Chove!
Chove intermitentemente,
Desde a madrugada de hoje,
Sexta-feira,
Sete de julho de dois mil e vinte e três.
Acordei por volta das quatro horas da manhã e e chovia,
Agora oito horas e continua chovendo.
E chovendo forte.
Trouxe até uma vela,
Porque preciso da luz do sol.
A vela tem o pavio de algodão e a cera de carnaúba.
Gordura e fibra vegetal que alimentam o fogo.
A chuva chovendo é tão harmônico.
Desde ontem chove.
Ouvir a chuva me faz sentir bem.
Tenho bons sentimentos pela chuva.
Sou de nascença de um lugar que a chuva é restrita a meses,
Onde pode chover muito ou pouco.
Bem,
Como chuva é água e água é vida.
Ali a chuva era sempre bem vinda
A qualquer horário.
A gente se reunia na cozinha para ver e ouvir a chuva.
Tudo era muito natural.
A gente não tinha nenhuma tecnologia
Além do fogo e do amor.
A lenha queimando silenciosa,
Alumiando a cozinha e cozendo o xerém.
Papai e mamãe com suas memórias sendo expressas em palavras.
A gente feliz e ao mesmo tempo receosos com o trovão e os relâmpagos.
A chuva as vezes extravasava a valeta na frente,
Papai ia concertar, senão ia acabar o terreiro de mamãe.
A chuva passava e a gente feliz,
Comia xerém com leite, ou xerém com toucinho.
É as vezes me perco quando pretendo escrever algo, mas não queria perder o fio do pensamento.
Como sou feliz.