A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Mistérios
A borboleta de laranja e preto pousou sobre a flor do jardim para beber néctar. Depois de abrir e fechar suas asas várias vezes, desenrolou aquela probóscide e sugou o doce néctar, depois de visitar muitas flores. Então ela voou pra longe e lá longe encontrou uma planta onde pôs seus ovos que depois de um certo tempo eclodiram e liberando várias larvas, as lagartas, que foram comendo todas as folhas da planta e foram crescendo sem parar até que chegou um dia e essas larvas se empuparam. Dias depois aquelas lagartas se transformaram em lindas borboletas e voaram para tomar o néctar das flores nos jardins. O interessante é que quando as borboletas saem para visitar várias flores elas acabam levando os pólenes e os distribui entre as flores. Mas como as borboleta conhecem as flores? Borboleta sentem cheiro? Sei que borboleta sabe voar, por ovos. Já vi borboleta pousar em tudo que é flor, tomar néctar de todas elas. No entanto as lagartas sempre vejo nas mesmas espécies. Será que as borboletas conhecem a planta que vai por os ovos? E, será que borboletas conhecem as plantas que tem que por? então será que elas têm memória? Agora estou confuso. Esses mistérios da natureza!
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Primeiro ano na Escola
Veio-me a mente a lembranças de minha infância. Lembranças da escola, mas não me lembro da escola como um lugar bom, não sentia prazer em está na escola. Sempre que ao invés do gosto pelo aprender a escola era muito antes uma prisão e via todas atividades como uma obrigação. Por isso os primeiros anos de minha vida escolar nunca fui um exemplo. Muitas vezes tinha vergonha porque não sabia ler, nem escrever, enquanto tinha uma menina Eurides, que já desenhava belas letras e conhecia algumas. Confesso que me achava inferior por isso. Também minha mãe é semianalfabeta funcional, sabe assinar o nome mas não sabia ler, mas apesar disso sabia da importância da escola para o nosso futuro, por isso nunca ficávamos sem ir para a escola um dia sequer, nem mesmo estando doente. Quanto a essa relação dirigiu nossas vidas com punhos de aço. Para minha mãe, em sala de aula a autoridade era do professor(a), por isso qual fossem os fatos, nós éramos sempre os errados. Domar-me não foi muito fácil, confesso que ganhei muitos puxões de orelhas, mas o medo da professora do segundo ano dona Lenita, tinha fama de general inibiu todo meu comportamento. Antes de ir para escola meu ciclo de amizade era muito restrito, foi na escola que pude conhecer os meninos e meninas de outras extremidades de minha pequena Serrinha do Canto, e entrar em contato com pessoas diferentes foi a princípio ruim, pois tive que conter meus modos, mas depois ganhei muitos amigos, meu mundo se ampliou. A escola como estava dizendo não era atraente, não sabia pra que serviam as palavras, no meu povoado sequer tinha placas, como eu iria usar aquelas palavras, em casa nem a bíblia tinha. E as pessoas que tinham ouvia pessoas falarem que a bíblia era ovo que as pessoas chocavam debaixo do braço, enfim não sabia para que serviam as palavras. Gostava da ideia de ter uma mochila, usar farda achava muito legal porque via meus irmãos mais velhos. Então o mais legal na aula era ficar marcando as horas de ir embora, nós crianças éramos muito astuciosas e aprendemos a hora de ir embora pela réstia da luz do sol na parede, era uma hora exata, disso nunca me esqueço. Minha primeira professora era Livani, filha de seu Bonifácio, mãe de Nissinha uma das mais bonitas meninas dali. Era baixinha e tinha voz muito aguda, usava pedagogia militar, coisa que aprendeu com os professores dela e ia replicando, acho que ela evoluiu senão os alunos estão tendo a mesma forma de ensinar, talvez ela tenha se aposentado. A escola Isolada Serrinha do Canto continua lá, acho que o terreno foi doado por uma pessoa de lá. Não sei. Só sei que por falta de recurso a professora dava aula por uma minharia, com certeza dava aula por amor. E eu tive a oportunidade de viver essa realidade que me assombrou por muito tempo. Bicho do mato brabo, pra ser amansado leva muito tempo, mas certo dia fui domado. Nem tudo na vida é perfeito, só sei que foi ali que tive a oportunidade de aprender as letras, as palavras e as frases. Foi a partir da força que fui domado, foi por causa da minha mãe que continuei e aprendi na escola, porque se fosse por minha vontade, seria analfabeto. Acredito na importância da família, da primeira professora e do esforço particular para que possamos ter pessoas que vivam em harmonia e ética. Foi na minha primeira escola que tomei conta da responsabilidade que é preciso na vida inteira.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
O olhar
Acredito que cada pessoa tem um olhar diferente do mundo que elas vêem aquilo que elas conhecem e simplesmente ignoram o que desconhecem. Um agricultor ver a terra e o que nela se produz, um engenheiro ver as estruturas de como pode construir o que foi projetado por um arquiteto, um botânico ver as plantas, um professor uma forma de ensinar, um jornalista uma forma de comunicar. E assim são todas as diversas profissões ou passa tempo que encontramos para nos afirmar como seres, buscamos fazer o que nos faz sentir bem, no entanto como descobrimos? Não seria uma nova forma de perceber o mundo, que evolui com os estímulos que recebemos. Antes de ser agricultor, engenheiro, arquiteto, botânico, professor ou jornalista todas essas pessoas não são gente e não foram crianças? Creio eu que sim não tem como duvidar essas afirmações, mas o que fez essas pessoa despertarem e tomarem o gosto por aquilo que fazem? Será que foi de ouvir os pais falarem, por necessidade, por tomar gosto ou simplesmente porque acha aquilo belo, decente? Sou botânico e afirmo que o ambiente influenciou muito para minha decisão. Seria o desejo de se superar? o desejo de poder ter mais conforto? o que seria? Acima falei sobre a questão do olhar como canal, como luz que alumia nossas ideias, desperta decerto um desejo, uma filia e partindo desse desejo vamos construímos o que queremos nos tornar. Uma coisa é certa todo mundo quer se dar bem na vida, mas para se dar bem na vida, ter conforto recurso dignamente é necessário trabalhar duro, caso contrário podes até conseguir o que deseja, mas sem esforço não se tem amor ao ser tornado. Mas onde está a gênese de que o faz viver, trabalhar em função desta coisa? Já pensei muitas vezes no meu caso e percebi que não tem um começo um pondo onde possa dizer foi isso. Não mas uma curiosidade que despertou das diversas maneiras que tentei entender o objeto observado, percebi que quanto mais tentava entender, mas percebia que existia ali uma caixa mágica um universo de formas, de ajustes, de cores, de sutilezas, de diversidade, e fui mergulhando na botânica, onde me dei sentido a minha existência através do desejo de conhecer, de ver, de apreender de mostrar, de ensinar. Eu fui atraido, me tornei canal e agora sou o que sou. E através de minha forma de ver o mundo posso mostrar para as pessoas que não conhecem botânica a veem isso que tanto me fascina e assim o é com quem faz todas as coisas importantes citadas acima. Resta descobrir qual a sua maneira de olhar o mundo, basta escolher uma e seguir a vida.
Amizade
As amizades são cada vez mais raras, pois necessário um longo tempo para se ter a certeza desta relação. Não se tem um ponto onde a partir daquele momento se declara amigo. antes de tudo precisamos para termos certeza da amizade termos respeito, admiração, companheirismo, cumplicidade e simplicidade. É algo extremamente espontâneo como uma brisa da manhã, belo como um jardim, ou melhor a amizade é um jardim que para ser belo requer certos cuidados. Precisamos regar a amizade de cuidado o simples fato de respeitar o outro é um bom início. Não pode haver interesse nesta relação, as coisas tem que serem espontâneas. É o cotidiano quem vai estreitando a relação e quando menos percebemos somos amigos. Mas é extremamente ruim quando por algum motivo nos distanciamos das pessoas que nos apegamos. Será que as pessoas boas tem a missão de levar paz a todos os lugares. Ficamos mais fracos quando essas pessoas se vão, pois temos a impressão que sempre temos algo a mais para aprender, algo a mais para ensinar. As vezes a vida passa e não percebemos a importância de determinadas pessoas em nossa vida, como ela nos influenciam e como influenciamos. Seria uma troca. Tenho uma certa impressão que a somos caravelas, somos pessoas solitárias, que as vezes encontramos um porto, encontramos algo valioso, mas que infelizmente para seguir viagem não podemos levar nada, não podemos deixar nada. Só os bons sentimentos e as boas memórias. No começo parece difícil, mas superamos. Mas a amizade essa levamos. E carregamos no peito o que há de melhor a sensação de sentir bem, de fazer bem de ter um amigo, eterno amigo.
Canto
As aves parecem está se aninhando, segunda feira 11-04 no fim da tarde, na praça dos cocos, sobre as figueiras, sabiás faziam uma festa, pois era uma cantadeira só. Hoje dois dias depois ouvi sanhaçus e patativas cantando numa animação, acho que estão se aninhando.
Canta o sabiá,
canta seu canto cheio de encanto,
cantem aves,
o sol está escondido,
mesmo assim o dia segue,
cantem aves
e embelezem
o mundo
com melodia,
com som,
com paz.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Sertão
A vida se vive por estação,
cada estação há uma marcação,
no sertão há só duas estações,
inverno e verão.
No inverno tudo é verde e vivo,
no verão tudo é cinza e adormecido.
no inverno canta o riacho
que corta o vale rio a baixo,
zoam as abelhas, cantam as aves,
verdejante o horizonte
cheira a folha, flor e mato;
no verão água seca,
as plantas morrem,
outras perdem as folhas,
o riacho seca e cala,
as aves migra,
só resta calor, luz e sol,
mas a beleza
essa não abandona nunca o sertão,
a beleza é subjetiva,
e o sertão está dentro de nós,
cada estação está guardados
nos sulcos e giros cerebrais,
aquela beleza,
as vezes cheia de tristeza,
as vezes plena de alegria,
alegria que a natureza cria,
no pingar da chuva,
no desabrochar da flor,
no vôo das borboletas,
no canto das aves,
na boa colheita,
no bom negócio.
A vida nossa é tão subjetiva,
que acho que lugar mais belo
não há que o meu sertão,
cinza sertão,
carrego na alma o sertão,
com suas duas estações,
com minhas ilusões,
com o céu,
o doce do mel,
as abelhas,
o vento,
o cheiro do mato,
meu ser e o sertão.
Pattaro
Barão Geraldo é um lugar peculiar,
por onde quer que vá,
tem uma rua com nome Pattaro,
são muitas ruas,
Gilberto Pattaro,
Gerônimo Pattaro,
e até escolas.
Neverland,
que doce é esse lugar,
de tão rico em diversidade
cultural,
aqui mora gente de todo lugar.
Chuva da noite
A tarde partiu sombria,
foi uma tarde sem luz e fria,
o sol nem pode expressar
a rubra luz,
a noite a noite caiu
e junto com ela
a chuva veio cantar,
e como canta a chuva,
entoa seu canto,
e faz as biqueiras,
bicas e telhado
acompanhar
a sinfonia,
ah tarde já não sedes mais,
ah noite sedes,
mas a chuva tomou
teu palco.
Aromáticas
Ontem conheci um lugar maravilhoso, fica em Paulínia, é uma unidade da Unicamp de estudo de plantas que produz óleos essenciais e muitas com propriedades medicinais. O ambiente é muito gostoso, pois é bem cuidado, limpo e o único cuidado que se deve ter é com formigas, abelhas e algumas plantas urticantes, além dos muitos aromas tem o cheiro do campo. Todas as plantas vi ali eram maravilhosas, extremamente interessante, verdadeiras produtoras de essências. Algumas estavam em estágio vegetativo e outras em estágio de floração, mas isso não importava muito, pois em sua maioria as estruturas produtoras de óleos e essências estão distribuidas pelas folhas, cascas e caules. Então só precisava macerar as folhas e cheirar. Tive a oportunidade de conhecer novas plantas e sentir diversas essências desconhecidas. Haviam plantas de vários lugares do mundo. Nesta excursão fui convidado pelo professor de uma disciplina da farmácia para acompanhar o grupo, na maioria muito jovens, sem muito interesse por aquele ambiente. Mas aquele lugar, aquelas plantas com seu charme e essência despertaram logo o desejo naquela moçada. E como uma estória que vai ganhando graça, a moçada foi se interessando cada vez mais por cada planta, cada cheiro, cada forma de vida. O resultado fui muito interessante para aqueles alunos que na maioria são da cidade, e muitos desconheciam este universo das plantas. Foi uma experiência nova para muitos deles, uma nova forma de olhar para o universo botânico.
O sol
O sol brilhou no céu azul,
no meio de cúmulos alvos,
o sol brilhou e tudo iluminou,
sua luz corou as formas,
e me deu compreensão,
por minha visão,
apreendi o mundo,
dentro de mim,
e me senti grande
como o sol,
como o sol,
senti meu peito brilhar,
minha mente iluminar,
as ideias, sensações,
e agora as nuvens
escondem o sol,
mas não podem
esconder sua luz,
essa camada tênue
pode esconder muita coisa,
mas as formas
são evidentes,
por porque o sol brilha,
podemos ver,
sentir o sol,
em tudo que existe.
Viva o sol,
sem o sol,
nada seria,
nem minha poesia.
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