quarta-feira, 21 de abril de 2021

41. Cumaru

No pé do serrote
Onde dorme o urubu, 
Nasceu um cumarú,
Tão tênue e belo,
Suas folhas pequenas 
Balancava com o vento, 
Com o tempo ele cresceu, 
Vigoroso e forte,
Cresceu, creceu,
As folhas muitas vezes perdeu,
Até que floresceu,
E se multiplicou,
E encheu a caatinga,
Todo ano na mesma época,
Ele florava e o mundo perfumava.
Lindo demais o cumaru.

terça-feira, 20 de abril de 2021

40. Desonline

 Pensar algo é uma tarefa difícil atualmente. Temos tantas informações disponíveis que é praticamente impossível assimilar e processar algo sem se distrair. O principal canal é a internet e os meios são os celulares e computadores. Estes são acessados constantemente para conversas, leituras ou pura perca de tempo com bobagens. 
Passamos mais tempo em frente a tela que diante de qualquer outra paisagem. Estamos aprendendo? Sim, mas descuidando de atividades físicas e aquelas que requrem concentração como pensar e organizar as ideias. A leitura auxilia neste processo, mas quem quer ler se pode está vendo vídeos e fazendo inúmeras coisas ao mesmo tempo.
O silêncio incomoda, o mundo é intediante... São máximas que ouvimos dos jovens.
No passado, as coisas eram muito mais lentas, o mundo entediante para quem não tinha um livro. Lia muito no tempo que tinha livre. Hoje em qualquer lugar tem a internet com as redes sociais, e informações aos zilhões, áudiolivros, ebooks... E o que fazemos? Vemos e enriquecemos Youtubes.
A gente fica girando em torno das mesmas coisas. 
É hora de ficar desonline da net e viver a vida online.

39. Sombra da madrugada

 Acordei e despertei ouvindo aves e pássaros.

Pardais, sanhaçus, carcará e um galo.

O ronco da geladeira na casa vazia.

A luz semicerrada e a sombra dos Livros.

As três Ruas vista pela janela.

A consciência do Covid19.

Desperto para uma nova jornada.

Um dia novo se inicia.

segunda-feira, 19 de abril de 2021

38 Papai Chico

 Hoje é um novo dia. Com memórias muito angustiante e triste do pior evento que ocorreu em minha vida. Não tenho lembrança de algo mais doloroso e triste e angustiante. Como todos os seres humanos que teve a dor de perder seu pai sabe o que estou sentindo. As memórias são vivas e dilacerantes. Acender uma vela, rezar um pai nosso, lembrar dele de forma terma como quem sabe como foi termo viver ao seu lado. Como era bom ouvir sua voz, sentir sua presença, seus gestos simples, mas cheios de amor, de carinho e de paternidade. Todos sentimos a falta de quem amamos. Sinto a falta, pois não terei ele para me abençoar e abençoar meu filho. Tudo me faz lembrar meu herói, meu amigo, meu irmão de fé. Como irei olhar nossa matinha? nosso orozinho? Nossas aroeiras, nossos angicos e nossos catolés.  Ficou um grande vazio. Triste vazio, substancial... Nossas paixões pela vida, pelas flores, pelas aves, por nossa terra! Agora dormes papai. Dormes que as flores enfeitam sua morada. Não ouvirei mais seu caminhar arrastado, não verei suas roupas desengonçadas, não terá quem vá comprar pão e carinhosamente me dava a sacola para escolher um e contava a estória de vô Sinhá. Agora só ouvirei Nelson Gonçalves sozinho. Nada sobre política, sobre a vida cotidiana... Nossa relação agora é puramente espiritual. Ocupas todo o meu ser, minha carne, meu coração, meu cérebro e minha alma, pois sou biologicamente 50% de você. Se estou escrevendo, se estou chorando é porque a saudade é grande como o meu amor é grande e como a vida é grande. No céu, firmamento de Deus, vejo estrelas brilhando e nele você vive paizinho. Sob este firmamento que é a terra vives. Bem aqui no meu peito. Hoje é um novo dia, ontem estivemos juntos, amanhã estaremos juntos. O tempo é relativo. Sua memória eterna está, enquanto eu viver. Te amo. Papai Chico.

37. Bebê

 A chuva chovendo,

As águas escorrendo,

Embalando os sonhos,

Sonhos tão jovens,

Sonhos tão puros,

Pura imaginação,

Puro coração...

Sem raiva, sem amor...

Puro.

domingo, 18 de abril de 2021

37. Neruda

 Um suspiro real de alegria,

Ler uma poesia de Neruda,

Quanta satisfação,

É uma real distração,

Sinto os lugares,

Sinto as sensações.

Neruda...

 Memorial da Isla Negra.

Debussi.

Agora o dia se foi

É noite escura.

O tempo passou e nem percebi.


36. Tarde caída

 A noite vai chegando enquanto a tarde cai.

Cães ladra,

Bem-ti-vi e saira cantam.

A realidade vai sendo descortinada.

Mais um dia passou,

Se foi como areia da concha da mão ao vento,

Como uma semente plumosa,

Como um balão de hélio.

Vai embora até perder de vista,

Até perder qualquer sensação.

Às vezes a vida é como um dia,

A consciência só chega no final.

É duro saber que tudo passa,

Tudo se desfia,

Tudo se apaga

E a gente que fica poderia aproveitar mais...

sábado, 17 de abril de 2021

35. Vida

 A gente realmente aprende com a experiência. 

As experiências podem ter faces distintas,

Ora boas ora ruins.

A experiência nos faz refletir sobre a vida

E seus acontecimentos.

Porém o entendimento vai além da experiência.

E e a vida vai nos presenteando com seus ensinamentos.

O tempo é impecável e nos permite ir apreendendo o que vivemos.



34. Sem prumo

 A gente cansa de tudo e principalmente de pensar.

A gente só sente a vida.

Como é bom sentir a vida,

Nos sons,

No clima,

Nos odores,

Nas leituras que fazemos do mundo,

Das pinturas,

Das esculturas,

Dos livros,

Do capricho dos outros.

As coisas sempre acontecem,

Independente da gente,

A objetividade do mundo 

Para além de nossa subjetividade.

Ali está o bebê dormindo.

Que se pode esperar,

Proteção, proteger,

Amor...

sexta-feira, 16 de abril de 2021

33. Paternidade

 Acordei e não consegui dormir novamente.

Era madrugada escura, quente e silenciosa.

Estava em minha cama em casa onde minha mente girava perdida sem concentração, pensando em várias coisas ao mesmo tempo.

Vinícius acordou para mamar, encheu o bucho e dormiu.

E eu fiquei aqui vendo o tempo passar.

A manhã nasceu bela e eu o papai cansado

Como sono e tosse.

As vezes, acontece.

Ser pai.

Ser pai.

Só a fé

 É certo que morreremos, mas quando vários conhecidos e queridos seus partem num curto tempo. A gente fica acabrunhado! A luta do corpo com ...

Gogh

Gogh