Estava eu contemplando um arbusto de algodão-de-seda.
Pensando que lindo indivíduo, que folhas sadias e vistosas.
Na inflorescência vi uma lagarta comendo botões e partes das flores.
Pensei quão efêmeras são as flores e ainda por cima esta lagarta as devora com tanta gana.
Meu pensamento foi além, logo aquela lagarta se transformará numa borboleta e passará a consumir néctar e se reproduzir pondo ovos em outra planta.
Estava eu sentado numa rocha que por certo poderia aquele ente pensar.
Pobre ser humano de vida efêmera, logo será consumido pela terra.
Enquanto, descanso na minha eternidade.
Platão já afirmava que o tempo é o reflexo da eternidade.
Tempo pode ser uma escala para nos posicionarmos em nossa existência.
Tempo contado numa ampulheta com grãos já caídos referentes ao passado,
Grãos por cair referente ao futuro,
E grão que caem referentes ao presente.
Então se trata de um fluxo com um sentido.
Talvez se trate apenas de uma escala subjetiva...
Talvez nunca encontremos uma definição, um conceito... um ponto para se fixar.
Como dizia o poeta Vinícius é eterno enquanto dura.
A eternidade está no presente.
Ou são apenas elucubrações deste que escreve e só sabe que nada sabe.