Certa vez, numa de minhas leituras de Borges uma frase dele me chamou a atenção. Nesta frase, o mesmo autor afirmava que os desprovidos de bens materiais, herdam dos antepassados a apenas oração.
Achei extremamente profundo, tanto que me fez pensar e concordar.
Então, hoje dia de Nossa senhora da Aparecida, ao acordar não tinha pensado ainda nesta frase. Lembro que senti uma intensa vontade de ouvir música "Ave Maria" de Schubert e ao ouvir me dei conta que sem dúvidas uma das mais belas que conheço, percebi que me emociono sempre a ouço.
Sempre que ouço, sinto meu coração confortado.
A música "Ave Maria" sempre esteve tão presente em minha vida desde a infância, passando pela adolescência e culminando na idade adulta e pelo visto se chegar a terceira idade também.
Em Serrinha e depois por onde passei, sinto-me bem ao ouvir no rádio às 18 horas a voz do anjo tocando a Ave Maria... Acho um momento tão simbólico quando o dia se entrega a noite e se dissolve por completo.
Que beleza plena.
Quão subjetivos são nossos elos entre o presente e o passado. Agradeço agradeço pela não refutação desta fé, e sim pela refutação da razão.
Certamente, essa música e essa oração tem o poder de humanizar as pessoas.
Adormecida, pode está ficando, mas um dia acordará para todos os corações.
Deveras, Borges estava correto ao afirmar que a oração é a nossa única herança.