira vovô proferir que canto do gavião era sinal de chuva.

Tempos depois, comigo num desses dias ensolarado, de inverno preguiçoso,

Ela ouvira o canto e se arremeteu a vô.

Não só uma, mas várias vezes.

E isso ficou na minha mente.

De onde vô aprendeu isso?

Sei que sempre penso nele.

Como hoje de manhã sem sol.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Coelho novo

 Sassá faz as lições de casa. Chegou da escola, viemos caminhando. Aparentemente nada nos afetou muito. As memórias são laxas. Chegamos em c...

Gogh

Gogh