Sol,
Luz,
Energia,
Outubro se foi,
Novembro está ai.
Tempo...
Tempo.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
Na mata, canta feliz a patativa.
É tão belo o seu cantar.
O que estará cantando a patativa?
O que dirá sua canção?
Canta dançando a bichinha,
Para um lado e para o outro,
Com o biquinho afilado,
Parece uma agulha a costurar,
Está cosendo a beleza da manhã,
Adornando a mata,
Quanta coisa graciosa...
A sua alegria me empolga a coser esses versos.
E a vida segue.
Vivo me perdendo e me encontrando.
São as facetas de minha alma.
São os acidentes do meu ser.
Meu modo de ser.
Ser assim,
Ser assado,
Porquê?
Talvez por tentar encontrar uma lógica,
Por tentar ser fixo,
Por tentar ser harmonioso.
Todavia a vida não é assim,
Seguimos dançando até o nosso fim.
Viver é um constante estado de desordem.
Viver é buscar,
Viver é aprender.
Viver é encontrar o cosmos no próprio interior.
Talvez com o tempo as coisas passem a perturbar menos.
Quem sabe.
Como quem mergulha e quer voltar a superfície por falta de oxigênio,
Assim buscamos cano de escape,
Da realidade...
Através de nossos desejos,
Através nossas vontades.
Fugindo.
Talvez agora que tudo foi analisado,
Dissecado,
Mastigado,
Possa haver uma digestão.
E haja harmonia por um instante.
Abri a janela de minha sala,
A vista da para a mata,
Dá para um prédio,
Dá para duas aroeiras.
Ouvi cantar um sabiá.
Estava tão perto.
Como raio de sol,
Ouvi mamãe falar.
Ano passado!
A sabiá cantava no alto de uma aroeira,
Mamãe me falou
Que lembrava da infância,
Disse que lembrava do sítio de papai (vovó).
Foi lindo.
Ficamos ali contemplando o canto do sabiá
Que tornava a tarde mais bela.
Uma mensagem de Deus veio me falar.
Estou bem...
Estou bem...
O mensageiro foi o sabiá.
A mata encantada,
Se vestiu de violeta,
A mata encantada se enfeitou de flores,
A mata chamou as aves para a festa.
O sol veio e alumiou a mata,
O vento refrescou a mata...
A festa foi completa.
Só faltou a chuva.
Mas agora só na próxima estação.
Ontem, à noite, durante a janta. Tive uma lembrança forte e triste.
Enquanto comia um pouco de cuscuz. A pequena quantidade que tinha no prato me fez lembrar do dia que fui está com papai na liga do câncer. Papai havia passado por uma cirurgia e estava bem. A lembrança foi referente ao regime alimentar. A pouca comida distribuída. A comida na LIGA depende muito de doações.
É muito doloroso ver alguém doente e algum parente muito próximo mais doloroso ainda.
Na hora da comida papai "falou pegue coma o meu não estou com fome".
Falou com um carinho de pai que sinto tanta falta.
Mas ali haviam tantos outros pais, outras mães com necessidades físicas, psicológicas, afetivas e de fé.
Precisamos tanto uns dos outros.
Precisamos de palavras e de ações e de amor e de fé.
Foi tão dolorido passar por aquilo.
Juntos vamos sobrevivendo nossos dias, somos mais fortes, somos mais universais.
Nessa passagem que é a vida.
Lembrei que doei algumas vezes, mas parei...
Se não estou no olho do furacão não olho a situação do próximo.
Uma lembrança tão dolorida que exponho.
Porque o que me ajudou a suportar foi a união e a fé.
Tantos com pouco e muitos com excessos.
Porque não dividir um pouco com os irmãos.
Porque todos nós BRASILEIROS SOMOS IRMÃOS.
Nem A ou B...
Vamos nos unir para melhor viver.
Outro dia ao passar ao lado da mata senti um agradável aroma.
Olhei para cima e tinha uma linda árvore florida.
Um pé de Pera glabrata.
Pera glabrata é uma espécie de mata atlântica.
Suas lindas folhas brilhosas e sua densa copa fechada é abrigo para diversos pássaros.
Além disso suas sementes produzem um arilo que os pássaros adoram.
Esta espécie pertence a família Phyllanthaceae (Filantácea).
O cheiro, o odor me trouxe boas sensações.
Acho que liberou endorfinas.
Obrigado Pera.
Tarde silenciosa e em paz.
Vinícius saiu com a mãe.
A casa ficou um vazio.
Achei que ia amar,
Mas aqui estou como um velho,
Fazendo o que ia fazer quando ele estivesse dormindo.
Aguei as plantas do jardim,
Fiz a barba.
Vou ver se faço uma ou duas coisas até
A harmonia chata virar uma desarmonia viva.
O vento venta muito esses dias,
Dias de sol e de luz,
A gente sente e ouve o vento,
Ventando, ventando.
Que coisa deliciosa o vento ventar.
O vento não obedece o tempo,
O vento não tem fronteiras no espaço,
Venta, venta naturalmente.
Gostoso de viver o vento ventando na praia,
Mas está ótimo ouvi-lo daqui
Ele acariciar a mata.
A vida é aqui e agora.
Não amanhã.
Não ontem.
Aqui e agora.
Aqui e agora vejo.
Vejo sanhaçus-de-coqueiro
Curiosos se olhando no espelho dos vidros das janelas.
Cantando...
Saíras cantam na aroeira.
Um bem-ti-vi corrochia ali.
A vida é aqui e agora.
Universais...
Variáveis do espaço tempo.
Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...