quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Frutos da idade

Este novo mundo que conheci a quase cinco anos ainda me impressiona.
Serão as estações do ano, os dias ensolarados ou chuvosos, as noites estreladas ou enluaradas?
Percepções... frutos do amadurecimento?
Creio ser a soma de tudo.
Coisas que para alguns são imperceptíveis me encantam.
Entram neste rol o jambo crescendo,
As castanholas trocando as folhas, com seu processo de senescência, mudança da cor do verde para o vinho das flores, depois caem e cobrem as ruas.
O canto da patativa e roxinó na madrugada.
A brisa fresca da madrugada,
O calor intenso do meio dia,
A indisposição eventual.
A substância do pensar se efetivando na velhice.
Se tornando um ser mais paciente,
Quem sabe não será a sabedoria?
Algo me impressiona muito ultimamente.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Ação

O tempo,
O espaço de tempo,
Curto ou longo espaço de tempo,
As coisas,
As coisas a serem feitas no prazo e a tempo.
Tudo é tempo e espaço.
Espaço, início, meio e fim,
Tempo breve ou longo,
Repetição
A conclusão...
Como encontrar a perfeição?
Só o tempo ensina,
Só a ação determina,
Só o trabalho dará uma definição.
O resto é retórica.

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Verão

O verão chegou e trouxe consigo durante o dia céu azul  e noites estreladas.
Com a falta de chuva murcham as ervas,
As árvores perdem as folhas que preenchem as ruas,
Depois florescem pomposamente.
As aves ficam frenéticas e não param de cantar,
Nesta sinfonia até os saguís acompanham sob a regência do verão.
Que encantador que é o fim e o início das estações,
O inverno que partiu deixou a marca das chuvas nas paredes infiltradas e o subsolo cheio de água.
E o verão chega com ar de inovação e ficará até a próxima estação.
Com suas peculiaridades agradáveis e desagradáveis.
Como o canto das aves e o calor respectivamente.

sábado, 11 de agosto de 2018

Imbricar

Pensar as fases vida é um exercício vigoroso para estimular a consciência.
E quando se aborda consciência praticamente não existe limites para tal ação.
Todavia gostaria delinear esta ideia  através da relação familiar.
Em linhagem genética numa família o máximo que chegamos a conhecer são os avós, digo com relação cognoscente.
E o que conseguimos abstrair desta relação é algo ínfimo.
Poucas são as relações duradouras entre avós e netos.
Essas relações tem um período que são como o anverso da moeda, enquanto um está na infância o outro na velhice. Em ambos os casos há um descolamento da realidade que é ou deve ser equilibrado pela fase intermediária, a idade adulta, no caso a dos pais.
Através deste vértice, podemos perceber que a vida pode ser vista e vivida em todas suas fazes.
A grande questão é como vemos e vivemos as fases da vida?
Algumas pessoas nunca conseguem ver e viver as fases da vida e ter um entendimento desta.
Talvez abortados pela morte ou envolvidos em suas paixões.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Dúvidas

Há cosmos no mundo?
O que informam nossas impressões?
Atino apenas que cada dia é peculiar, impar, único e pleno de realidade.
A maneira a qual nos comportamos, julgamos ou optamos por um caminho, uma verdade é decisão meramente subjetiva.
As causas são imprevisíveis ou improváveis.
Ah. Como nos nortearmos na vida?
Como encontrarmos o cosmo presente no mundo?
Como gerenciarmos essas impressões que nos preenchem?
Como podemos perceber existem mais dúvidas que certezas.
O resultados de nossas decisões só poderão serem conhecidos diante do vivido.
Parece que o que importa é encarar a realidade...

Uma data

Sair de casa,
Ir embora,
Deixar o conforto e a proteção paterna,
Partir para longe,
Sem saber o que se pode encontrar,
Se aventurar,
Expandir as fronteiras e tornar sua casa uma outra fronteira.
Um novo nascer do sol e um novo entardecer...
Foram tantos até hoje que atinjo a maior idade.
Faz 18 anos que sai de casa
E deixei olhos afogados de lágrimas.
Que vontade de voltar,
Mas já não mais essa essência,
O tempo passou e me aprovou...
Saudades eternas,
Sem expressão...
Quando parti deixei pra trás infância e adolescência,
Quando parti a solidão me abraçou,
E a responsabilidade se tornou necessidade,
Forjou ser quem eu sou ou tento ser cada dia.
Maior idade,
Melhor idade,
São 18 anos
desde o dia 08 de agosto de 2000.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Notícia

    O grupo de watssap da família Queiroz anunciou mais um assassinato em Serrinha.
    Como se tornou comum seria apenas mais um se não conhecesse a vítima. 
   Minha atenção foi tomada, pois se tratava de uma pessoa de meu convívio. Embora nunca tenha trocado uma palavra, o conhecia de vista assim como sua família dele, ou seja, faz parte de minha história e isso é importante.
   Na época que o conheci por circunstâncias de proximidade de espaço, pois morava na rua da Câmara municipal que ainda era de barro, por se tratar de uma rua nova feita pelo seu Elaide.
    Naquele tempo, estudava a sétima série numa sala da escola José Francisco da Silva que até mudou de nome. Lembro de ficar observando pela janela, pois achava as aulas muito monótonas, apesar de todo o esforço. A única distração que restava era olhar pela janela os movimentos da casa.
    Sei que era natural das Lages, seu filho nasceu após a copa de 1994 por isso se chamou de Romário. Era uma pessoa alta, magra, galego e só andava a mais de 80 km.
Deve fazer mais de 15 anos que não tinha notícias. Infelizmente, receber essa notícia é triste.
      As memórias continuam adormecidas, este fato mostra que só precisamos de mecanismo de resgate da memória. 
    Como complemento, a perca por meio de um assassinato, nos amedronta, seja lá quem o matou tem motivos que nunca serão revelados. Na maior parte das vezes, são motivos irracionais, dívidas? acerto de contas? Sabe lá.
A vida perdeu muito o valor ultimamente.





segunda-feira, 23 de julho de 2018

Acorda

O tempo tudo consome!
Matéria, memórias e vida.
A manhã, a tarde e a noite se passam com o dia.
O inverno e a seca se passam com o ano.
A infância, a adolescência, a idade madura e a velhice se passam com a vida.
Não somos ignorantes, pois os espelhos, os filhos crescidos, os amados morridos nos revelam que a vida é passageira.
Nunca é tarde para despertar e entender que poucas coisas na vida valem a pena.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Reminiscência da infância

Saudades!
As memórias que temos da vida são incalculáveis, tanto as boas quanto as ruins. O acesso as memórias são desencadeados pelos encontros com as coisas, situações, palavras, odores, imagens e etc. Certos encontros nos fazem acessar as boas memórias que nos tornam saudosos, já outros encontros ativam memórias ruins que nos entristece.
Todavia, fui tomado por um bom encontro que não sei como aconteceu. Estava deitado, lendo e num atino como uma epifania, lembrei-me de duas pessoas amigas que conviveram comigo durante a infância.
Tratam-se de João de Licó e Elita Palmira. Pessoas simples, com rotinas normais sem nada de brilhante ou espetacular.
Não tiveram filhos e viveram até a velhice.
Não eram solitários, pois adotaram Elvinho sobrinho de Elita.
Ainda recordo seus hábitos.
Amavam a limpeza, por isso consumiam tanta água.
Adoravam criar animais, tinham sempre muitas galinhas e muitos patos, poucas vacas dois jumentos para o serviço de abastecimento da casa.
Tinham no pomar uma laranjeira, erva cidreira e uma horta de coentro e alface.
O sítio era pequeno com coqueiros, umbuzeiros, mangueiras, goiabeiras, araçazeiros, pinheiras, serigueleiras e cajueiros. Plantavam sazonalmente, milho, fava e macaxeira.
Elita gostava de fazer doces e foi lá que pela primeira vez comi pamonha doce. Gostava de servir doces de mamão às visitas.
Ela sempre fora de Serrinha do Canto
Para mim, o que tem de mais interessante neles é mantiveram sempre uma relação de extrema cordialidade entre nós, eu e minha família.
Eram excelentes vizinhos.
Nas nossas relações envolviam sempre muitas conversas. Eu era um mero coadjuvante, um ouvinte, um bom ouvinte. As conversas se davam entre papai e Joãozinho como era conhecido.
Eles conversavam sobre tudo, trivialidades principalmente. Haviam aquelas histórias mais interessantes que com o tempo e a repetição perderam o encanto. Dentre as histórias por exemplo se conversava sobre superação contando os grandes anos de seca ou de grande inverno, falava-se ainda sobre anos de fartura. Tinham as histórias de coragem e braveza. As histórias cômicas, embora as favoritas de meu pai não se contava muito, talvez em respeita aos cabelos branco de Joãozinho.
Depois que fui embora não tive mais estes momentos maior frequência, foram reduzidos às vezes que ia visitar meus pais. Durante a faculdade, costumava ir em casa todo mês e sempre recebíamos a visita de João e Elita, quando não íamos papai e eu a casa deles.
Ele me via como um lutador, me admirava pelo meu esforço e dedicação.
Antes da faculdade, sempre podiam me encontrar num corredor lendo e quando Joãozinho chagava lá em casa e que estava lendo, parava para ouvir ele conversar com papai. Nunca me cansou suas histórias.
Talvez, inconscientemente já soubesse que aqueles momentos eram ímpares.
Na verdade eles me conheciam desde menino, lembrar deles é lembrar muito de quem sou e qual é a minha origem.
Muitos dos valores que levo, aprendi enquanto convivia com eles.
Foram testemunhos de minha luta e recordar isso me faz bem.
Então fui dormir feliz depois desta memória.


quarta-feira, 18 de julho de 2018

Movimento matinal

Manhã de chuva fresca,
A luz pouco difusa,
Som dos pingos pingando nas folhas,
O solo encharcado,
A luz do poste acesa,
O escuro da sala,
Percepção, percepções,
Frouxas reflexões,
Em sua totalidade tudo é paz,
Tudo é calma nesta hora que passa mansa e devagar,
Numa manhã de quarta.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh