A manhã vai crescendo.
Primeiro foi a harmoniosa sinfonia da chuva.
Segundo o silêncio,
Terceiro e último a sinfonia dos pássaros.
São duas espécies que estão musicando.
Uma é a patativa e duas é o sanhaçu.
Cantam seus cantos de diferentes ritmos e frequência,
Porém complementares.
Pena que não tenho a arte de um praticante de ioga que consegue ouvir o pulsar das artérias,
Pela janela aberta entra a brisa silenciosa,
E mosquitos que só percebi pela visão.
Sou quase todo mente.
Absorvido em meus pensamentos.
Que muito mais me perturbam que me acalmam.
Ou serão minhas memórias...
A mente da gente é um verdadeiro caos.
O mundo externo nos permite conhecer,
Todavia nossa mente, assim como nosso espírito é por demais desconhecido,
Ou difícil de se organizar, classificar... conhecer.
Olho através da janela transparente de vidro,
Vejo as colunas do prédio,
A coluna formada pelo tronco das árvores.
Que interessante, natureza viva e inanimada.
Busco encontrar algo nessa observação.
Nada que vejo me agrada ou da inicio a um pensamento.
Geometria talvez.
O som me impressiona, mas não.
Ouço o gotejar, os pingos se precipitando sobre o chão, talvez sobre um sólido.
Nada... nada.
A brisa acelera a queda dos pingos.
A hora perturba minhas ideias.
Sigo adiante,
Enquanto a manhã cresce.