terça-feira, 12 de outubro de 2010

Natura

Dia de primavera,
o sol brilha intensamente,
o vento soa nos ramos novos das árvores,
só o vento soa o resto é só silêncio,
as aves não cantam, os cães não latem,
as plantas verdejantes dão adeuses.

Os muros, as casas com suas paredes sujas,
coloridas, urbanas verdadeiras catacumbas,
parecem vazias,
as pessoas nos seus átrios,
macambuzias,
que feriado silêncioso, vazio para quem não é católico,
nem descanso, nem respeito,
só o sol brilha,
sozinho neste átrio,
viajo ao som do vento,
vento que viaja em me conta suas viagens,
vindo do além e indo para não sei onde.

Quem me dera ser como o vento,
deixar de ser humano,
viajar e ver as cores do mundo,
no azul do mundo da terra.

Aparecida

12 de outubro dia da criança e de nossa senhora de Aparecida.

Minha avó era uma pessoa de muita fé. Viveu 93 anos totalmente lúcida, adorava conversar com ela, apesar da idade tinha ideias claras, convicções e uma memória de elefante. Viveu com nós por um bom tempo. Às tardes depois de tirar um cochilo vinha ela andando quase se arrastando, sentava numa cadeira de balanço, bocejava, penteava o cabelo com a marrafa e ficava contemplando aquelas tardes claras e quentes. Adorava minha vô que se preocupava com o aprendizado dos familiares. Muito inteligente, relembrava que quando estudava só tirava 10, e era convidada a recitar versos na escola nos fins de ano. Lembrava com desgosto que o pai dela havia tirado ela da escola pra cuidar de um doente. Coitada e ainda dizia que estava aprendendo raiz cúbica. Ficava impressionada com a memória uma lembrança muito antiga. Conversavamos muito e as vezes ela rezava enquanto eu lia algo. Via seus lábios rezando. Enchia ela de beijos só pra ver ela toda feliz sorrindo aquele riso doce. Todos os dias quando acordava assistia pela televisão a missa da igreja de aparecida. Rezava, cantava e seguia todo o rito da missa como se estivesse presente. Ela sempre foi muito católica. Vivia feliz com aquela vida. Temia muito a morte como todo ser humano. Hoje lembrei o quanto ela gostava de ver a missa de Nossa senhora. Deus a tenha doce avó.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Carrinho azul

Meus carrinhos minhas balas.

Quando criança os doces são mais doces e os brinquedos coisas preciosas. Adorava quando chegava dos dias de sábados, pois papai sempre ia a cidade na feira comprar açúcar, café em grãos, sabão, querosene, carne e balas. Ah aquelas balas que vinham num papel de embrulho daqueles que o marceneiro enrolava tudo, não exista as sacolas plásticas lá em nós. Ele sempre ia de bicicleta, uma bicicleta barra circular vermelha linda, velha mais linda, tinha uns decaltes muito bonita. Confesso que naquela época a bicicleta mais bonita que achava era a de Dadá do parieiro,pois tinha a pintura perfeita, rosa-prateada era uma 77. Bem mas a nossa bicicleta era melhor, porque era nossa, tinha a bicicleta do meu irmão uma 80 eu acho era uma barra cicular verde todas monark, porque as caloi essas não prestavam pra nada quebravam o bagageiro e as coisa, eram mais bonitas, mas não prestavam. A única caloi que vi que prestou foi uma que papai comprou pra Berg meu irmão primogenito, era uma monareta azul com lameiras brancas que tinha uma dobra no meio, essa era linda e boa niguém em toda a cidade tinha uma igual, como disse veio de São Paulo era tão boa que foi passando de irmão para irmão, ensinou nós cinco a andar de bicicleta. Bem naquela época a grana era muito curta, papai tinha algumas coisas a mais porque ele era muito inteligente e avançado, sempre foi assim saiu de casa pra São Paulo tinha só 17 anos, sequer tinha um sapato, passou 29 dias num pau de arara em busca da cidade de São Paulo, chegando cá foi servente de pedreiro e aprendeu a profissão de carpinteiro. Era boemio quando chegava em Serrinha ele sim tinha bons amigos. As vezes acho que ele já sabia que estamos na vida só de viagem, pois o máximo que passava em um emprego era três meses, quando começavam a gritar com e ele não aguentava por ser bocudo, respondia e era demitido, achava que a grana que ganhava de desemprego maior grana e ai tinha um mês de férias até arrumar outro emprego. Bem meu tio Aldo era casado com minha tia Nevinha e quando certa vez papai foi a Serrinha conheceu mamãe namoraram e se casaram, mamãe era muito bonita. É dez anos mais nova que papai. Mamãe quem cuidava de nós quando papai viajava e tio Alda dava o apoio o fato que mamãe era uma Penélope, mulher de Ulisses da iliada, aguentava o tranco só com nos um monte de meninos dentro de casa cinco, fazia tudo com a ajuda de Cizinha minha prima filha de tio Aldo. Enfim papai chegava da feira e distribuía as balas, nos ficavamos numa alegria danada. Meu pai era meu heroí o mais forte dos homens e as vezes me fazia surpresas. Um dia ele chegou acho que já era mais de meio dia e me trouxe um carrinho lindo, um caminhão modelo mercedes sendo a cabine amarela, e o resto branco, um caminhão de bojões, fiquei muito feliz naquela tarde, meu carrinho e mais balas. Que surpresa linda e doce. Bem mas meu vizinho tinha um carrinho de cavalos, pedi pro me pai um carrinho de cavalos e ele um dia não é que trouxe um carrinho também mercedes, acho que meu pai tinha gosto por mercedes, mas não era daqueles mercedes cabine redonda não quem disse era daqueles mercedes geométrico alemão. O carrinho tinha bulea azul e grades brancas e era mercedes não caminhão da fiat, tinha três cavalos um branco e dois pretos. Nossa aquele carrinho era lindo tinha detalhes na roda. Eu não brincava com esses carrinhos porque tinha medo que eles estragassem, preferia fazer meus carros de lata de sardinha. Quando era inverno fazia imenso currais com pedaços de paus, com pontas, como o solo era mole dava para enterrar batendo com uma pedra. Sim na minha casa tinha um grande coqueiro na cozinha e três do lado da casa velha. na frente da cozinha tinha uma fachina e muitos pés de pinheira, no inverno crescia pés de bucha que eu usava os frutos para servir de vaca. Era fácil fazer, bastava pegar quatro paus e furar num lado da bucha ela fica em pé uma vaga gorda e bonita, verde mas você sabe mente de criança o importante é que ficava de pé como um quadrúpede e ficava ali brincando de vaca a tarde toda, mas meus carrinhos ficavam guardados esperando um dia especial pra brincar, tinha que cuidar bem deles né não sabia quando ia ganhar outro. Certo dia das crianças mamãe me deu um trator vermelho igualzinho o de Nelson de Bia, eu achava que ele era muito rico, pois tinha uma caminhonete D10 creme e um trator que servia pra arar a terra e com a carroceria pra carregar coisas. Esse trator era lindo, vernelho de carroceria azul. Que coisa boa ser criança, tudo é alegria, tudo é grande, doce, tudo é cheio de alegria.

domingo, 10 de outubro de 2010

Doce branco

O canto da patativa, do sanhaçu,
desperta um sabor doce da pinha,
doce branco de sementes pretas,
da casca rugosa.

O canto da patativa do sanhaçu,
lembra as manhãs com ventanias,
o vai-vêm das pinheiras,

lembra o chão molhado e frio,
o verde vitreo das sirigueleiras,
lembra as rumas de lenhas,
rachadas, de anjico.
lembra flor de urucum,
flores rosas.

o mastruço nos terreiros.
a infância

Sol de primavera


O sol de primavera brilha iluminando a natureza,
o ambiente que vivemos. As flores efêmeras desabrocham e irradiam beleza.
Mesmo o sol de primavera brilhando o vento que soa nas folhas
que corre nas ruas tem um sabor gelado.

O dia de hoje é lindo,
a rua está vazia, e o sol já está quase a pino,
camtam os sanhaçus, os pardais e Bach.

Envolvido no meu mundo subjetivo,
sinto saudades, de várias coisas, gostaria de está em casa,
e almoçar com mãe, hoje é seu aniversário.

Ano passado estavamos reunidos, mas ela estava doente,
triste.
Este ano está bem com saúde, mas bem longe de nós lá na serrinha do Canto,
na baixa.

O sol brilha, a vida pulsa as flores efêmeras sorriem

Ocaso


A noite veio cinza,
a lua crescente e a estrela nasceram no poente,
Mirei-as enquanto caminhava lentamente.
Falei com meus pais que contaram algo muito triste,
uma vizinha e um grande amigo de meus pais faleceram.
Isso me deixou reflexivo.
Quantas vezes mirei essa paisagem?
Refleti, reflexo.

Noites

Quando era pequeno na época que morava com meus pais, antes de ir para a escora, acho que tinha uns cinco ou seis anos. O mundo era tão grande, belo e gostoso. Passava o dia a brincar em casa ou com os meninos mais jovens da vizinhança. Naquele tempo no pequeno povoando onde moravamos não tinha eletricidade, tudo era simples. As noites era alumiadas por lamparina. Quase todas as noites saiamos para a casa dos vizinhos. As famosas boca de noite onde ouvíamos aquelas estórias interessantes. Uma das casas que meus pais gostavam de ir era na casa de seu Chico Franco. A casa de seu Chico era junto com a casa da sua filha Dezu. Seu Chico era um senhor cheio de conversas, um dos velhos que eu primeiro conheci. Ele era casado com dona Maria uma senhora de voz calma, pausada as vezes arrastada. Creio que com o tempo os hábitos do marido impregna na mulher, porque a voz dela era pausada como a do marido. Enfim gostava da casa de seu por causa das estórias. Ele da época antiga ficava sentado numa rede ficava sentado como quem anda a cavalo. Sempre saia um cafezinho eu era viciado em café. Ficava olhando sempre pra porta achava interessante aquela porta, uma porta grande, no interior as portas eram divididas em duas partes sendo que a de baixo ficava fechada e a de cima aberta para o vento entrar ou a luz, mas enfim gostava da porta porque era riscada de forma geométrica a formar vários quadrados. Ficava olhando aquilo e formando imagens. A noite lá iamos nós meu pai, minha mãe e minhas três irmãs, meu irmão mais velho já começava a sair sozinho, eu morria de medo do escuro, fazer bocas de noites. Bem nós também recebíamos boca de noite, principalmente de Heleno casado com Maria minha prima, mas confesso que papai gostava mesmo era de sair de casa. Ah bem como não tinha luz ficamos fitando a luz da lamparina, um objeto de flande onde coloca-se querosene com um pavio de algodão, que ao queimar formava uma luz amarela e solta uma fumaça preta. Bem morava com seu Chico o filho mais novo Jesiel, vulgo Geso, baixo usava barba, um torcedor louco pelo flamengo. Bem certo dia Jeso comprou uma bateria de carro e instalou um conjunto de luz incandescente, luzes pequenas umas quatro ou cinco. Confesso que nunca tinha visto tal objeto e tal luz maravilhosa que clareava mais que dez lamparinas, fiquei encantado, maravilhado com aquilo. Vou abrir um parênteses, bem lá em casa tinha sim uma lâmpada a gás, era um objeto muito valioso, pois ilumiava muito. Mas aquelas lâmpadas me encantava, dai quase toda noite pedia pra ir lá pra seu Chico. Ouvia as histórias quando voltava pra casa voltava no tuntun de papai, antes de dormir mamãe cobria agente e me sentia seguro, feliz cheio daquelas conversas.

lmebraças

Primeira TV que eu vi.
Desuita filha casada com Lolo, de Chico Franco tinha uma filha que teve vítima de paralisia infântil, esta menina nascera perfeita, corria era uma menina como todas as outras, o maldito vírus paralisou-a numa cadeira, filha única. Bem o fato que para amenisar a solidão e o olhar triste de Regane, seus pais compraram uma Tv a bateria, não lembro qual foi o primeiro dia que vi aquele objeto, mas lembro do objeto uma philco. O fato é que aquela tv trousse vida para a casa deles pois em Serrinha ninguém tinha comprado uma tv ainda, esta seria a primeira tv, lembro que a sala ficava cheia, lotadinha moleques sentados na sala, nas janelas e Rejane na melhor cadeira, aquela cadeira legal que tinha rodas, coisa que eu achava quando era criança. Era uma sensação quando acabava a novela as pessoas se iam e ficavam só os adultos, Rejane ficava ali e logo se aninhava e ia dormir. Essa semana liguei para meu pai que me falou muito triste da morte de Desu, senti uma tristeza muito profunda por tal má notícia, sei que todo o povo de nossa comunidade sentiu muito, pois essa mulher era extremamente dedicada a filha, a casa e ao marido. Partiu e deixa muita saudades e boas lembranças. Pensei muito sobre a morte e sobre a vida. Vida efêmera vida.

sábado, 9 de outubro de 2010

Fim de calmaria

A calmaria passa,
o dia esfria,
leve vento infla a vela,
há um deslocamento.
A tarde de cinza,
o frio no silêncio vazio.

barco

Um barco a deriva,
na calmaria,
um barco a deriva,
sol, dia azul.
ausência de movimento,
exceto a luz,
nada acontece,
uma calmaria.
o barco no espaço estático.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh