terça-feira, 4 de julho de 2023

Banho

 Sai o sol,

Some o sol.

Vento frio no lombo,

No lombo de Pessoense

Acostumado ao calor,

Ao céu azul.

Os passarinhos não reclamam.

Também vive emplumados

E não precisam tomar banho.


segunda-feira, 3 de julho de 2023

Julho

 Frio,

Sombras da noite,

Aurora.

A corruíra canta.

Aos poucos a manhã chega,

Enchendo o mundo de luz e cores.

Os pássaros que cantam agora,

Sendo os grilos silenciados pela luz.

Terminaram seu turno.

Assim como os morcegos.

Vamos começar o nosso.

Que julho seja pleno.

Falar

 Minha casa meu eterno lar. Aqui aprendi a andar, a falar, a brincar.

Aqui onde passei metade da minha vida com a mamãe e o papai.

Sob esse teto, entre essas paredes. 

Ouvi a chuva chovendo e me enchendo de alegria.

Ouvi sanhaços, periquito e papacebo cantar.

Através dessas janelas contemplei tanta coisa.

Na nossa cozinha que nós alimentarmos tantas vezes e rimos e brincamos.

Aqui vivemos,

Aqui escolhermos o lugar para viver.

Agora é tão silenciosa e vazia.

Coisas de Deus... Coisas da vida. Onde tudo isso se passou bem.

19.06.23 S.Pintos

Designios

 Algo etéreo aqui 

A luz se dissolvendo nas sombras.

O silêncio das aves.

O canto dos grilos.

A natureza estática como 

Um espelho.

A palma imersa na rama.

As folhas do coqueiro cristalina.

O céu nublado,

O vento frio chegando

E impressionando.

Algo espiritual querendo falar através de mim.

O ocaso.

Intuição.

Algo eterno em mim querendo se expressar.

Pingos de chuva.

Aquela presença viva de mamãe.

Aquela presença viva de mamãe.

O que é a realidade.

O que é o abstrato.

A ausência está aí.

Na ausência.

A realidade de tudo é o agora. 

A realidade de tudo é o agora.

A realidade de tudo é o aqui.

Só agora.

Nestas palavras,

Nestes signos.

Tudo é eterno dentro de uma memória.

Tudo veio a ser e deixou de ser.

Aqui e agora.

O cheiro da chuva de junho.

22.06.2023 S.Pintos

Casa materna

 É madrugada,

Estamos em Serrinha

Na casa de mamãe e de papai. 

São 4:20h.

Faz frio, estou tão pleno

Sob o meu cobertor.

No quarto onde dormia na infância, o do meio.

Mamãe dormia no da esquerda e Rosângela e Begue no da direita.

O meu era dividido com Li.

Tudo é silêncio e sombras da madrugada.

Os grilos cantam.

Sinto vontade de registrar.

Assim concluo.

sexta-feira, 30 de junho de 2023

Pela chuva

 A chuva é intermitente nesta sexta-feira,

Último dia de junho, de 2023.

Desde a madrugada que estou acordado que ouço a chuva.

Já são quase sete horas da matina,

A minha mente feliz,

Ao pensar cadenciado pela chuva.

Pela chuva.

Isso

 Memórias,

Só o que tenho são memórias.

E memórias tratam do passado.

E memórias podem ser acessadas ou não.

Memórias que podem despertar a qualquer momento.

Que podem sumir a qualquer momento.


segunda-feira, 26 de junho de 2023

Assim São João

 Após uma semana maravilhosa,

Na minha terra natal com minha esposa e meu filho aqui estamos de volta a realidade.

Trago no peito e na mente muitas paisagens, odores, formas e cores conhecidas e por isso amadas.

Trago muitas respirações profundas,

Suspiros, pautados no agora, curtido na memória.

Mamãe, papai, Mazildo.

A ausência, e o lugar inalterado,

A natureza real do que é,

Que se repete como um espelho,

Não, como um caleidoscópio de cores, aromas e formas.

Capazes de despertar as mais profundas memórias,

Capazes de gerar as melhores memórias.

E a certeza sempre intensa de que a vida vale a pena de ser vivida.

Vinícius e o desconhecido do mato que por mim sozinho percebido,

Fica encantado com o que eu mostro o que eu percebi.

Tão maravilhoso, com tenra idade, mas com um amor a natureza pleno.

Com um amor a serrinha.

Com um amor inexplicável ao vazio,

Ao silêncio quebrado pelo creo do loro, ou pelo latido de Shaquira e Cherloque.

No afinco de realizar tarefas simples, como carregar um pau de lenha, ajudar a arrumar os cocos.

Olha analiticamente uma larva, uma libélula,

Cultivar uma fazenda de escaravelhos,

Guardar lápis... como chama os gravetos.

Cheirar e olhar flores de jitirana, ou jurema.

Olhar as vacas comendo, os porcos cochilando,

O jumento rinchando.

O passado na memória,

O presente no agir.

A mamãe, pronta para acolher.

O papai perdido no pensar.

E assim vamos tecendo nossa vida no agora,

Sobre muita saudade, 

Vamos vivendo.

Assim.

Leitura prazerosa.

 Conclui a leitura de um excelente livro.

A procura de Spinosa de Antônio Damásio.

Baixei e irei ler o Erro de Descartes.

Será se pescarei algo?

Bem já me renderam excelentes sementes de pensamento no livro lido.


quarta-feira, 14 de junho de 2023

Tempo avulso

Memória, passado.
Vi num site que a criança pode lembrar de memórias de quando tinha 2,5 anos.
Vinícius agora que poderá se lembrar de algo no futuro.
E papai e mamãe?
Ah!
Meu peito.
Eu, um ser afetivo.
Pensei tanto no desaparecer.
Pensei no acabar.
Bom a memória é uma forma de ser.
Pensei na ausência infinita de meus pais.
Meu filho não terá memórias dele quando for adulto.
Poderá ter memórias minhas.
Se eu partir hoje. 
Terá.
Espero ficar com ele por longos anos.
Assim como não tenho memórias de meu bisavó.
Para que serve tudo isso?
Para nada.
Bom dia.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh