segunda-feira, 25 de abril de 2011

Folhas pelo chão

Folhas secas espalhadas pelo chão,
quando sopra a brisa da manhã,
as folhas desprendem dos ramos
e são espalhadas pelo vento pelos
cantos, sob as árvores, pelas estradas,
pelos jardins.
E o chão fica todo bordado,
todo colorido de marrom,
o chão chia quando se pisa,
é tão gostoso perceber
que o tempo passa,
que ele decretou a chegado
do outono e que as árvores
tem que ficarem nuas para o inverno,
as ervas já estão secando,
logo mais chegará o inverno,
os dias estão cada vez mais limpos,
azuis, claros e quentes,
sorte que a brisa sopra,
sorte que estamos vivo,
logo mais vai passar,
tudo passa, tudo passa,
e as folhas coram o chão.

Perceber

Quando olho algo vejo,
mas nem sempre vejo o que olho,
algumas vezes simplesmente olho
e nada percebo. Vejo mas não identifico.
olho para as formas sei que as conheço,
mas ignoro pensar sobre o que sei
e muitas vezes nem sei.
As vezes olho para uma flor
e nada vejo, cheiro-a e tudo que vejo
são imagens, lembranças, não vejo
a a flor, ela simplesmente faz olhar
para dentro de mim,
não ignoro sua forma,
mas não vejo não sei
desmembrar cada parte,
não sei que nome se dá.
Vejo que tem pétalas, mas nem conheço essa palavra,
e vejo que tem sépala, mas também não sei o que é,
vejo que tem anteras, filetes, estigma, filete e ovário,
mas eu nada vejo, pois não sei descrever,
só vejo uma plena organização, singela e muito bela,
olho para a flor,
e tudo que percebo é sua cor,
seu cheiro, mas ignoro sua forma,
assim como escuto muitas coisas, mas não entendo,
ouço um amigo falar uldo, mas não entendo nada,
sinceramente eu acho que os animais falam e se entendem,
eu simplesmente ignoro o que desconheço,
e as vezes perco o desejo de conhecer e passo a todo o tempo
ignorando o que vejo, que ouço o que sinto
eu passo pela vida, preocupado com algo
que acho ser essencial para mim.
Fui ao riacho ver o que tinha lá,
mas nada encontrei,
fui novamente com uma turma
e aprendi a ver tantas coisas
vi rochas, vi musgos, vi plantas,
vi animais eu vi um mundo tão diferente,
onde só ouvia o soar da água
descobri que havia um universo,
mas que por desconhecer, por não perceber
simplesmente ignorei,
as vezes achei que voltando lá
encontraria o mesmo mundo,
ele o mundo estava lá, mas não consegui perceber,
não prestei atenção nas coisas,
as coisas simplesmente são e não paramos para
perceber nas coisas.
Quando vejo uma flor, olho e sei a que família
pertence, a que gênero, a que espécie,
mas muitas vezes ignoro o indivíduo,
as vezes vejo o sol nascer,
vejo o mundo e acho que não tenho
tempo, pois minhas ideias andam tão embaralhadas,
então parei para olhar o mundo e percebi que
há beleza em tudo,
que os sentimentos humanos são complicados
e que muitas vezes não se compreende,
mas basta sentir, pois está na nossa essência,
vemos o que conhecemos, somos o que pensamos ser.

William Lloyd Webber Serenade for Strings

Há músicas que são tão belas
e tão tristes que parecem
arrancar no nosso coração
tocá-nos tão intensamente,
que parece cortar o coração
e faz verter nossa alegria,
e nos deixa a pensar
quão efêmera é a vida,
que bela música
que me faz vir totalmente
a mim e me traz lembranças
do que não imagino ter vivido,
é como ouvir folhas arrastadas
pelo vento no fim do outono,
é como está no ocaso
e sentir o frio que chega
com a noite,
é como ver a estrela
a brilhar, mais parece lacrimejar,
é como ouvir uma poesia,
ou simplesmente sentar a praia
e ouvir as ondas quebrarem,
sentir a maresia,
e viajar no som
dessa canção,
e perceber quão frouxo
é o coração e viver
e amar a vida e ter sabor pelo viver.

Schubert

Ouço, mas pareço não ouvir,
não entendo o que passa nessa
música, não entendo o que fala
o vento. Só percebo que o vento é.
E quando o vento passa,
e arrasta as folhas,
e move as folhas das árvores,
e faz um chiado,
o que diz o vento?
O que fala a natureza?
Indica que vai chover,
que é chegada a hora,
que a natureza se move,
que a natureza é viva,
e ouço o vento soar,
alisar as folhas das árvores,
e percebo o vento
anteceder a chuva, muitas vezes,
outras vezes simples mente
só faz a natureza soar.
Com o tempo aprendi
a entender o que dizia
o vento do tempo,
com o tempo aprendi
a distinguir muitas coisas
e a ignorar o vento,
eu passei a não ouvir o vento,
mas esse meu engano,
muitas vezes me fez errar,
então paro e ouço
o que diz o tempo do vento,
porque sou e o vento é,
ou não é, está ou não está,
eu quando estou pleno
em mim, sou,
não é sempre que sou,
as vezes sou como o vento,
as vezes me perco no tempo,
e não entendo o que canta a natureza,
ou não entendo nada.
Um dia ouvi uma música
e ela não me dizia nada,
nas quando não me dizia nada,
me ajudou a está em mim,
e ser pleno por um instante,
nem quis saber quem era,
só sei que não era o vento,
nem percebia no tempo,
ouvia aquele singelo
som tão belo.
E o que me dizia?
Parei pra ouvir
um pouco e entender
Schubert,
para ouvir o vento,
a natureza ainda encantada,
e naquele instante sorri.

Ocaso

É fim de tarde por acaso,
não é noite, nem é dia,
estamos no meio do ocaso,
o sol com luz já não alumia,

pois se põe sem atraso,
a natureza aos poucos esfria,
se recata e silencia,
aos poucos a noite
cai e o dia se vai,
o ocaso sem atraso,
ofusca a luz ao som
do sino da capela
de São Francisco
da rua Luiz Vicentim,
cruza a noite,
enfrenta o ocaso
e vence e abriga
o céu estrelas a piscar
e a noite vence o dia
e o ocaso por acaso,
vem e se vai.

Vem




Desponta o sol da manhã,
calma aurora parte, e o sol
se estabelece, as flores
desabrocham, as aves cantam,
as cores se revelam,
o vento as vezes aparece,
as vezes não, mas é outono,
a natureza toda se prepara
para o inverno, o tempo
muitas vezes treinou as
plantas a se cuidarem,
pois se não fizerem podem morrer
e o sol brilha,
para as plantas,
para as aves,
para o mundo,
todos os dias,
e a aurora vem
na mesma hora,
para saldar o sol,
saldar a vida,
que dar sentido a tudo,
a mim, a ti,
a natureza.

Flores

Uma flor sabe quanto é efêmera,
talvez por isso seja tão bela e delicada,
sabe quando a vida é rara,
nem por isso desiste de ser flor,
contempla o sol, o céu azul,
sente o vento, as abelhas,
a varrerem seu meu, seus poléns,
e simplesmente é pois sabe
que sem ela não há fruto, nem semente,
sabe que parte dela se transformará
fruto e semente e é
através dela que a vida é eternizada.
Uma flor mesmo sabe que mesmo que seja efêmera
é importante, se assim
tivéssemos consciência,
fôssemos mais completos
como as flores são completas.

sábado, 23 de abril de 2011

Dia com Felipe

O sol nasceu e trouxe um dia lindo, claro e azul. E brilhou todo o dia revelando o verde e as formas das plantas que estão sofridas com a falta de chuva e as mudanças do clima. Estão perdendo as folhas, estão cinzentas cobertas de poeira e fuligem, estão se preparando para o inverno. Então o dia claro foi um dia quente em que os prédios absorvem calor e vão liberando noite a dentro. A tarde quando o dia se entrega a noite o céu fica tingido cor de mercúrio, e a cor azul vai se diluindo no espaço e quando menos se percebe é noite estrelada. Hoje com toda essa beleza foi um dia que fiquei meu sobrinho, Ana e Lidi ao shooping, levei ele pra comer um lanche e ganhar um brinquedo, sei que é muito fútil, mas adoro o riso de uma criança que pena não possa fazer isso para todas as crianças. Em seguida dei um livro de dinossauros para ele que o deixou extremamente feliz, e quando voltávamos para ele veio lendo tudo que via. Ele é uma graça tem sete anos, adora dinossauros, ben dez, max stell. Está descobrindo o mundo das palavras. É muito agradável ver uma criança aprendendo. Faz a vida ser mais bela. Então quando era cedo, antes de irmos a feira ensinei o nome de algumas plantas para ele. Ensinei o nome de carros ou melhor não ensinei nada só o fiz ver as coisas com mais atenção. E foi neste dia claro, azul, colorido que passou o meu dia.

Força

Há muita coisa para serem superadas na vida. Uma delas é assumir a vida na real condição e não ficar se sofrendo por aquilo que lhes falta. Muitas pessoas aprenderam a contornar os obstáculos e a partir destes, tiraram lições. Há pessoas que tem grande resistência e as que pouco suportam. Não sei em que categoria me enquadraria, talvez esteja no meio termo. Já vivi situações que desisti e outras que segui em frente, mas tentei nunca parar para me arrepender. Todavia sempre procurei está entre os de grande resistência, mas antes de entrar de cabeça e abraçar essa ideia, sempre parei para refletir se poderia prejudicar ou outro ou não, acho muito importante não vir a atrapalhar na vida do outro de forma negativa. Nem sempre venci, acho que a vida é um ensinamento e a cada momento devemos está aberto para o conhecer. Temos que sermos curiosos e ao mesmo tempo cautelosos, diante das dificuldades da vida temos que seguir em frente e assim construirmos nossa personalidade nossa história. As vezes podemos dobrar a situação, mas só pelo momento temos que ter paciência e quando chegar o momento assumirmos uma posição emergente e assim realizar nossas projeções.
Não busquemos justificar nossos erros, mas sim assumamos e busquemos melhorar sempre, no entanto precisamos ser cautelosos para não provocar mágoa no outro.
Então vamos vivendo essa dialética que é a vida.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Sexta-feira Santa

Sexta-feira da Paixão sempre foi para mim um dia de respeito, de respeito e de reflexão. Tive toda uma formação religiosa católica. Então todos os anos neste dia em minha casa jejuávamos, compartilhávamos com os vizinhos comida. Só comíamos após o meio dia, neste dia não comíamos carne vermelha. Mamãe preparava para o almoço peixe, feijão, arroz e queijo, enquanto na janta fazia tapioca, pão, queijo e leite. Era um dia que ficávamos reunidos, assistíamos a missa pela tevê, víamos o filme a paixão de Cristo. Parando para refletir essa prática ao longo do tempo. Hoje percebi que essa seria uma forma de lembrar da paixão, da minha família e dum costume das pessoas do vilarejo que cresci, bem como dos meus parentes mais distantes. Tenho lembranças de quando jejuei pela primeira vez, a sensação de sentir fome e não poder comer, mesmo que por uma crença é algo muito sufocante, mas que nos leva a refletir sobre o corpo, o sofrimento. Embora seja muito criticado essa crença, embora muitas coisas se fale, ainda acho que essa viver isso, falar sobre isso é uma forma de se conhecer, se afirmar como ser. Este dia é para mim muito importante, pois posso parar e refletir sobre a minha trajetória de vida.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh