domingo, 31 de maio de 2020

60. A dúvida

Com o tempo aprendemos a aprender.
Talvez ter alma eterna de criança nos ajude.
Não se acostumar com as coisas,
Ter sempre dúvida.
Duvidar é a chave 
Ou buscar sempre entender e dar uma ordem nas coisas.
Não adianta apenas saber,
Deve-se sem ir além.
Sempre em frente.
Deve-se se espantar com as coisas.
Talvez este seja o caminho.

59. Suficiente ser

Gostar de algo que está para além de nossa consciência.
Gostamos porque sentimos e muitas vezes percebemos.
Nossos gostos são aprimorados a proporção que somos despertados do banal, 
Momento que ultrapassamos a percepção.
Quando vamos percebendo as sutilezas e nuances das coisas a serem absorvidas. 
Quando vemos  as diferenças. Então é a partir dai que passamos a conhecer a coisa.
Conhecer algo é inacabado, assim como a viver.
De forma que nem percebemos ou somos conscientes daquilo que gostamos,
Pois é a ausência daquilo que possuímos que desencadeia a nossa consciência.
A consciência é tardia e a prática de reflexão é essencial para uma tomada de consciência.
Acho que nos textos de Clarice Lispector, encontramos, a todo instante, elementos que nos despertam para a realidade das coisas na simplicidade de nossas existências.
Coisas que, na maior parte das vezes, nem nos questionamos, simplesmente aceitamos como reais.
Acho que é por isso que o outro é tão importante para nossa consciência.
Não sei ler uma nota musical, mas amo música, pois sinto...
De sorte que conheço algumas composições de ouvido.
Para o momento isso me basta.

58. Tudo passa

A pandemia Covid-19 mudou nossas vidas.
Estamos isolados tão isolados.
Sem contato social.
Só vamos ao mercado.
As conversas, trabalhos, reuniões são todos virtuais.
Não podemos sair.
Nelson Teich estava certo.
O Brasil está triste.
Estamos tristes.
Todo dia morre mais de mil pessoas,
E o principal ator nacional é um presidente
Que desgoverna.
Quando tudo passar, meu Deus.
Será muito bom.
Que Deus nos abençoe.

sábado, 30 de maio de 2020

57. Desnovelar

E os dias vão se passando.
A gente nem percebe,
E as coisas vão acontecendo,
Sucessivamente acontecendo,
Cotidianamente vai ocorrendo 
O desnovelar das coisas 
O chamando devir.
Tudo oculto,
Tudo uma profunda incógnita.
E assim o é e tem que ser.
Embora sempre almejamos 
Que tudo aconteça segundo nossa vontade.
Mas a realidade é objetiva.
E a consciência tardia.

sexta-feira, 29 de maio de 2020

56. Respeito

Um poema de Pessoa,
De Drmmond, de Cora, 
De Galeano.
Um conto de Borges, de Clarice, de Machado.
Uma crônica de Luiz Fernando Veríssimo,
De Marta Medeiros.
Uma reportagem de Elaine Brum.
Nossa essas coisas são tão saborosas
Como doce de mamão, de goiaba.
Como delícia de abacaxi, como pudim.
Tão harmoniosas como Mozart...
No mundo há tanta coisa para amar,
E ainda se escolhe coisas ruins.
Mas que assim o seja
Que sejamos felizes de nossas maneiras
Sem ferir o outro.

55. Tempo

O tempo sempre presente em meus pensamentos.
Minha consciência me trai quando o intermitentemente
Quando penso no passado e me esqueço do presente.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

54. Significado

Ouço o som da chuva chovendo na noite escura e sou tomando de reminiscências.
Quando criança a chuva significava que 
Não teria que ir buscar água no dia seguinte.
A água da casa era trazida a lombo de jumento. E era bom quando tinha água por perto.
Tinha todo um preparo.
Pegar o jumento na capoeira,
Colocar a cangalha e as ancoretas
E ir até o riacho ou açude buscar a água.
Como era simples aquela vida.
Como nos éramos simples.
O necessário ainda não tinha chegado a nós.
O necessário era o básico.
Não se sente falta do que não teve.
A chuva chove agora, mas não tem o mesmo significado.

53. Entardecer

No fim da tarde,
Após um dia vivido,
Após lutas travadas, perdidas ou vencidas.
Sempre voltamos para casa.
O cansaço, às vezes, nos ajuda a refletir,
Pararmos para contemplar um fim de tarde,
Através de um por do sol.
Entretanto nesse confinamento nosso trabalho se faz em casa.
Podemos resolver quase tudo.
O cansaço parece ser o mesmo.
Olho pela janela contemplando o mundo,
Olho através do espelho e este olhar me faz pensar na vida.
As marcas que o tempo me deu,
A calvície, rugas...
Tanta coisa se passa em nossa mente.
E essa incógnita que é a vida,
Nos assusta,
Mas temos que viver,
Vencer um dia de cada vez,
Até sermos vencidos,
Talvez num fim de tarde.

quarta-feira, 27 de maio de 2020

52. Cansaço

Difícil se animar com tanta morte no país.
À noite, aguardamos com pesar as estatísticas que não param de aumentar.
Atingimos a marca de mil e não parou mais.
Enquanto o Bozó politiza tudo e não sobra espaço para a desgraça que nos assola.
Que os santos nós abençoe.
Que cheguemos ao final do ano.

51. Coisas boas

A manhã fresca é boa para pensar.
A luz tênue, o clima frio e o silêncio 
Nos ajudam na concentração.
Embora muitas vezes não conseguamos,
Pois estamos imersos em preocupações,
Mas não quero causar preocupações,
Quero falar de coisas boas.
Coisas que parecem está fugindo de nós o tempo todo.
Serão nossas escolhas,
Será nossa ansiedade?
Perguntas que ficarão patentes.
A manhã está maravilhosa
Com pouca luz, está fresquinho e só ouço aves piando.
Então...
Vou curtir.

terça-feira, 26 de maio de 2020

50. Assim

Após o dia de trabalho truncado,
Nos sentimos muito cansados.
E tudo que almejamos é descansar.
Um pouco de bem estar.
Nada de pensar.
É assim.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

49. Coisas

Às vezes, a gente se afasta do que gosta por falta de tempo, mas volta correndo quando a saudade chega.
Tô com tanta saudade de casa, de mamãe e das coisas simples e boas da vida.
Sair pra passear, ir ao cinema, ir a praia.
Só na falta a gente sente vontade.
Ainda bem que é inverno.
A chuva ajuda a gente a esquecer das coisas duras.
Ainda bem que não faz calor.
E é isso.

48. Esforço

Após uma manhã nublada,
Cai a tarde fresca,
Enquanto lia um trabalho sobre ensino,
Refletia sobre a atividade de ensino.
E pensava quanto é complexo este tema.
Acho que é a soma de subjetividade com objetividade
E desejo de  ensinar.
O que poderia ser mais fácil que ensinar?
Não ensinar.
Ensinar é um ato de amor,
Quando há resistência a aprender.
Nada vai a diante, mediante resistência.
É preciso está aberto a aprender.
Ensinar é um ato de amor,
Pois na maior parte das vezes,
Ensinar é negar os desejos humanos.
Por isso é preciso contextualizar,
Relacionar, resgatar o que há no outro,
E no final pode ter sucesso ou crer que o insucesso ganhou.
Mas não nos cabe pensar sobre.
Só o futuro revela nosso esforço.

domingo, 24 de maio de 2020

47. Descontinuidade

Acendo o fogo e ponho água para ferver.
Pretendo fazer um chá.
Penso em várias coisas neste instante.
Na cor azul quente da chama,
No calor aquecendo a vasilha de metal,
No ponto de ebulição da água.
E me vez a mente o fazer o fogo,
Fogo de lenha com chama laranja,
Num fotão de lenha.
São as minhas raízes culturais,
A expressão de meu tempo,
Da minha idade.
Que afloram com fazer um chá.
Sabe parece um tempo eterno.
O fazer que só muda de objeto e situação,
Mas os princípios são os mesmos.
Do meu bisavó para meu avó para meu pai, para mim
Para um filho...
É a gente se perde nos pensamentos.

46. Outro momento

Para que este momento se eternize
É preciso paz exterior e interior,
Que haja silêncio,
Concentração,
Que se pense em algo bom,
Deixar para trás o que foi ruim.
Talvez esquecer mesmo que por apenas este momento.
Buscar a melhor memória,,
Pensá-la e amá-la.
Registre em forma de textual 
Na forma de um poema.
Quem sabe!
Às vezes, pensamos que as coisas tem tempo eterno,
Achamos que não passará.
Todavia tem o devido tempo.
O tempo objetivo,
A parte do tempo subjetivo.
E damos diferentes roupagens as coisas,
Ou aceitamos aquelas que os outros dão.
Tudo que falei é bobagem.
Temos maior medo de desaparecer da face da terra.
Medo do não ser. 
Só entendemos de ser.
E ser de maneira caótica.
Ser de maneira caótica.
A verdade é se é que esta existe
Estamos aprendendo a aceitar a existência,
Refutando-a ou amando-a...
Temos medo do que nos faz sofrer.
Sei lá.
Como poderia saber e ainda escrever sobre?
Com meus pensamentos caóticos e imbricados.
Como alto que está sendo triturado num moinho
Dando origem a algo palatável.
Parte de um processo em curso.
Agora, a chuva chove lá fora.
Ouço uma música de piano de Ludovico Einaudi.
E meu pensamento foge daqui e aparece em outro lugar.
Acabou de entrar num museu de Schubert na Aústria.
Os objetos como fatos de uma realidade.
A gente se espanta com essas coisas
Quando elas se materializam
Ou são registros de uma realidade.
Às vezes, nos leva a uma catarse.
Creio que tive uma catarse quando entrei numa igreja gótica.
Ou quando encarei um pintura de Gogh.
Estava ali materializada uma imagem pensada, pintada e contemplada pelo grande Vincent.
É lugares me encantam,
Livros me encantam,
Pessoas me encantam.
É tão bom quando a gente toma consciência do mundo e das coisas,
Consciência que o mundo é muito maior que nós que o nosso entorno...
Que as pessoas podem ser maior ou menor que aquilo que anunciam sobre estas.
Essa mistura de som de piano com som de chuva é tão agradável.
Ficaria um bom tempo contemplando.
Até que delibere fazer algo que ache necessário,
Entretanto não sinto vontade,
É domingo, uma manhã de chuva,
Estou colorindo este texto,
Para mim, pois não espero ser lido.
Há milhares de textos melhores.
Ler Clarice Lispector por exemplo.
Li hoje.
Foi tão lindo o texto.
Só capturei que ela amava rosas brancas,
E ela disse em dois textos diferentes.
Que amava as rosas brancas,
Pois as rosas brancas vão ficando mais perfumadas quando envelhecem.
Que gostosa e verdadeira observação.
Nunca pensei em dar uma roupagem como essa a uma rosa.
Talvez dona Ritinha poeta de Cabaceiras desse.
Só observo e contemplo.
Como amo a poesia feminina de Cora, Cecília e Rita...
Fecho este texto para continuar a viver a realidade em outro momento.

45. Lar

Aprendi que a natureza é nosso lar e também nossa mãe.
Quando estou em casa, traduzo e assimilo aquilo que minha mãe expressa.
Para isso, dediquei-me as ciências naturais ou maternas. Sinto-me bem em reconhecer as espécies pelo nome, através de suas características. Estou aberto a aprender mais a todo instante. Já aprendi que nunca se sabe tudo, pois a totalidade é muito plástica e complexa. Aprender é sublime e nos liberta da ignorância e nos faz respeitar nosso lar e nossa mãe.

sábado, 23 de maio de 2020

44. Entender

O dia inteiro foi de chuva.
O sol nem apareceu.
Dava pra ficar só ouvindo Chopin.
Mas a vida é ação e não pude me dar esse luxo.
Trabalhei.
Ouvi vários podcast de política.
Não serviu pra nada.
Ri com a turma da Serraria.
E refleti com C. Lispector.
E contemplei a chuva que é sempre generosa.
Cada dia a gente entende um pouco mais.

43. Perturbação

Amanhece.
E enquanto amanhece chove.
A luz ainda segue tímida.
Na cama, sinto conforto e calor.
Sinto proteção.
Mas nem sempre aproveito esses momentos,
Pois minha mente tem o costume de pensar no passado ou imginar situações futuras.
Costuma ser idealista.
E me tira o sono e a paz.
Alinhar-se ao presente talvez nos ajude a fugir de nós mesmos.
Poxa. 
Como é difícil existir com consciência.
É um desafio a ser superado a cada instante.
Ou é tudo ou não é nada.
Bom vou voltar a ouvir a chuva,
Pois sinto que não disse nada.
E essa perturbação não vale nada.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

42. Surpreendente

Já falei que estou lendo Clarice Lispector,
Simplesmente adoro suas crônicas.
Trata-se de um trabalho primoroso,
Muito bem escrito,
Com conteúdo que nos faz ficar pensando por um bom tempo.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

41. ESEC

Enquanto mexia no Facebook, vi uma foto de Messias num campo na caatinga.  Fui  tomado por uma maravilhosa memória de quando fazia minhas coletas botânicas de mestrado. Estas coletas foram realizadas na estação ecológica de Serra Negra no Seridó e ocorreram entre os anos 2005 e 2006.
A caatinga aberta com campos naturais forrados de erva enchia a vista e a minha alma de alegria. Sozinho no meio do mato ia coletando, anotando e as vezes fotografando.
Saia do alojamento ainda escuro e só voltava com a presença cheia de ervas.  Eu sentia uma felicidade imensa a cada planta que coletava. E assim, os números iam crescendo. Além disso, tinham os amigos com quem dividia as alegrias e angústias. Adalberto, Carlinhos, George, Manu, Rosali e Thaís.
As coisas iam bem da maneira que era e que dava pra ser.
Assim foi.

40. Ouça

Em tempos difíceis como vivemos agora que estamos todos confinados por causa de uma pandemia, precisamos de algo que nos ajude a perceber a beleza da música. Nestes momentos, buscamos ouvir algo que expresse algo belo, simétrico e harmonioso. Uma dica, as músicas eruditas estão ai. No youtube, temos vídeos dos grandes clássicos. Interpretações absolutamente maravilhosas. Mozart, Chopin, Brhams, Bach, Beethoven, Schumman, Schubert, Dvorak, Paganini, Liszt são apenas uma das inúmeras opções. 
Faça sua escolha e ouça...

quarta-feira, 20 de maio de 2020

39. Pro passado

A chuva cai de mansinho bem devagarinho.
Enquanto a manhã vai crescendo em silêncio.
Silêncio que diz muito.
Só os inocentes pássaros contam.
Infelizmente, chegamos a mais de mil mortes por Covid-19.
Nosso medo só aumenta.
Nossos nervos já nos traem.
Estamos no clímax.
E tudo que podemos fazer é ficar em casa.
Estamos acoados feito caça na loca.
Vou-me embora para o passado.
O presente está nos matando de baixas emoções.
Resta apenas aguardar o que torna o tempo longo.
Nada mais.

terça-feira, 19 de maio de 2020

36. Ser feliz

Viver é tão bom.
Ter saúde,
Poder ir e vir,
Ter o que comer,
Trabalhar sem ver o dia passar...
Penso nessas coisas.
Como era feliz vô José com a chuva no inverno.
Como era feliz vô Sinhá com nossos carinhos.
Como era feliz vô Chiquinha na presença de vô Chico.
A vida apesar de boa
É um drama,
Estamos sempre fora do eixo,
Descolado do que somos,
Na maioria das vezes não percebemos o óbvio.
Será se aprenderemos?
O será sempre essa consciência tardia?
Viver é tão bom.
Ter saúde,
Poder ir e vir,
Ter o que comer.
Com saúde até um café nos deixa feliz.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

35. Cenário

Nosso sítio.
Não, não consigo esquecer a minha infância.
A minha infância teve como cenário um maravilhoso sítio. Não que tivesse o maior pomar. Não. Era muito simples. Muito simples mesmo. Nele tinha cajueiros. Árvores que conhecia cada uma delas pela localização, pelo porte, pela doçura e pela castanha. À sombra dos cajueiros haviam as pinheiras, as goiabeiras e os araçás.
No entorno de casa tinham as cirigueleireiras, os coqueiros, mamoeiros e pinheiras. Tinha um pé de mangueira.
Que belo cenário. Tinha a área para plantar feijão, milho e fava e uma baixinha para plantar arroz. Tinham as cajaraneiras.
Tinha uma casa cheia de gente.
Tinha vacas no curral e galinhas na faxina e um porco no chiqueiro. 
Tinha muito amor.
E que cenário.
Tinham as Jitiranas, as bomba-d'água com flores azuis que me ensinaram a amar a botânica.
Tinham os vizinhos e os tios e os avós.
Tinha tudo e não tinha nada.
Hoje só restam as memórias,
Tenho tudo e mais as memórias.
E isto me basta.

34. Palavras

Palavras expressam tudo,
Mas são frias e mortas.
Palavras podem expressar meus sentimentos e minhas emoções.
As palavras são fixas, retas e exatas.
As vezes expressão emoções quando organizadas na forma de poemas.
Não sei escrever poemas e nem contos e nem escrever...
Gosto do que escrevem. 
Gosto gosto sim.
Por isso gosto de livros.
Mas não compreendo tudo que leio.
Não muitas coisas não são apenas para serem lidas, mas para serem estudadas.
Certa tarde! Estava meio nublado.
Estava no Solo Sagrado.
Não contemplei a realidade,
Mas acariciava um livro.
Era um livro de Lock.
Bom uma memória foi gerada.
A mata Atlântica,
As tibouchinas.
Tudo isso, via palavras.
As palavras nos dão um norte
Ou nos dão o caos.

33. O silêncio

O silêncio da manhã,
O vazio da casa,
Janelas e cortinas fechadas,
O escuro de uma manhã não despertada.
Pensar este vazio.
Na mente ecoam memórias
Que imbricadas não organizam um pensamento.
Só o silêncio.
Só o silêncio.
Mas há uma reação para sair desse silêncio.
Uma busca de ação para o pensamento ou um pensamento.
Faz calor.
Ligo o ventilador e sinto o frescor,
Todavia ouço o ruído do motor e das hélices girando.
O que é tudo isso?
Essa objetividade real
Que atende as leis da físicas?
Sei lá.
Só o que me interessa é o silêncio da manhã
Que se desfaz quando despertamos.
E isso é tudo.

domingo, 17 de maio de 2020

32. O celular

A noite caiu lentamente.
Caiu muito escura e fresca.
Hoje não choveu como ontem.
Nem sequer choveu.
O dia foi fresco e passou bem rápido.
A noite passou rápido, 
Envolvido com as notícias
Nem percebi o tempo passar.
Ouvi a tv e vi o celular.
Sempre buscando algo para justificar essa busca por notícias do presidente.
Notícias de oposição.
Quanta perda de tempo.
Pois é!
Posso mudar tudo.
Desligando o celular.

31. Enquanto é possível

Nos dias que vivemos, vamos capturando um ser.
Este ser que somos nós.
Nossos gostos, nossos desejos, nossas crenças, nossas convicções, nossas ações,
Às vezes servem para nos definir, 
Porém quase sempre, estamos apenas experimentando a vida.
Experimentando nossos gostos, nossos desejos, nossas crenças, nossas convicções e nossas ações.
Porque nem sempre conseguímos definir o que são estas coisas.
Desconhecemos que estas existam, como desconhecemos que respiramos.
Talvez, saber destas coisas não seja essenciais para a vida,
Sejam coisas autônomas.
Como comunicar, conversar...
Sabe, sei lá.
Talvez nestas experiências, acidentes fatais aconteçam.
E as expectativas sejam frustradas.
Viver é ação,
E não podemos ficar orbitando em torno de uma coisa por tanto tempo.
O tempo é relativo, mas como descobrimos essas coisas?
Experimentando ou sei lá.
Vivendo tudo isso enquanto é possível.

30. Caos uma questão

O caos reina em nossa mente, 
São as emoções e as paixões e as angústias e os medos e os desejos.
Às vezes, tentamos encontrar um cosmos.
Todavia, trata-se de uma relutância fadada ao insucesso.
Pensar é uma das poucas maneiras ordenar ou organizar o ser.
Pensar é organizar as ideias.
Pessoa definiu pensar como "está doente dos olhos".
Às vezes, concordo ou simplesmente discordo.
Depende do pensamento.
São muitas as variáveis tanto internas quanto externas.
Serão as impressões os canais do caos?
Será por isso que reina o caos em nós?

sábado, 16 de maio de 2020

29. O caos continua

Bem, faz dois meses que estamos em casa em quarentena.
Parece que nada amenizou, pelo contrário.
Chegamos a média de mais de 800 mortes diárias.
Isto porque há uma subnotificação imensa.
O ministro da saúde Nelson Teich pediu demissão.
Que cenário triste estamos vivendo.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

28. Gostosa

A chuva chovendo bem de mansinho.
Na sombra do quarto,
O calor do corpo,
A preguiça desejada,
Sexta-feira chegou,
E agora!
Viver este momento pleno.
Este momento quimérico.
E tudo se vai,
Vai, vai,
Como o vento numa manhã fresca,
Gostosa...

quinta-feira, 14 de maio de 2020

27. Chuva

Chove ao longo da manhã.
A chuva chovendo é bonito e é agradável.
Bonita porque faz um barulho tão gostoso,
Ver a água escorrer também é bonito,
A água transparente escorrendo.
A gente ver de perto a lei da atração dos corpos
A força da gravidade,
A mágica que são os rios aéreos.
É um dos fenômenos mais impressionantes,
E importante para a nossa vida.
Fonte de água celeste.

26. Clarice

Consegui baixar um livro de contos de Clarice Lispector.
Que delícia de leitura.
Imagine comer mel no próprio favo.
Nada pode ser mais gostoso.
Então, vou saboreando os textos,
Um a um. 
E cada vez vou gostando mais.
Que mulher encantadora.
Então toda noite leio um ou dois textos.
Assim como fiz com Eduardo Galeano.
É isto!

quarta-feira, 13 de maio de 2020

25. 2007

Em 2007, estava em São Paulo. Morava com minha irmã, Meire. Fazia estágio com Rosângela Bianchini no instituto de Botanica onde ia durante a semana inteira.
Acordava de madrugada e pegava um ônibus lotado. Eram três conduções, o primeiro até o Jabaquara, o segundo até São Judas e por fim o Jardim Botânico. Amava subir caminhando naquela estrada ladeada por floresta. Prestava atenção em todas as plantas, nas pessoas que passavam de carro, nos aviões que cortavam o céu, no canto das aves, e até nos meus pensamentos. Senti muito frio, senti muito acolhido por todos pela Tereza, pela Rosângela, pela Inês, pela Margarida, pela Lúcia e pela graça. No prédio tinha o herbário com uma maravilhosa coleção, tinham livros antigos que amava consultar. Enfim tinha tudo que precisava. Foi ótimo e durou tão pouco. O que é bom dura pouco. Depois mudei para um lugar magnífico. Temos que abrir mão de umas coisas para encontrarmos outras ainda melhores.

24. Cansaço

As noites estão escuras e nublada.
Venta frio e fresco.
Dias de muito trabalho.
Cansaço com a monotonia,
Cansaço com as notícias.
Cansaço,
Não temos paciência ou sono
Ou disposição.
E assim é comigo e com quem converso.
E assim se desenrola esses dias de isolamento, essa quarentena que salva vidas.
Tudo, vai passar.

23. Caminhar

Gosto de sair para caminhar,
Enquanto, caminho vou pensando,
Os pensamentos vão mudando de acordo com as impressões.
São estímulos internos e na maior parte externos.
São as sensações que desencadeiam os temas do pensamento,
Porém são tantas impressões que nem sei se consigo organizar nada.
Às vezes, tenho boas sacadas, outras não tenho nada.
Todavia sigo caminhando, enquanto o tempo passa.
Um canto de um pássaro,
Um odor,
As formas,
Tudo vai me ajudando a resgatar as memórias,
Às vezes é bom, outras não.
Bem, se nada resulta, a caminhada melhora meu bem está.
E é assim que é.

terça-feira, 12 de maio de 2020

22. Grisos

Ah. 
A maturidade,
A soma de nossas experiências.
Nossas respostas a nossos problemas,
A soma dessa totalidade chamada vida.
E o tempo a cada dia que passa
Vai nos coroando com os grisos pelos,
Com marcas nos corpos.
Com as memórias,
E assim, assim se vive a vida.

21. A chuva

A chuva é melancólica,
Dias mais, dias menos,
A chuva chovendo
Parece uma peneira peneirando,
Trazendo alimento para a gente.
A chuva veste o sol e muda o azul,
A chuva esfria o calor,
A chuva lava as ruas,
A chuva é divina.
Até as aves cantam agradando a chuva.
Ouvir Chopin é ouvir a chuva
Um que de triste.
É a chuva tudo isso.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

20. Dias especulares

Dias especulares,
Dias de sol,
Dias de chuva,
Dias...
A gente vai tecendo
E construindo nossas vidas.
Acertando ou errando.
Dias especulares sobre,
Uma lua plenilúnea,
Sob uma noite estrelada.
Dias assim.

19. Tempo

O tempo passa voando,
Tempo de sol e luz,
Manhã efêmera,
Céu azul,
Nuvens frouxas cor de algodão,
Dias eternos,
Que sempre veem pelo amanhã.
Tempo infinito tempo.

domingo, 10 de maio de 2020

18. Dia das Mães

Um domingo lindo de sol e céu azul.
Sem praia, sem caminhada, sem o abraço da mamãe.
Sim é o dia das mães.
Que Deus abençoe todas as mães.
E defenda aquelas que estão numa cama.
Pai celeste.
Acalma nossos corações.
Que restabeleça nossa vida normal.
Quem sabe o quanto muitas pessoas estão sofrendo neste momento.

17. Maio de Covid-19

Maio está passando muito rápido. Faz  sete semanas que estamos em quarentena. O número de mortes de Covid19 aumentou vertiginosamente. Ontem, sábado foram 730 mortes em 24 horas, quando atingimos a marca de 10.000 mortes. A angustia e medo toma conta da gente. Os dias são monótonos e o que nos conforta é falar com os familiares e amigos pelas redes sociais. Então os dias vão passando, o caos se estabelecendo e em Brasília um psicopata não se cala. Causa o tempo inteiro.
Não está sendo fácil.

sábado, 9 de maio de 2020

16. Fé

Longe de casa,
A Saudades é intensa,
Presos sem poder ir ou vir.
Nossa mente fica um caos,
Medo e angustia são nossos sentimentos mais próximos.
Hoje mais que ontem.
Hoje mais que ontem.
Algumas coisas até perdem o sentido.
Com fé! isso há de passar.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

15. Voou

Sexta chegou,
Sob uma linda lua
Que brilhava prateada no poente.
Hoje não prestei atenção em nada de som,
Só ouvi bem-ti-vi.
O céu limpo.
Essa semana voou.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

14. Plenilúnea

Lua,
Lua nua,
Espelho no céu atropurpúreo,
Lua orbicular,
Amarela e prateada,
Reina plena celeste,
Numa noite plenilúnea,
Bombom, poema,
Espaço,
Nuvens frouxas...
A vida plena.

13. Movimento

O sol brilha plenamente nesta quinta-feira.
A lua brilhava de madrugada
Enquanto se punha no poente.
O céu estava limpo e estrelado.
Canários cantavam nas três ruas.
Poucas pessoas caminhando,
Silêncio,
Silêncio!
Pensamentos tentando organiza-se.
O sol brilha,
A madrugada passou,
A caminhada acabou,
E agora enquanto a manhã cai,
Estou aqui flertando
Com o futuro.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

12. Aprender

Aprender,
Aprender,
Aprender,
Uma nova língua,
Um novo sistema,
Uma forma de escrever,
Uma forma fazer
Fazer qualquer coisa,
Fazer uma boa comida,
Fazer uma boa limpeza,
Aprender.

11. Sentidos

Luz,
Luz dourada,
Luz da manhã,
Luz no céu azul,
Som,
Som incolor,
Som suave,
Som doce,
Barulho,
Cheiro,
Cheiro de flores.

terça-feira, 5 de maio de 2020

10. Concluindo

Após uma longa jornada concluí um guia.
A casa está levantada agora vem a parte mais delicadas que é rebocar, encimentar...
O acabamento não é fácil.
Mas está organizando.
Está organizando.
Um intenso trabalho.
Mas foi prazeroso vê-lo concluído ou quase. 
Apesar de tudo.
Hoje é um dia denso.
Foram 600 pessoas vítimas da peste.

9. Poeminha

Chuva, chuva...
Manhã chuvosa,
Manhã nublada,
A sombra das árvores,
O canto das aves,
Um chá,
Um poema,
Crônicas políticas,
Silêncio!

segunda-feira, 4 de maio de 2020

8. Fim do dia

Nesses tempos difíceis 
Nem percebemos as sutilezas do mundo.
Por acaso no banho vi a lua.
E percebi que estava quase cheia.
Acendendo e apagando.
As nuvens insistiam em acender e apagar.
Nublada, assim a noite caiu.
Tem flores florindo na sacada.
Flores rosas e vermelhas.
Um vento frio e fresco soprou o dia inteiro.
Agora a noite caiu.
Descansarei de um longo dia de trabalho.

7. Coruja-do-mato.

Medo de coruja?
Não!
Não tenho, ou talvez, apenas durante à noite.
À noite as sombras ocultam a lucidez.
E quando não estamos lúcidos, costumamos dar ouvidos as vozes da imaginação.
A imaginação costuma nos enganar, justamente por não ter nitidez dos fatos.
Bem de qualquer forma, talvez seja porque quando alguma corujinha cantava do lado de casa à noite.
Ou devido a reação de papai de medo?
Enfim ele corria e virava a chinela.
E afirmava que era para a coruja ir embora.
E ficou isso na minha memória.

domingo, 3 de maio de 2020

6. Pandemia covid19

E o silêncio necessário continua tomando conta das ruas.
Nas estatísticas já somam mais de 6500 mortes de corona vírus.
Venho acompanhando diariamente com muita tristeza.
No início eram  menos de 100 mortes, depois pulou para mais de 200,
Depois mais de 300 e agora para mais de 400 por dia.
É extremamente triste.
E ainda temos notícias de pessoas quebrando a quarentena.
E ainda temos um presidente louco que quer quebrar o isolamento
E temos pessoas que o apoiam.
Não se sensibilizam com quem está morrendo,
E sim com suas economias.
É desolador.
É desolador.

sábado, 2 de maio de 2020

5. Materialização

Entre poemas e contos e música,
Vou ouvindo e trabalhando,
Organizando, criando,
Escrevendo.
Materializando meus pensamentos,
Fazer é materializar informações.
Vou pensando no fazer,
Vou pensando no pensar.
As conversa na entrevista de Borges.
Borges...
E a manhã perfeita se materializou.

4. Memórias

O sol suave,
Os cajueiros de ramos cinzentos e folhas coriáceas.
Os escombros da velha casa e aquela velha pinheiras na lateral.
Isso existiu?
Sim são memórias.
Antigas memórias.
De um passado remoto dos anos de 1980.
Hoje existem apenas os lugares que negam toda esta descrição.
Tudo, absolutamente tudo mudou
E mostra uma realidade que nega o passado.
Existe em minha memórias.
Sol suave e a mudança da paisagem,
Despertam memórias muito esquisitas e longinguas.
E penso o que me constitui.
Não chego a conclusão alguma.
Exceto que tudo é passageiro.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

3. Dia

Dia longo dia.
Dia claro de chuva e sol.
Calor e frio.
O céu azul
E cinza azulado,
Nuvens frouxas.
Um poema,
Um conto,
Pessoa, Bandeira, Drummond,
Borges e seus contos
E Clarice.
Dias,
Ah.
Os dias são todos diferentes.
A gente vai aprendendo.

2. Casaca-de-couro

Estranho, ouvi o canto de uma casaca-de-couro.
Coisas de minha mente.
A mente muito nos engana.
Casaca-de-couro para quem não sabe é uma ave do sertão.
Tem sua cor rufa como uma roupa de couro curtido.
Tem o tamanho de um sabiá,
A cabeça tem uma crista
E os olhos são amarelos.
Constroem ninhos espetaculares com garranchos de arbustos e aves.
São muito ativas,
No passado sempre tinha algum casal fazendo ninho no nosso sítio.
Devem ser as lembranças.

1. Passe

Abril partiu,
Que mês pesado,
Que se vá para o passado,
Vá e leve essa dor,
Vá e leve as almas desencarnadas.
Quantas coisas angustiantes vividas,
Quantas memórias produzidas,
Esperamos que tudo vai passar.
Passe.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh