sexta-feira, 10 de abril de 2020

25. Sexta-feira santa

Sexta-feira da paixão certamente é um dia de reflexão. Nós estamos sempre acompanhados dos parentes neste dia.
Algum de nós jejua e outros não.
Este hábito é muito antigo e foi passado de geração em geração. 
Oramos e refletimos sobre o sofrimento, crucificação e morte de Cristo e celebramos a sua ressurreição.
Assistimos a missas também, ouvimos cantos gregorianos.
Lemos ou ouvimos passagens da bíblia.
São muitas coisas reunidas num só dia.
 Neste tão importante dia nos tornamos mais humanos.
Lá em casa, na infância era um dia muito especial.
Continua sendo, exatamente porque continuamos seguindo o hábito de nossos antepassados.
Celebrar a vida unir o passado ao presente num só dia.
Estarmos juntos é o maior significado de tudo.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

24. Produção

As colheitas estão fracas não pela produção,
Mas pelo produtor.
Quando se cultiva várias espécies a produção pode reduzir.
Bem, embora tenha reduzido a diversidade,
A produtividade está baixa.
Embora leia clássicos, pouco tenho absorvido.
Nietzsche, Galeano, Lispector e Borges se fazem presente a todo instante.
E as pesquisas são muito vastas.
Pesquisas em livros, guias e clássicos.
Estou voltando a Linnnaeu para entender ornitologia. Tenho aprendido muito.
E os trabalhos que me propus fazer se entendem...
Esses mangares dão substância ao meu mundo.
A produção tá baixa, mas esta acontecendo continuamente.

23. Linha do tempo botânico

Os livros antigos escritos em latim
Que para alguns são indecifráveis,
Para outros são inestimáveis fontes
De informações.
Para a botânica então.
Salve Kunth, Saint Hillaire e Bentham.

Os alemães e franceses faziam descrições primorosas.

Linnnaeu tinha grande poder de Síntese.
O maior sistemata de todos os tempos.

São os pais da sistemática vegetal, sendo uns mais popstars que outros.

Acho que os sistemas artificiais eram muito mais didáticos.

É indo e vindo no tempo através dos livros que vou avaliando e construindo um saber.

22. Páscoa

Páscoa diferente essa.
Páscoa isolada,
Não, não sinto falta do chocolate dos ovos de páscoa.
O que me faz falta é não está em casa de mamãe e papai.
Não ouvir a manhã ornada de canto de cabeça-vermelho.
Não tomar café com queijo...
Jejuar!
A falta que faz é da presença que se faz ausente pela distância.
Mas, ano que vem se Deus quiser,
Estaremos juntos.

21. Abril

A madrugada enluarada ficou mais bela com o canto da corruíra.
Estrelas apagadas, árvores ensombradas.
No ir e vir do tempo,
Tristes surpresas nos aguardam.
Nosso tempo incógnito.
A manhã nasceu.
A manhã cresce,
É abril,
Triste abril.
Que passa...
Que passa...

quarta-feira, 8 de abril de 2020

20. Tempo

A luz do dia se foi,
A noite sorrateira chega devagar.
A siriri no fio a cantar siri siri siriiiiii.
As formas se desfazem,
O próximo se faz distante,
A sobra cobre os seres vivos
E a matéria esfria liberando calor.
Também eu vou anoitecendo,
Após entardecer,
Regresso ao ser,
Regresso ao eu.
Saudades,
Tempo que não para de passar.

19. Vazio

Angústia e memórias preenchem a existência neste momento.
Desolamento, dor e sofrimento.
A presença se desfez, desapareceu algo impensável aconteceu.
Resta o vazio,
Restam os espaços e coisas materiais.
Foi realidade ou um sonho?
Agora, neste momento
Confundo em minha mente se foi realidade ou se foi sonho.
Não! não aconteceu.
Aconteceu, ai!
Por quê.
O sofrimento dilacera e só o tempo vai suavizando.
Afastando, apagando da memória.
Eterna memória,
Da maternidade e paternidade,
Dos momentos vividos,
Da educação dada.
Agora.
Mais nada.

terça-feira, 7 de abril de 2020

18. Reminiscências

A tarde que cai dourada e cálida.
Aos poucos a luz se difunde em sombra.
E o calor é amenizado com o cair da noite.
Os seixos pétreos alvos, alvos e encarnados
Deixam os carrascos rajados.
As catingueiras nuas nos permite ver um crepúsculo mais amplo.
A noite cai estrelada.
Previsível e bela.
A janta é arroz de leite.
O cheiro de banana incensa a casa.
O chiado das folhas dos coqueiros indicam uma brisa fresca.
Os anos se passam e aprendemos a reconhecer os padrões do lugar.
Vivemos neste lugar, somos este lugar.
Nossa existência está impressa aqui.
Conhecemos as aves, os bichos, as plantas e seus odores e propriedades.
Fomos e voltámos e amamos tudo isto.
Da poeira de dezembro a primeira e última chuva.
Tudo faz sentido na vida,
Mas é preciso viver para entender
Que são as coisas simples as melhores da vida.
É noite a janta está pronta.
Vamos jantar.

17. Meros

A tarde caiu quente.
Lá se vai mais um dia.
Mais uma mera parte da vida.
Mais uma flor caindo da árvore.
E que graça está vivo,
Que graça,
O momento instante é uma incógnita.

16. Triste desfecho

A realidade dureza é dura feito rocha.
Após quase dois dias o corpo de meu primo foi encontrado.
Pobre jovem que tinha a vida pela frente.
Foram dias de angústia e dor que se prolongaram para nossas existência.
Esta tragédia que dilacerou nossos corações.
Dias sem sentidos e profundamente tristonhos.
Temos o caos no peito, na mente e na alma.
E este isolamento não nos permite rever pela última vez.
E se vai, e mergulha no universo infinito,
Volta de onde veio.
Nos deixando impressões, sensações, sentimentos, afetos.
Deixando a certeza que foi maravilho enquanto durou.
Deixando a certeza de que nada dura pela eternidade.
E que o momento é tudo.
Marquinhos tinha muita vontade e determinação para o que queria.
Amava futebol, amava estudar, gostava de jogar.
Era extremamente tímido e calado.
E foi assim que viveu o que tinha para viver.
A vida seguirá menor sem sua presença, sua existência.
E tudo fez sentido pela sua existência.
E a rocha se esfacela e vira solo.
A respiração virou ar,
E o corpo nada mais.
E a vida confirma quão incógnita é.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh