quarta-feira, 6 de abril de 2011

Divagar

Certa tarde sob uma árvore um homem tirava uma sesta, fazia um imenso calor, olhar para o horizonte dava para ver o ar tremer. Aquela brisa quente, mais parecia o calor que partia de uma caldeira. O corpo suado, a mente a divagar. Então o homem acordou, respirou ofegante, olhou para o horizonte, para a sombra daquela divina árvore. Tomou da cabaça um gole enorme que acabou vazando pelo canto da boca, molhando sua barriga. Um arroto espontâneo veio a tona. Faz três dia que ele procura a novilha que fugiu da fazenda, por esse mundo sem porteira. Respirou profundamente, chamou o cão, montou no cavalo e saiu a caça. Ao sair cavalgando pensou na vida, ainda sentia fadiga da tarde depois de encher a barriga de carne seca e tomar um tereré. Via a vida linda apesar do calor, das condições adversas. Fez um sinal da cruz, agradeceu e continuou cavalgando. A tarde caiu, e nada quando chegava a noite. perto do riu viu aquele bicho arredio, finalmente encontrara a danada pastando numa impulca, estrumou o cachorro e preparou o laço, quando a bicha saiu na planície o laço ligeiro logo agarrou o bicho. Conseguira finalmente encontrar e amarrar aquela bicha. Agora levaria dois dias de volta. Se benzeu amarrou a corda na cela e voltou para casa.

Tecoma

O dia lindo nasceu,
antes do sol aparecer,
mas aurora anunciou,
as aves cantaram,
as árvores silenciosas,
calmas e frias,
continuavam indiferente,
sem flores, verdes.
Só a tecoma estava florida,
suas flores amarelas,
seus cachos dourados,
debruçados sobre os galhos,
lindos como o sol,
e muito cheirosas flores,
flores da manhã.
Primeiras flores da manhã.

terça-feira, 5 de abril de 2011

A morte

Um dos fatos que marcaram muito minha infância foram notícias de morte de pessoas conhecidas. Havia sempre uma sensação de perda, tristeza. Muitas pessoas morria idosas, mas teve uma morte que lembro que foi muito comentada por meus amigos. Na verdade o rapaz que fui assassinado era vizinho nosso, mas eu não conhecia, mas lembro que meus amigos que o conheciam ficaram muito tristes. E ao saber que este rapaz foi assassinado de graça. Por causa de ciúmes foi confundido e pagou com a vida. Chamava-se James e morreu foi morto muito jovem. O assassino nunca foi preso, nem sequer fugiu para livrar o flagra. Outra vítima foi um primo meu que foi assassinado na flor da idade, não tinha sequer 40 anos, tinha três filhos. Estava bebendo com um cara que segundo relatos assassinou-o por nada, também o assassino nunca foi preso, sequer saiu da cidade. Casos de homicídios eram muito comuns. Era comum também o fato de duas famílias através da vingança chegarem quase a se acabarem. As cidades circunvizinhas a violência corria a toa. Para matar o outro era preciso apenas olhar atravessado. Esses episódios, essa carnifícina povoou minha infância. Impunidade, ignorância, ódio dentre muitos sentimentos males habitavam aquelas redondezas. Uma coisa eu aprendi muito cedo que a morte faz parte da vida. Que uma vida breve leva ao sofrimento humano, ao sentimento de vingança, alimenta a alma com males. E foi assim vendo como não agir que cresci. Minha família é muito mansa, pacata, ética, somos cordeiros quase não existiu caso de homicídio que eu tenha conhecimento. A morte faz parte da vida. Sempre ia a velórios, enterros e como uma teia aprendemos, nos amparávamos da morte. Hoje não vejo mais essas coisas senão pela televisão, parece que ficou banal a morte. Algo fora da realidade. Pessoas somem, já não querem nem ter uma lápide. Gira o mundo e a morte a todos chega. É preciso fé, amor, paz e compreensão porque a vida não é eterna.

Mente

Hoje tudo o mundo do jardim está calmo, quente e verde. Nenhuma folha se move se move. As folhas estão tão coriáceas, as inflorescências secas. Tudo está numa monotonia. O Phillanthus acidos foi molestado por larvas de lagartas, parece até que morreu, mas não, ele é muito resistente na próxima estação estará forte. Sempre renova a custo de muito sofrimento. As plantas estão paradas, quietas, pois o vento não veio assanha-las. O tempo é que cuida delas que dar a elas a oportunidade de serem lindas e é o tempo também quem as faz triste. De tempo para elas se remontarem, renovarem. Miro então o céu azul, com cúmulos esparços, pombos sobre as paredes e o ócio. Preso entre as paredes, fixo a essa janela. Tenho a natureza através daquela e através desta janela que é meu computador, decodifico o mundo. Mas estou preso a esta janela, vez por outra olho através da janela para ver o mundo, para fugir do meu mundo. Ouço música. Não sei onde me encontro. Meu corpo pode esta aqui presente, mas minha mente mais veloz que a luz viaja. Minha mente não tem um lar. Por isso olha através da janela pra ver se a encontro nas plantas, no jardim, nas nuvens, na música. Qual será a natureza de minha mente? Quando vou poder está pleno com ela?Sabe lá, por isso fico buscando a essência na beleza do jardim, das plantas, no vento. Fora de mim.

Mente

O que existe fora da mente?
Nada, projetamos e construímos na natureza
para sermos servidos,
tudo que podemos destruímos.
Nosso mundo pleno e subjetivo.
O que existe fora da mente?
Que não conheço ignoro,
o que vejo e não vejo ordem,
nem penso,
afinal o que quero?
que dia minha mente?
nada!!!
04-04-2011

Sábado

Cândido o dia assim se passou,

O sol nem apareceu, nuvens

Brancas ocultaram seu brilho,

E no meio do dia uma grande

Chuva caiu, e suas águas

Lavaram toda as ruas e

Regaram todas as plantas,

Fazendo-as sorrir de alegria

Por terem suas sedes saciadas.

A tarde ainda nublada

Fez um frio gelado soprar,

O vento parecia dançar

Com os ramos das árvores,

O singelo dia passou

Frio, sem luz,

Mas vivo dia.

Vento frouxo,

Silêncio...

02-04-2011

Descrição

O dia nasceu tão lindo claro, silencioso

e o jardim sorria refrescado com as chuvas

Que caíram na tarde passada,

A orquidia na euforbiaceae

Está tão florida cheia de flores rosas,

Os lírios estão sofrendo com uma peste

De fungos amarelos, estão molestados

Morrendo, tem algumas comelinas,

Mas ta bonito. A manhã se passou tão bela,

Cheia de risos de criança.

Fomos a feira comer pastel,

A feira é tão cheia de beleza,

De movimento, de cores, de cheiros,

De risos, de produtos,

Enfim as feiras aqui são no domingo,

Quantas pessoas não fizeram

A feira, quantas?

De onde vem feira?

Não sei, mas sei que a feira

Hoje foi linda e a manhã completa.

03-04-11

O que busco?

O que eu busco?
Quando sento para pensar na vida, tenho muitas questões. Uma das mais recorrentes é o que busco?
Quase nunca chego ao fim da reflexão, pois acabo por devagar em círculos. Nunca consigo pensar só numa coisa, sempre pego o gancho de outras coisas. Afinal o que busco? Fugir do ócio, do medo, da vida? Essa pergunta me desnorteia. Embaraça minhas ideias. Acho que não é bom pensar nela. Será e se pensar no que não busco, talvez encontre algo que busco. Bem não busco riqueza, não busco luxúria, não busco poder, será? Não busco a ignorância, não busco problemas, não busco desarmonia, não busco o sol do meio dia. Não busco ficar sem ler... Eu não busco morrer.
É não adiantou muito. A vida sempre tem seus problemas, às vezes muitos, às vezes poucos, mas estão sempre presente. Não seriam esses problemas ausência do que necessitamos. Já sei, busco resolver todos os problemas que assim estiverem ao meu alcance. Busco resolver o meu problema financeiro, de relacionamento. Sei lá queria ser como a água que tudo toma forma e assim se acerta com tudo. É busco viver.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Falar com Deus

A lua, o sol, os planetas e as estrelas,
povoaram minhas noites da infância,
havia no meu céu, alegria e fantasia,
e quando estava amedrontado olhava
para o céu e bem forte pedia baixinho,
pedia diretamente a Deus,
costumava falar com Deus,
olhando para o céu, pois achava que
ele estava lá, então pedia no pensamento,
Deus que nada de mal me aconteça,
que a vida sempre seja boa,
e Deus me ouvia,
via sua alegria no brilho
das estrelas, no brilho do sol,
na meiga lua,
ele tudo me atendia com alegria,
o céu era mais perto,
minha vida era fácil
sem ideias complicadas,
quando surgia qualquer complicação
então bastava rezar e esperar,
que tudo acontecia.
Hoje não tenho tempo para
conversar com Deus,
só converso de manhã,
e a noite perdi minha
intimidade com Deus,
estou buscando
voltar a ser criança
quem sabe assim
ele volte a me escutar,
essas ideias complicadas,
essas vontades,
esses desejos, que tomam
minhas ideias me fez tão se luz,
vou buscar no céu,
na natureza um pouco de sabedoria
quem sabe encontre harmonia,
quem sabe sinta a poesia.

Cartas

O que estará acontecendo lá em serrinha agora, hoje, esta semana? Quando meu irmão mais velho foi embora de casa, seguiu o mesmo fluxo da maior parte dos nordestinos que ou vinham para São Paulo ou iam para o Rio de Janeiro. Com meu pai e meu irmão não foi diferente, meu pai tanto veio para cá como foi para o Rio. Meu pai saiu de casa aos 17 anos e meu irmão aos 18 anos. O fato é que ele veio para Sampa em busca de emprego. Então aquele lar que sempre vivera unido estava desfeito. Meu irmão ficou ilhado a três dias de ônibus da São Geraldo e a unica forma de sabermos notícias era através de cartas, telefonar custava caro, além do mais em nossa cidade tinha apenas um posto telefônico um telefone para todo o povo. A antiga Telern. Minhas irmãs estudavam na cidade e era muito bom quando elas chegavam com uma carta contando suas notícias. Eram sempre cheia de esperança. Minha mãe tinha dificuldade com as letras. Então a encarregada de escrever era a mais velha, Rosângela ou Meire, que decifrava aquele papel com as notícias. Sentia uma saudade dele, mas ficava feliz, pois ele estava empregado e poderia então ajudar em casa. Sempre que podia ajudava com roupas ou com dinheiro. Depois de ler a carta, mamãe chorava de saudades, nos ficamos ali apreensivos, tristes, mas enfim a vida seguia naquele marasmo e as cartas passaram a ser motivos de alegria, eventos os quais nos davam mais esperança, vontade de mudar, de melhorar de vida, ter mais conforto. O tempo foi melhorando então meu irmão passou a escrever nos fins de semana. Meu irmão ligava e pedia para passarem o recado, para esperar a ligação, as vezes meu pai ia, mas na maior parte das vezes quem ia era mamãe. O tempo passou e foi indo embora um a um, o último a sair de casa fui eu, não vim para São Paulo, fui para Natal fazer faculdade. Então mamãe e papai finalmente ficaram só como começaram a vida de casado. Hoje não se usa mais carta, temos telefone celular. Lá em casa, ambos, mamãe e papai tem celular, mas mesmo assim, passo semana sem ligar, mas minhas irmãs ligam sempre. Que louca condição, hoje tenho objetos e não ligo. Tornou-se banal a comunicação que poderia ser um motivo de união, caiu na banalidade e as vezes esquecemos e nos afastamos da família. O tempo está amornando o nosso sentimento? ou seria a banalização da comunicação? Bem os canais mudaram, pra nós, mas todas as vezes que mamãe liga sinto a mesma emoção de quando recebia aquelas cartas.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh