sexta-feira, 9 de maio de 2025

Diário de Sassá

 Ontem, quinta-feira, Sassá estava maravilhado com a espada elétrica que ganhou. Uma espada que veio da China e a julgar pelo tempo que demorou a chegar, achamos que veio de bicicleta. Estava numa felicidade só. Então tive que lutar com ele, apesar do meu cansaço. Ele também estava muito cansado, pois acordou muito cedo. Abriu a porta para eu ir trabalhar. Imagina! Foi para a natação e para a escola então foi um dia muito puxado. Lutamos, desenhamos a mariposa que ele viu no caminho da natação.

Então, exausto ele se pediu arrego. Foi a cozinha e disse que queria dormir. Mameco, mamar. Mamou ouvindo a mãe lendo as histórias da turma da Mônica e capotou.


quarta-feira, 7 de maio de 2025

Amedrontado

 O medo da morte.

O que é isso?

Chega dar um arrepio frio na espinha.

Processo biológico de auto preservação.

A morte é vida vivida.

A morte é um fim de um processo breve ou longo.

O término orgânico de uma consciência.

Viver é querer,

Intuitiva ou racionalmente não ter um fim.

Suco de caju

 Ontem, à noite, fomos a uma festa maravilhosa.

Uma das bebidas servidas na festa me fez conduzir a conversa num sentido oposto ao da festa.

Suco de caju.

Entre todas as bebidas, o amarelo caju abacaxi me levou a deduzir que era suco de caju.

Tomei-o como quem tem sede. Não era o mesmo suco de caju que tomo à tarde, zero açúcar, nem era um suco de caju de sertanejo, mel. Era um suco de caju feito sob medida, como se tivesse sido supervisado por um nutricionista. Tomei vários copos, a esposa do meu colega de mesa também tomou bastante. O garçom muito gentil, nos serviu inúmeras vezes. Acho que fomos os consumidores principais daquela bebida na festa.

Minha mente trouxe a tona conversas dolorosas.

Sim, inconscientemente fui ao passado e trouxe a tona esse passado.

Como explicar isso!

Deixe-me tentar.

Das vezes que provei um suco com medida exata de açúcar e foram exatamente nos hospitais. Dos dissabores da vida, necessários o cuidar dos nossos pais quando mais precisam de nós. Com mamãe foi mais corriqueiro, com papai não.

 Meus pais hospitalizados. Mamãe na HU em 2015, cirurgiada de rins, na refeição tinha suco de caju, para ela, mas ela amorosamente pediu para que eu tomasse. Memória potente.

Papai na Liga de Mossoró 2020, após cirurgia de estomago, o acompanhei, naquele dia serviram suco de caju na refeição. Não sabia que seria a última vez que compartilharíamos a companhia um do outro.

Agora olhando depois de horas. E refletindo o que conversei na festa com meu colega... o tema foi a Liga, Mossoró, a doença de papai, a importância do suco de caju em nossas vidas. O ranço de minha irmã por derivados de caju. Terá ela sido afetada pelo suco de caju?

Falamos essas coisas que dói. Por vezes, até pensei porque estou conversando sobre isso.

Lembrando que todo pensamento é um ato de consciência.

E as vezes a gente pensa sem querer. Dá pra parar de pensar?

Continuei e tomei vários copos de suco.

Empurrei o pé na jaca como se diz, comi doces a vontade e salgados.

Isso acontece pela disponibilidade dos recursos como dizia papai e na festa!!! Tinha demais.

Sobrou. Comentei... Doce sobrando.

Voltando ao suco de caju... Bebo diariamente, pois ao ler um livro sobre fruticultura Brasileira soube do teor alto de vitamina C e pelo custo do suco eu tomo. Mas zero memórias, porque não tinha a combinação feita por nutricionista. É só o suco espremido do caju e água.

Tudo precisa ter a combinação perfeita para gerar memória. As memórias estão ai, mas é preciso uma chave que é exatamente uma situação perfeita.

Pense numa loucura.

Primers primers.

terça-feira, 6 de maio de 2025

Mãe, maio

 Hoje, senti muito a falta de mamãe.

Ao me arrumar vi sua rede e suas chinelas.

Vi o pé de acerola.

Saudades de mamãe.

Lembrei de sua luta. Suas idas a clínica de hemodiálise.

Sua luta pela saúde.

Oh. Mãezinha entrou o mês de maio, mês das mães. 

Como é ruim não ter mais você para compartilhar minha vida.

Você que me deu a vida e me criou e me educou.

Mamãe por se pai só assim descobri o que é o amor.

Agora sei o quanto me amou.

Aí. Indo buscar meu filho na escola, vi uma avó com o netinho. Olhei e falei. -É muito amor né. Quando percebeu. Repetiu três vezes. Muito amor, muito amor, muito amor.


Mamãe, mãe é sinônimo de doação, de sacrifício é o amor encarnado.


Mãe o deveio de tudo expresso aqui.

O duelo

 Ontem Sassá e eu tivemos lutas homéricas.

Ele usou a almofada de amamentação como machado.

Eu usei várias técnicas como técnica cabeça de carneiro para me defender.

Técnica do macaco engraçado para encontrar os pontos fracos e desestabilizar o oponente.

A luta foi grande no tatame da cama.

Tiveram ainda como técnicas como a técnica da jiboia para imobilizar o oponente.

Técnica do macaco aranha.

Depois de um bom banho. Sassá foi fazer a lição de casa sob protestos e risos.

Cansado fui dormir e ele ficou desenhando os bichos da bica.


segunda-feira, 5 de maio de 2025

Jasmim gênese subjetiva

 Não sei ao certo quando soube disso que agora sei.

Vamos lá.

Em Campinas onde morei tinha muitos indivíduos de uma planta.

Essa planta já conhecia. Sim lá de serrinha da casa de Tica de Zezinho.

Bem na frente da janela do quarto da frente havia um indivíduo.

Descobri que era da família Rutaceae.

Em Campinas, mais especificamente em Barão Geraldo, as ruas eram cheias das plantas dessa mesma espécie. Fato que me chamou atenção. Sim na época das chuvas as ruas se incensavam com o cheiro de suas cores. Imagino que é o cheiro do branco já que suas flores são brancas. Isso me fez pensar sobre o seu nome. Cheguei ao nome de Murta. Mas na época era um materialista redondo e o que achava universal era o nome científico que cheguei usando a internet. O nome científico é Murraya paniculata. 

Escrevi até aqui no blog.

Muito tempo depois, recentemente, após Campinas, mamãe ganhou uma muda de Murta de Ritinha que vendia roupas, casada com o primo de mamãe. Essa mudinha foi cuidada por meu pai. 

Me ocorre agora que na casa de Vicente Paulo também havia uns pés.

A mudinha cresceu e estava florida no dia que a mamãe se foi.

No mesmo ano, no meu aniversário, Minha Amanda professora Janildes e seu esposo Antônio foram lá em casa. Conversa vai e conversa vem chego ao nome como esta planta se chama em Martins. Lá chamam de Jasmim de laranjeira.

E assim volto às origens e chamo como nos chamamos na minha terra.

Jasmim de laranjeira.

Jasmim imagino que significa odor adocicado proveniente de flores alvas.

Jasmim ou Iasmim é um nome próprio feminino.

Tanta coincidência nisso tudo.

Agora minha sala está perfumada.

Vinícius é menino de quatro anos e desenha lá no quarto.

Ouço um sino, cães latindo.

E esse cheiro que se eternizou emim.

Reflexões

 Quando era criança achava que tudo era eterno.

Aos domingos via os vizinhos passando para a igreja subindo a depois descendo.


Subiam e desciam com a bíblia debaixo do braço.


As tardes douradas ficavam cinzentas e escureciam.


A gente se confirmava com a globo e o SBT.


Os anos passaram e poucos vizinhos continuam vivos.


Todos se mudaram.


O que restou de tudo?

Só essa memória.

Acaso

 Animais da bica

Virgulino cascavel,

Marrequinha Marinez

O ganso Clodovil 

A garça Mobdick

A leoa Tereza 

A leoa Dori

A Maracanã Geralda

A arara BLUE

A anta amora

O cagado ligeirinho 

O gorila pongo

O macaco fujão Janjão 

Os emu Eli, mindinho e Ulisses 

O tamanduá Zé 

As águias Ricardo e Ana

A sucuri Juma

Uma cidade para cada um

 Meu amigo,

Você iria gostar de conhecer João Pessoa.

Aqui tem praias de areia branca ora fria ora quente, um mar de canto intermitente,  as águas sempre a cantar, ora baixa ora alta. Um céu azul ornado com o vôo e o canto das aves.

Tem Jandaia, Maracanã, tem carcará e urubu, tem bem-ti-vi e sanhaçu,

Tem sabiá e siriri,

Tem patativa e canarinho,

Tem japu e tiesangue

Tem murucututu e bacurau,

Tem saracura e soco 

Tem garça e sabacu.

E lugar pra ir de montão a mata do buraquinho,

A Bica, a penha, o castelo branco,

O Miramar...

Fica para a sua vinda tudo te mostrar

Dois anos de eternidade

 Há dois anos atrás deixava este plano meu amigo de infância e primo Mazildo.

Nós falávamos todos os dias.

Sempre que podia mandava fotos dos lugares onde estava.

Mazildo era deficiente de uma perna.

Sem muita saúde sua vida era sempre dentro da própria casa. Só saia para ir cortar o cabelo ou ir ao médico.

Passou a infância numa comunidade chamada de Vertentes e na adolescência veio para a Serrinha do Canto, tudo em Serrinha dos Pintos RN.

Nunca saiu do estado,  o lugar mais longe que ia era Pau dos Ferros.

Viveu uma vida muito simples. Amava os animais e gostava de cuidar deles. A obrigação dele era cuidar dos pássaros e do Periquito.

Amava forró único estilo de música que ouvia.

Sorria de tudo. Foi um homem simples e modesto em tudo.

Seu lazer era ouvir rádio, ver televisão e mexer no celular.

Difícil saber o que pensava, pois falava muito pouco. Sua mãe era sua voz, com ela, o mesmo conversava mais.

Não escrevia ou se expressava para si.

Assim se passam dois anos de eternidade.

Segunda feira

 Ontem, fui com Sassá a borracharia para fazer o rodízio dos pneus. Ele me perguntou o que é rodízio. Tentei explicar várias vezes, mas foi ...

Gogh

Gogh