quarta-feira, 18 de julho de 2018

Movimento matinal

Manhã de chuva fresca,
A luz pouco difusa,
Som dos pingos pingando nas folhas,
O solo encharcado,
A luz do poste acesa,
O escuro da sala,
Percepção, percepções,
Frouxas reflexões,
Em sua totalidade tudo é paz,
Tudo é calma nesta hora que passa mansa e devagar,
Numa manhã de quarta.

domingo, 15 de julho de 2018

A Pioneira

No conto o Zahir  Borges escreve o apotegma "tempo atenua a memória".
Deveras intenso, interessante e real.
Então, memória e tempo constituem uma relação breve caso não haja pontes.
Desde 2013, faço parte do corpo docente do DSE da UFPB onde se localizava a lanchonete Pioneira que servia a estudantes, professores e transeuntes. Este estabelecimento que a mais de 30 anos fora administrado pelo mesmo dono Seu Antônio e sua Esposa Dulce está cerrando as portas. Cotidianamente, antes das sete horas já estava aberto, fizesse chuva ou sol, ao entrar no corredor já podia ouvir a tv ligada anunciando as notícias do Brasil. Com alegria se ouvia um "Bom dia".
Todavia, esta segunda semana de julho, ao passar só pude ver meia porta aberta, sem Dulce e sem mercadoria, a tv estava ligada, mas atrás do balcão estava seu Antônio em silêncio. Não ouvi um bom dia, só vi um senhor de idade, triste que dedicou metade da sua vida, sem saber o que será de sua vida de agora em diante.
Então, nostalgicamente penso que assim como eu, vários calouros e professores novos foram recebidos com tanto carinho, bem atendidos, transeuntes foram informados de seus itinerários. Tanto serviço prestado.
E agora, está sendo descartado por não se adequar as novas condições do sistema.
Aposto que cada dos inúmeros biólogos formados pela UFPB até então tem uma história da Pioneira.
A mim só resta gratidão e carinho.
Sei que o tempo atenuará a memória como dizia Borges, mas sempre lembrarei da Pioneira, nas pessoas de Seu Antônio, Dulce e Vaninha.

sábado, 14 de julho de 2018

Plenos

Quantos dias mais viveremos?
Num determinado momento algo nos faz pensar sobre quanto tempo de vida teremos?
Esta pergunta nos é passível a alguns mais a outros menos, mas se trata de mera intensidade ou satisfação.
Agora, nesta tarde fresca de luz frouxa de sábado fui abordado por tal questão.
Por intensidade metafísica ou por fraqueza psicológica.
Na verdade o que me fez pensar foi ouvir um adágio de Bach dotado de intensa beleza.
As coisas belas tem a capacidade de nos apaixonar e tomados de tal sentimento, nos preocupamos com a finitude.
Possou ouvir várias vezes, mas cada vez será única e de novo ad infinito.
No meu caso não sei quanto mais viverei e não me interessa.
O que importa é a intensidade em que estou vivendo no momento.
Poucas coisas, muito poucas mesmo valem a pena.
Então, que aprendamos a reconhecer essas coisas e seremos, senão felizes, plenos.

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Incógnita contemporânea

Como é maravilhoso este mundo.
Mundo este que denominamos nosso, embora desconheçamos sua totalidade e talvez este seja um dos motivos pelo qual o desprezamos ou seja por pura ignorância.
Caso paremos ou desaceremos só para contemplá-lo, certamente, descobriremos o quanto é belo e maravilhoso. Exatamente se pararmos para observar as cores e as formas, ouvirmos os sons, sentirmos os aromas, a temperatura e porque não respirar fundo e tentar sentir o ar enchendo nossos pulmões.
O fato é que somos escravo do nosso tempo, pois precisamos dele para produzir, não falei consumir e sim exatamente produzir.   
Nos tornamos tantos e em tão curto espaço de tempo que precisamos ser os melhores produtores se não seremos engolidos pelo triturador chamado espaço profissional.
A produção em sua totalidade acelerou vertiginosamente e deveras não consumimos consumi-la.
Cada dia novos produtos inovadores, revolucionários, eluditatórios nos são apresentados gerando em nós um desejo intenso de consumi-los nos alienando. A nossa realidade é responsável por isso ou essa realidade virtual? Eis uma questão que não atrevo a responder.
Só percebo que há uma ansiedade muito intensa entre nos por consumir e produzir que foge ao nosso controle e que não sabemos como controlar.
Até quando se sustentará?
Eis uma incógnita.

quarta-feira, 11 de julho de 2018

Circunstâncias

Uma palavra,
Definição?
Um fulcro,
Uma referência,
Uma ordem,
Algo a ser encontrado
ou ser perdido,
Circunstâncias...

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Refúgio

O silêncio,
O pomar,
As galinhas,
Os pássaros,
Os grilos,
Os sanhaçus,
Os cães dormindo,
Galinhas cacarejando,
O vento soprando,
As folhas das plantas  chiando,
As flores brancas, amarelas e verdes abertas,
O cheiro das coisas do protetor solar,
Do tempo,
O barulho da voz grave de mamãe
E as respostas de papai.
Eu monologando.
A alegria da vida.
Cada segundo essencial à minha essência.
Plenitude seria uma definição do momento presente. 

domingo, 1 de julho de 2018

Sucessivamente

Em algum lugar de Martins em 1980 meus avós e tios que já partiram se encontravam muito vivos. O que possivelmente estariam fazendo é uma incógnita, pois nada foi registrado e se perderam as referências, todavia alguns deles, com certeza meus avós Chico e Chica; Sinhá e José estavam celebrando o domingo. Incertos de suas sinas.
Esperavam o almoço enquanto conversavam ou matutavam na vida ou nos problemas. Talvez ouviam um rádio e comentavam as notícias, porém tudo foi perdido e assim está e continuará.
Suas histórias desgastadas de repetição, seus conceitos infantis consolidados, seus corpos cansados e suas ambições e impressões do mundo e aquilo que foi possível de compreender.
Hoje, agora, penso sobre tudo isso. E vem uma reflexão se e quanto evoluí?
Aqui estou esperando o almoço e matutando sobre a vida.
Não há maneira de viver diferente ou há? Será tudo uma ilusão?

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Resposta


Como é lindo o apotegma de Diógenes ou de Platão "O tempo é um espelho da eternidade".

O tempo deveras me intriga e me assusta ou talvez apenas duas de suas consequências: envelhecer fisicamente e morrer.
Nossa vida tem o tempo por perímetro e viver implica em consumi-lo constantemente ou talvez estejamos consumindo nossos corpo e diante deste processo envelhecemos perdendo assim as habilidades motoras e nos tornamos prisioneiros de nós mesmos e o fim é a morte.
A vida é o intervalo entre nascimento e a morte e esse intervalo é mensurado em tempo. Este tempo de vida é uma incógnita para nós, podendo ser breve ou longo a depender da graça divina.
Embora viver nos aproxime sempre de nosso fim nos proporciona algo extremamente delicioso como a experiência e como consequência o conhecimento e a sabedoria.
Realmente se o tempo é o espelho da eternidade nossos reflexões são nossas gerações e o que transmitimos para estas. É muito bom refletir sobre o que podemos apreender das gerações passadas e o que pretendemos deixar para as futuras gerações.
Uma incógnita se forma aqui, como sempre a resposta não foi concluída, mas já ganha alguma definição.
De sorte que no fim talvez tenhamos um conceito do que seja o tempo e a vida.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Refúgio

No alto de uma montanha,
Na beira da praia,
No meio de uma floresta,
No meio de um campo
E em qualquer lugar
Nosso refúgio é o nosso ser.

sábado, 16 de junho de 2018

Solidão ignorante

O silêncio,
O ranger do abrir da porta,
O silêncio,
Um gato sem nome desperta e mia.
O cão sacoleja a orelha e se chega para a cozinha de chão batido.
Os átrios da casa escuros impregnado de cheiro de solidão,
A lenha sendo acesa no fogão de lenha exala o cheiro da madeira.
A panela a cozer uma comida sem gosto.
A solidão,
Qual foi o sonho sonhado,
Qual foi o sentido da vida vivida na solidão?
Alguma ideia?
Alguma paixão?
Ou apenas solidão.
Por ignorância ou por ambição,
A solidão gerou a diabetes,
E esta consumiu meu tio até o fim de seus dias.
De lembranças só resta a solidão.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh