segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Cajus

 O pé de cajueiro me cativou!

Primeiro foi o cheiro de sua flor,

Depois o doce de seus frutos roxos.

Ficava lá na terra primeira,

Em cima de um murro de formigueiro.

Eu como um beija-flor ficava vigiando,

Cada fruto que amadurecia,

Cada um eu comia!

E quando não tinha como dar conta!

Quando não conseguia comer tudo.

Enchia o bucho que ficava por aculá.

Satisfeito!

Eu conversava com o meu amigo!

Meu amigo cajueiro.

Tão doces eram suas frutas...

Tão menino era eu!

Como uma preguiça que conhece sua planta favorita na mata

Conhecia o meu cajueiro.

E quando chegava agosto,

Quando chegava setembro,

Moço!

Fazia carreira para o murro,

Pra chupar caju,

Cajus encarnados.

Poesia da descoberta

 O tempo me assombra

Desde que era menino!

O passar de cada dia,

É quarar em poesia.

Quanto tive entendimento,

Que a morte um dia vinha,

Disparei no choro!

Nem sabia que estava tão distante,

Não sabia que estava tão distante.

Corri para o oitão.

Lá no cajueiro vermelho,

Onde dormiam as galinhas.

E chorei!

Chorei um choro puro.

Ao entender que nada ia ficar,

Chorei temendo a morte de papai e mamãe.

De lá pra cá me apaixonei um monte de vezes...

E isso me fez esquecer.

Me apaixonei na escola pelas meninas,

Me apaixonei na escola pelas palavras...

Me apaixonei pelas imagens do livro de ciências.

Me apaixonei pela ideia de ser grande!

Mas mamãe e papai sempre me orientaram.

Fui traquejando a vida!

Ainda tem na memória aquela tarde que chorei...

Aquele cajueiro que nem existe mais.

O motor forrageira,

A massa de milho!

E o tempo voou.

E o tempo passou...

Mas, essa memória de menino,

Ficou em mim.

E ainda hoje choro.

Muito do que aconteceu eu nem vi passar...

Ora estou aqui, ora estou aculá.


quarta-feira, 30 de outubro de 2024

É isso o tempo

 O sofrimento dilata o tempo!

O tempo não existe!

O tempo é um conceito.

Eternidade é a ausência de tempo.

Vinícius de Morais cunhou a frase 

"Que seja eterno enquanto dure"

Quantas vezes não sentimos a eternidade da vida.

No limite da vida!

A eternidade reina.

Sócrates comenta nos momentos finais de sua vida, após retiradas a amarras dos punhos disse que sempre associada a dor é seguido o prazer.

A dor eterniza, parece.

O prazer abrevia...

Algo nessa vida é dotado de um grande mistério que nos faz sentir dor e prazer...

Supostamente a intensidade dessas sensações  tem como medida o tempo.

O tempo seria uma medida?

Que será isso tudo?

Jesus na cruz! suportou tudo.

E eu nessa vida cheia de coisas suportáveis e suaves, não entendo porque ainda reclamo de algo.

Simplesmente quero.

Que o tempo passe.

Que ele me der prazer...

É isso?

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Três ruas

 Perdi tempo atoa pensando coisas sem futuro.

A gente sempre cai nesse ciclo!

Idéias... idéias.

Com tristeza anuncio a perda da diversidade de herbáceas presentes nas três ruas.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Experiências

 Ontem e hoje.

Ontem se foi, só existem as memórias,

Hoje é o agora que vai se desenrolando a todo momento.

Tudo depende da forma como olhamos para as coisas,

Da forma como ouvimos, cheiramos, tocamos, experimentamos.

Tudo da forma como nos conectamos,

Como queremos pensar.

Como somos condicionados...

Amar é a maior forma de viver bem.


terça-feira, 22 de outubro de 2024

Triste fim

 A manhã de sábado foi triste.

A notícia do acidente fatal de nosso vizinho Osvaldo me deixou muito triste.

Oswaldo foi uma pessoa maravilhosa, muito gentil.

Um excelente pai de Melissa.

Sempre deixava a filha na escola e cuidava dela como ninguém.

Agora já não é.

sexta-feira, 18 de outubro de 2024

O tempo

 Tanta coisa para dizer!

Mas é melhor sentir.

Tanta coisa para falar,

Mas é melhor sentir,

De certo nem todos querem me ouvir.

De certo tem melhor coisa para ouvir.

Aqueles que me quiserem ouvir.

Não perca tempo.

Vá viver.

A realidade está ai.

Aqui só resta saudades...

Enquanto isso nos afastamos de tudo que amamos,

Porque o tempo não para.

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Sucupira

 É outubro!

Setembro mês passado, as sucupiras já estavam floridas.

Esse ano está com uma grande carga de flor.

Vi bichos comendo seus botões. 

Foram cuicas (papagaios), jandaias.

Vi aves visitando suas flores, os beija-flores.

Tão roxinhas.

Quintas-feiras (Herbário)

Revisar!

Faz alguns meses que comecei a rever a coleção de Fabaceae do herbário JPB onde trabalho. É sempre nas quintas-feiras, à tarde de toda semana. É terapeútico desfrutar do silêncio, do cheiro da coleção e do frio do ar condicionado. Ver plantas, determinar o indeterminado. Faz muito bem. A gente tem muitas surpresas referentes as datas, os locais de coletas...

Aqui estou na letra Senna, Sesbania... Revendo sempre todos os meus conceitos de espécies.


Memória cruzada

 Uma cigarra cantou lá fora!

Ela despertou em mim memória!

Uma memória gostosa.

As memórias são eternas, 

Melhor dizendo atemporais.

Por isso algo de fora desperta algo dentro da gente.

Uma percepção!

Uma conexão!

Deveras muito vivida!

Agora pouco encontrada!

O Sol das onze horas. O calor o Calor...

O almoço pronto.

O grito de mamãe por Chico!

Quando há calor queremos relaxar!

Um banho é muito bom!

Deveras cigarras cantam no calor.

Mas voltando, a cigarra,

Voltando a memória,

Voltando ao ser.

Ouvi o suir... suir ou zuir... zuir...

E estava eu novamente em serrinha!

Seu para sentir o cheiro do caldo do feijão se misturando com a farinha.

Deu para ver o branco do toucinho...

O gosto gostoso do Feijão de corda!

Coisa que papai mais amava.

Ah, cigarra!

Obrigado por existir.

E me fazer vivo.



Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh