A chuva é intermitente nesta sexta-feira,
Último dia de junho, de 2023.
Desde a madrugada que estou acordado que ouço a chuva.
Já são quase sete horas da matina,
A minha mente feliz,
Ao pensar cadenciado pela chuva.
Pela chuva.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
A chuva é intermitente nesta sexta-feira,
Último dia de junho, de 2023.
Desde a madrugada que estou acordado que ouço a chuva.
Já são quase sete horas da matina,
A minha mente feliz,
Ao pensar cadenciado pela chuva.
Pela chuva.
Memórias,
Só o que tenho são memórias.
E memórias tratam do passado.
E memórias podem ser acessadas ou não.
Memórias que podem despertar a qualquer momento.
Que podem sumir a qualquer momento.
Após uma semana maravilhosa,
Na minha terra natal com minha esposa e meu filho aqui estamos de volta a realidade.
Trago no peito e na mente muitas paisagens, odores, formas e cores conhecidas e por isso amadas.
Trago muitas respirações profundas,
Suspiros, pautados no agora, curtido na memória.
Mamãe, papai, Mazildo.
A ausência, e o lugar inalterado,
A natureza real do que é,
Que se repete como um espelho,
Não, como um caleidoscópio de cores, aromas e formas.
Capazes de despertar as mais profundas memórias,
Capazes de gerar as melhores memórias.
E a certeza sempre intensa de que a vida vale a pena de ser vivida.
Vinícius e o desconhecido do mato que por mim sozinho percebido,
Fica encantado com o que eu mostro o que eu percebi.
Tão maravilhoso, com tenra idade, mas com um amor a natureza pleno.
Com um amor a serrinha.
Com um amor inexplicável ao vazio,
Ao silêncio quebrado pelo creo do loro, ou pelo latido de Shaquira e Cherloque.
No afinco de realizar tarefas simples, como carregar um pau de lenha, ajudar a arrumar os cocos.
Olha analiticamente uma larva, uma libélula,
Cultivar uma fazenda de escaravelhos,
Guardar lápis... como chama os gravetos.
Cheirar e olhar flores de jitirana, ou jurema.
Olhar as vacas comendo, os porcos cochilando,
O jumento rinchando.
O passado na memória,
O presente no agir.
A mamãe, pronta para acolher.
O papai perdido no pensar.
E assim vamos tecendo nossa vida no agora,
Sobre muita saudade,
Vamos vivendo.
Assim.
Conclui a leitura de um excelente livro.
A procura de Spinosa de Antônio Damásio.
Baixei e irei ler o Erro de Descartes.
Será se pescarei algo?
Bem já me renderam excelentes sementes de pensamento no livro lido.
Hoje, terça-feira, o sol está impressionantemente brilhando.
O céu está azul nem parece que ontem choveu o dia inteiro.
Assim é.
Assim é.
Há alguns dias, ouço Mozart.
Na verdade meses, desde 2022.
Por que Mozart?
Porque é alegre, talvez.
Porque continuo ouvindo os mesmos álbuns.
Porque o ouvia antes de ir a casa de minha mãe, passar as férias com ela, desde então já vinha ouvindo.
Então minha mãe dormiu na eternidade.
Ao continuar ouvindo Mozart,
Quis sentir a presença viva de minha mãe.
De Assis, Francisca.
Continuando ouvindo Mozart,
Outra e outra e outra vez.
É como se quisesse deixar algo aberto e ligando meu espirito ao de mamãe.
Quem vai entender,
Mas não é para entender.
Quiçá para ler.
É simplesmente uma tentativa de conectar meu consciente ao meu inconsciente.
Meu racional ao racional.
Às vezes, nem escuto e nem ouço.
Às vezes minha percepção filtra como o barulho de uma ventilador ou de um ar ou do carro.
A gente nem percebe, mas está lá.
Então por vezes, me pergunto.
Como seria ver a música?
Qual seria o sabor da música?
Como seria a música cristalizada?
Ouvi dizer que a arquitetura é música solidificada.
Mas será?
Fernanda, a aroeira que mora do lado de minha sala,
Não reclama de nada.
Bom, as vezes asa aves vem importuná-la mas ela finge nada acontecer.
Já vieram o pitiguari, os sanhaçus, as patativas, os pirites.
Bom, fernanda gosta de Mozart até vejo seus ramos dançando.
Bem, aqui está um pensamento materializado e mamãe viva e eterna.
Graças a Mozart.
Ontem, domingo, choveu tanto.
Ficar em casa dá até um enfado.
O frio úmido,
A ausência da presença solar.
Quero dizer que bom,
Parece que prefiro o sol.
Mas as companhias de Dayane e Vinícius
Deixam as coisas ensolaradas.
Hoje, segunda-feira...
A chuva continua,
Mas estou na universidade.
Que está molhada,
Vazia e fria.
É o mês de junho em todo seu esplendor
Chuvoso.
O tempo não existe.
O que existe são memórias.
As memórias são recortes da realidade.
A realidade está pautada na duração.
Algumas coisas tem duração curta como um movimento,
Outras tem duração longa como a matéria.
Então tudo tende a eternidade.
Ou a existência é um filete da eternidade.
As memórias podem ser pessoais ou coletivas.
Agora de manhã,
Nesta linda manhã de sábado,
Tive uma memória gostosa e intensa,
Até pareceu um sonho.
Lembrei dos sábados que dava aula
A turmas de licenciatura.
Era deveras intenso.
Era deveras bom.
Foram poucas turmas,
Mas excelentes turmas.
O Campus I vazio.
A mata silenciosa.
A passarada feliz a cantar.
Eu aqui...
Após a aula, almoçava no shop sul
E passava a tarde limpando a casa.
Como as coisas mudam.
Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...