quarta-feira, 29 de maio de 2024

Acontece

 Daqui, desta tarde fria e nublada. A luz diáfana dá um tom de cinza a todas as coisas. Através da janela fechada de vidro vejo dois pombos alvos. O ventilador ligado espalha o vento frio. O relógio indica 16:16.

Mais uma vez vou ouvir algo sobre sensível e suprasensível de Hegel. Depois vou pegar Vinicius na escola...

Eternidade

 Em certos momentos da vida, após a idade adulta a gente toma consciência de nossa existência.

O mundo é só o mundo. Já vivemos muitas estações, fatos e acontecimentos.

Temos a certeza da morte que até o último momento é um abominável mistério.

Cremos até o fim que somos imortais.

A gente conhece a nossa história,

A gente conhece nossos avós, nossos pais, nossos filhos, nossos netos?

A gente se não saiu muito do lugar onde vivemos por toda vida, conhecemos as rochas, as ervas, arbustos e árvores.

Esse mês tudo foi diferente.

O corpo deu sinal que não ia durar para sempre e por isso o cheiro foi mais intenso,

As cores mais suaves...

A comida foi mais gostosa.

Estava me preparando para cair na eternidade.

O amanhecer foi lindo. O galo cantou, o cabeça-vermelho cantou.

A roseira floresceu.

Minha netinha sorriu.

Foi tudo tão eterno...

E então, não sei mais o que aconteceu.

Cai e então...

Vivo na eternidade com quem foi e com quem virá.

Espaço e ser

 Passo a vida pensando. Viver a vida pensando é deixar de viver, é deduzir, é deixar de se espantar.

Minhas memórias as vezes são resgatadas e começo a ruminá-las enquanto o tempo passa.

As coisas acontecem sem parar.

As vezes sou levado pelas memórias querer está onde não estou.

Uma sensação um aspecto de conforto no passado. Uma projeção para o futuro.

Assim, os anos se passam.

Assim surgem as frustrações.

Assim.

Quero dizer.

Que sinto falta de meu lugar de infância.

Que não existe mais.

Um lugar inclui o espaço e as pessoas.

As pessoas estão partindo e o lugar desaparecendo.

Já que muitas vezes os espaços tem a cara das pessoas.

Maio, mês das mães.

João Pessoa lugar que Deus me deu para morar e viver.

E isso é tudo.

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Entendendo a vida

 Algo quero falar.

Algo para ler.

Agora à tarde,

Tarde de vento frio de maio.

Dia 22... após tantas chuvas os campos

Deitam-se floridos de ervas,

Asa de pato, quebra-panela...

As jitiranas enfeitam as árvores formando ramadas.

Sinto sua presença viva papai.

Sinto sua presença viva mamãe.

Um dia me desesperei só de pensar em tua partida.

Deus me deu força e aqui estou.

Vivo.

Com saudades...

Entendendo da vida.

Mamãe e papai

 Papai e mamãe,

Irmãos e irmãs...

Família.

Família.

Olhar através da luz,

Memórias... memórias.

Viver o que vamos vivendo.

Fico as vezes imaginando o que diria papai.

Fico as vezes imaginado o que diria mamãe.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Um dia

 Um dia não estarei aqui.

Pode demorar,

Pode ser logo.

Quem sabe!

Bom agora estou pensando isso.

Foi um vídeo de uma manbu que me fez pensar isso.

Hoje tive uma memória bem antiga...

Pra memória o que é nova ou antiga.

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Meu pequeno botânico

 Ontem, Vinícius e eu saímos para ir ao pé de acerola. Nunca vi ele ama acerola. Vamos devagar e conversando. Ele teve a curiosidade de ver a estrela formada no corte de um pé de mandacaru. Analisou os três cortes e me perguntou por que tinha cortado. Expliquei que o ramo estava crescendo e tomando a calçada. Depois ele viu os frutos imaturos. Pediu um e então dei. Perguntou se podia comer e não fiz objeção ele provou e disse que era azedo. Fomos na acerola e ele quis todas que tinha acesso. Então fomos a pitangueira, mas passamos no pé de sapoti que tinham muitos frutos no chão, derrubados pelo vento. No pé de timbaúva ele pegou duas folhas uma para mim e outra para ele. Disse que eram machados. Viu que não tinha fruto na pitangueira e disse que ela, a planta tinha crescido. Para minha surpresa ele reconheceu um pé de jasmim e me pediu uma folha. Tirei, mas expliquei estava gotejando leite, látex. Ele ficou impressionado, não quis mais. Na frente ele pegou um ramo de bougainvillea e disse esse não tem leite. Na frente peguei uma romã. Não prestou atenção só quando chegamos em casa. Antes disso andamos um monte e fomos a praça. Ele se divertiu. Viu um amigo de natação. Depois fomos para casa. E depois de tudo quis provar da romã. Assim se forma um humano, botânico.

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Velho

 Acho que estou ficando velho.

Ficar velho sempre parte de um referencial.

Quando dizia que estava ficando velho para minha avó ela dizia, você é um menino.

Quando dizia que estava ficando velho para minha mãe ela dizia, já tem isso tudo.

A quem vou dizer que estou velho...

Desilusão a meu filho? Ele não entende ainda.

Aos meus alunos. Estes concordarão.

A verdade é que já não tenho quem fale que estou velho e me console dizendo que ainda sou um menino.

Todos mais velhos estão partindo, ou são pouco mais velho que eu.

Velhidade...

Gosto de coisas velhas para os novos.

Tudo bem, faz sentido.

Faz sentido.

Estou ficando velho.

Meu corpo responde que sim.

Minha mente, tem tanta memória que acha que sim...

Calma meu espírito.

Cada dia que passa, chega o dia de partir.

sexta-feira, 22 de março de 2024

Chuva

 A Chuva é plena,

Ela nos envolve, nos aconchega,

Ela é tão plena que toda a natureza se recolhe para contempla-la

As aves se calam para ouvi-la,

O sol até desaparece para não atrapalhar com seu brilho

A mata exala um cheiro de chuva...

Chuva...

Chuva

Chuva.

sexta-feira, 15 de março de 2024

Linguagem intuitiva

 Quem conhece a linguagem dos pássaros,

Quem conhece a linguagem das flores,

Quem conhece a linguagem dos rios,

Quem conhece a linguagem do sol,

Quem conhece a linguagem de Deus?

Não é preciso conhecer,

Basta ouvir,

Basta ver,

Basta ouvir,

Basta sentir,

Basta amar.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh