segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Doar-doer

 Ontem, à noite, durante a janta. Tive uma lembrança forte e triste.

Enquanto comia um pouco de cuscuz. A pequena quantidade que tinha no prato me fez lembrar do dia que fui está com papai na liga do câncer. Papai havia passado por uma cirurgia e estava bem. A lembrança foi referente ao regime alimentar. A pouca comida distribuída. A comida na LIGA depende muito de doações.

É muito doloroso ver alguém doente e algum parente muito próximo mais doloroso ainda.

Na hora da comida papai "falou pegue coma o meu não estou com fome".

Falou com um carinho de pai que sinto tanta falta.

Mas ali haviam tantos outros pais, outras mães com necessidades físicas, psicológicas, afetivas  e de fé.

Precisamos tanto uns dos outros.

Precisamos de palavras e de ações e de amor e de fé.

Foi tão dolorido passar por aquilo.

Juntos vamos sobrevivendo nossos dias, somos mais fortes, somos mais universais.

Nessa passagem que é a vida.

Lembrei que doei algumas vezes, mas parei...

Se não estou no olho do furacão não olho a situação do próximo.

Uma lembrança tão dolorida que exponho.

Porque o que me ajudou a suportar foi a união e a fé.

Tantos com pouco e muitos com excessos.

Porque não dividir um pouco com os irmãos.

Porque todos nós BRASILEIROS SOMOS IRMÃOS.

Nem A ou B...

Vamos nos unir para melhor viver. 

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