sexta-feira, 28 de junho de 2019

Entender

Espiral do tempo,
Camadas e camadas imbricadas pelo tempo,
Existentes como memórias,
E a consciência nos atormentando e nos humanizando.
Agora olhando para o mundo, para as coisas agradáveis e desagradáveis
O mundo me brinca com as memórias,
Com os anos, com os males e as coisas boas.
Experiência!
Sei quem exatamente sou, pois conheço minhas limitações
E o tempo nos ensina a aceitar a vida com coragem
Ou se curvando aos tarja pretas.
Agora sei que o corpo é tudo que tempos
E uma boa mente pode nos ajudar a viver bem.
Não temos como fugir da realidade.
Tome um gole de Pessoa ou Borges
Respire e siga vivendo.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Medo em espiral

Um segredo,
O medo pega no pé,
Não é pé de planta,
É pé de gente,
Medo de nada só tem quem tem saúde.
Medo de tudo tem quem está no escuro,
Numa encruzilhada...
As encruzilhadas botam medo em qualquer coisa.
Ainda mais se tiver uma cruz,
Um símbolo,
Qualquer símbolo
Ou uma memória.
As memórias oras são boas, oras são ruins.
A gente sempre compara.
Ai se encontra o medo,
Medo da dor,
Medo do inesperado,
É angustiante viver agoniado com a angústia
que é o princípio de todo medo.

sábado, 15 de junho de 2019

Paganini

E o dia nasceu ensolarado,
Mas a tarde o sol desapareceu,
A chuva ora caia, ora desaparecia,
Mas as nuvens de chuva permaneciam ali,
Escurecendo a tarde de sábado.
Quis ouvi nocturne, mas depois percebi que guitar era melhor.
E nesta tarde de sábado de junho que se passa,
A noite uma linda lua cheia no céu estará.
Não agora, não importa taxonomia vegetal ou filosofia,
Só quero ouvir Paganini.
Nada mais.

Todo teu

A essência de um momento,
Uma ação,
Razão...
Música harmonizada num piano,
Um café,
Uma bebida,
Um chá,
O prazer de ser dono do momento
Por mais efêmero que seja,
Mas que seja seu.
Todo teu.

Palavras

A chuva chovendo numa tarde de sábado.
O que poderia ser mais agradável?
A cama, som de Chopin ou Schumann ao piano.
O sol oculto nas nuvens,
Um sorvete de café.
Existe um ápice de satisfação?
Talvez!
Mas só é possível em vida.
Talvez, seja agora que as palavras devem ser ditas ou escritas.

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Desilusão

Quais os caminhos que segue uma alma.
Certamente, buscará seguir a beleza, a pureza, a verdade e o amor.
Mas ai! A prisão no corpo!
A paixão, o medo, a dúvida e a morte.
Nossas limitações.
Emoção versus razão.
Queremos tudo e não lutamos por nada,
Servimos aos desejos,
Enquanto não experimentamos de tudo.
Uma espiral que desvela os mistérios da vida.
Talvez uma desilusão.

terça-feira, 11 de junho de 2019

Araripe

Enquanto o sol nasce, seguimos cortando estrada e voltando para casa. Após uma longa e cansativa  viagem nada é melhor que voltar para casa.
Na estrada, as paisagem que se apresentam e os lugares onde chegamos são as melhores recompensas que podemos ganhar. Admiramos a diversidade de formas, as composições e formações naturais que nos fazem esquecer a correria cotidiana.
Na paisagem vasta e profunda da caatinga, vemos os serrotes com grandes rochas graníticas, os riachos e vales cobertos de vegetação de ramos intricados que já dá sinal da secura na terra por apresentar suas folhas amarelas. Logo a vegetação estará nua, sem uma folha só com ramos e troncos.
No Cariri paraibano já voam os avoetes que apontam o fim da estação chuvosa. As ervas amarelam seus corpos frágeis e aos poucos uma nova paisagem ressurge no sertão.
Cortamos a Paraíba do litoral ao Cariri e de lá seguimos pelo sertão do Pernambuco até a Chapada do Araripe.
No Sertão do Pernambuco que termina no pé da chapa o sol brilhou como nunca e o calor só passou quando subimos a sotavento a mais de 1000 m de altitude até pareceu que havia um grande ar.
Uma tarde de muita identificação e uma noite de profundo descanso para na manhã seguinte está pronto para conhecer as veredas cearensis.
Ah, que maravilha de lugar repleto de grandes palmeiras de macaúba, babaçu e Buriti. Palmeiras de folhas pinadas e folhas flabeliformes com epiderme cerosa nítida.
Ver a água escorrendo com algas alaranjadas e uma capa-rosa espetacular.
Espécies inúmeras.
Anotado, fotografado, refletido e absorvido.
Assim que foi e tinha que ser.

terça-feira, 4 de junho de 2019

Por que biologia?

Somos saudosos por natureza uns são mais e outros menos. Às vezes, nos remetemos à infância, talvez para nos sentirmos bem. Naquela fase da vida em que nada importava mais que as brincadeiras. Além disso, tínhamos a melhor coisa do mundo que era a proteção e o amor dos nossos pais. É triste saber que algumas crianças não tiveram seus pais na infância, mas aqueles que tiveram hão de concordar comigo.
No sítio, onde morei, as coisas que mais me divertiam, eram brincadeiras de imitar os adultos. Acho que é porque era a única referência de realidade que tinha. Naquela época, entre os anos 80 e 90, a nossa comunidade era muito mais habitada e tínhamos muitas outras crianças com quem tinha amizade. Nossas amizades eram criadas com base na proximidade entre nossas vizinhanças. Geralmente, a melhor época para brincar era o inverno que é o período de chuva, pois tinha muita água, solo úmido, barro, córregos, plantas com flores e frutos.
Então, quando os invernos eram forte e as solos ficavam abrejados, aproveitava para construir açudes e currais. Sentia prazer em ver a água azulada se acumulando no prato de meu açudezinho que ia enchendo até sangrar, assim como fazer um curral e enchê-lo de frutos de bucha simulando ser o gado. No mato, adorava sentir o cheiro das flores cor de rosa dos serradores, cor amarela de mufumbos e marmeleiros. Ainda podia ouvir o som das grandes abelhas mamagavas, visitando as flores amarelas das catingueiras e flores violetas das mucunãs. Prestava atenção no canto das que ali cantavam como fura-barreira, anuns, anuns brancos, nambus e abre-fecha.  No mato, sempre havia o risco de se encontrar com cobras venenosas como as jararaca e corais; cobras não venenosas como as cobra-verdes e cobras de duas cabeças que se matasse pelo veneno, matava de medo. Sem contar que haviam as vespas maribondos do tipo boca-torta, enxu, maribondo de chapéu e cafifi e abelhas italianas ou africanas. Graças a Deus, nunca fui mordido por cobra, mas com as abelhas nunca tive a mesma sorte, vivia sendo ferroado.
No sítio de papai, podia ir nos afloramentos que chamamos de lajedos onde tem cactáceas e imburana só para ver se via algum bicho como um preá ou um teiú. Às vezes, papai me dava uma baladeira para caçar ou para fazer o mau aos passarinhos ainda bem que era ruim mira e não acertava nem em fura-barreira. 
A vida era boa! Tinha muita liberdade de descobrir o mundo e as minhas curiosidades eram ínfimas.
Mas tudo muda com o tempo, porém a natureza cresceu dentro de mim e me tornei um biólogo.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Planeta na madrugada

Neste  maio de 2019, às madrugadas foram mais belas,
Entre o silêncio e o escuro quando o céu estava limpo
Se podia ver dois belos planetas,
Estando um no nascente e o outro no poente.
Sendo o primeiro Vênus e o segundo não consegui descobrir.
Que pena, até pesquisei, mas estavam tão complicados e longos os textos que desconsiderei.
Enfim, foi muito bom ver um outro astro na madrugada.
Desta parva percepção que tenho do céu.
Só posso contemplar.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Chuva na segunda

Manhã de segunda-feira
a chuva chovendo suave e
O céu coberto de nuvens.
Pensamos!
Refletimos!
Por desaceleramos.
Tempo assim merece Chopin.
Tempo assim ativa a memória.
A natureza se revelando
A natureza sendo o que é
Existência, beleza e plenitude.
Enquanto aqui chove lá em Serrinha faz sol.
Ou sei lá onde tá tudo seco.
Assim é.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh