sábado, 1 de novembro de 2014

35 anos

Posso parar e pensar
Quantos caminhos e estradas passei,
Quantos lugares e pessoas conheci,
Quanta coisa eu vivi.
Lembro de poucas coisas, mas tenho memórias vivas,
Lembro que ainda era criança na escola (1988) quando meu primeiro ente querido se foi, meu avó Francisco.
Lembro bem do ano 1990 quando minha vida era plena em Serrinha do Canto,
Minha infância, minhas alegrias,
Boas safras de caju, o barro vermelho do parieiro,
As estradas de barro, nossas idas as casas de meus avós pelos caminhos de barro,
A água escorrendo, as jitiranas floridas, flores brancas e azuis.
Flores de jurema, de calumbi,
Flores de jasmim, por mim temida, associava a morte, por serem usadas para enfeitar os entes mortos.
Não se medo o amor das pessoas, mas se ver na dor da perca...
Eu vivi e vi a tristeza da seca no sertão,
Vi as pessoas venderem o que sobravam de coisas para sobreviver,
Vi a tristeza da pobreza, (1993), mesmo ano que perdi o meu avó.
Mas também vi a natureza a todos agraciar com água, pasto e belas colheitas (1994),
Vi o Brasil ser tetra (1994), no mesmo ano que perdemos o maior campeão de formula 1.
Em 1995, partiu minha avó Chiquinha.
Sofri ao querer passar num vestibular, tentei por três anos seguidos 1997, 1998, 1999.
E tive a felicidade de entrar na universidade no ano 2000...
Houve ai um divisor de águas, sair de casa, do calor e proteção paterna para aprender a viver,
Novas amizades, novas tristezas, novas problemáticas... 2000 foi um grande ano...
Em 2002 ganhei minha primeira sobrinha, foi muito estranho, Veio Giovana e no Ano seguinte Felipe. Nossa família aumentou, foi muito bom... engraçado como as pessoas surgem em nossa vida
E vieram as grandes conquistas, formatura, mestrado.
Após o mestrado mais uma grande mudança, pude conhecer e morar em São Paulo, tive um sonho realizado poder conviver com os taxonomistas tão falados por minha querida Iracema Loiola.
Conheci Rosângela, Inês... Amigas como Cíntia Vieira, Fátima Otaviana...,
Minha querida Sinhá (2007) partiu.
Veio minha terceira sobrinha Alessandra, ainda lembro no dia que ela nasceu, quando fui visita-la em Santo Amaro.
E em 2008 fui para o doutorado onde conheci uma das pessoas mais especiais em minha Vida Ana Paula Caetano ganhei uma nova família.
Comecei a colecionar livros e ler bons livros.
Bom e os anos passaram e com eles minha intolerância, minha rabugice,
Bom de 2008 a 2012 foram anos de bonança, com exceção das dificuldades de Mamãe com algumas doenças...
Em 2012 fui para Brasília onde morei numa grande solidão até 2013...
Desde então estou em João Pessoa...
E a vida vai passando.
São 35 anos completos...
Percorridos,
Felizes ou doidos,
São eles que compõe minha história.


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Oco

Vai o dia,
Vem a noite,
Poesia e melodia,
Vento de acoite,
Cada dia é impar,
Corremos cansados,
Ignorando o mundo
E suas coisas,
Seus adornos,
Hoje me impressionou
Ver a lua ao meio dia,
Tantas coisas se passam
Sem que percebamos,
As vezes nosso mundo
É um grande oco,
Entre o dia e a noite.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

o Sertão

O sertão,
Folhas secas pelo chão,
Galhos cinzas,
Troncos ramificados,
Flores perfumadas,
Cipós de marmeleiro,
Terra seca, corrida,
Que chupa a urina,
E solta um cheiro de terra molhada,
Ou aroma de folha...
Ah, o sertão,
Parece que tudo é solidão,
Tudo é resistência,
E quando a noite cai,
E o vento sopra,
Vemos que o sertão
É sempre o mesmo
Plantas espinhentas e retorcidas,
Flores amarelas...
E o homem,
Esse ser perdido.

sábado, 18 de outubro de 2014

Bem devagar

 Mais uma noite caiu,
Após uma tarde mateira,
As sombras da noite
Faz a natureza silenciar
Faz a natureza descansar.

A rua vazia,
Cães a ladrar,
Tudo não passa.

As luzes frias alumiam
As ruas e avenidas,
O tempo vai passando bem devagar.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Amanhã

A noite chega,
Tudo é cansaço,
Tudo é vazio,
Tudo é solidão.

O vento sopra de vagar,
Os cães latem sua solidão.
Ruas vazias,
Casas apagadas,
Uma noite de sexta que se passa.

Amanhã é um novo dia.


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Consequências da noite

É noite,
E a noite é misteriosa.
A noite é fogueira apagada,
Luz das estrelas feito cinza na brasa,
Quente ou fria sempre se passa.

É noite,
E a noite temos memórias noturnas,
Memórias que surgem sob a sombra da noite.

É noite,
A noite lembro de coisas,
Mas a noite reserva um tempo só meu,
Posso tranquilamente tomar um chá,
Ler um livro, ou papear,

A tempo que me livrei dos telejornais
E até mesmo da televisão...

Se bem que na minha gênese nem tv tinha em casa.

A noite não é ociosa para mim sem tv,
Ao contrário a noite é curta,
A noite é misteriosa.
E é a noite que os sonhos se tornam realidade.

A noite

O escuro da noite,
Oculta maldades,
Oculta realidades,
Mas revela belezas,
Como a lua e as estrelas.
É preciso conhecer a noite
Para ver um céu estrelado,
Para ver um céu enluarado,
Uma luz acesa,
Mariposas voando,
O canto do urutau.

Uma xícara de chá,
Quantas ideias...
A noite apesar de tudo
Acalma a alma,
Dar descanso ao corpo,

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A realidade

A realidade é solta como uma rocha num riacho.
A realidade é fragmentada como areia.
O que é a realidade?
A realidade é o todo e por ser o todo,
Torna-se abstrata.
A realidade às vezes me arrebata.
Nem tudo que percebo é realidade,
São breves ilusões frutos de nossos sentidos.
Conceitos, abstrações e conhecimentos,
Eis que está tudo dissolvido,
Tudo preso ao humano,
Além do humano,
Nada faz sentido.
A realidade é solta,
E só faz sentido a luz da razão.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

O vento

O vento soprando suave,
Invisível o vento nos toca,
Nos envolve nos embala.
O vento assovia na janela,
O vento fecha e abre porta,
O vento venta pela manhã, pela tarde e pela noite.
As vezes calmo e as vezes de açoite.
Vento, vento, vento.
Vento que envolve algum amor,
Vento que fez as flores sorrir,
Vento que me faz sentir,
A vida viva.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Humanizar

Sempre que acordo costumo olhar através da janela.
Olho para o mundo e contemplo.
Contemplo o céu, o verde das árvores,
O colorido das casas o movimento da gente que passa.
Quando abra a janela ouço o som do mundo, do vento e do belo canto das aves.
Há tanta coisa por ser descoberta,
Quanto tempo tenho para fazer isso?
Explorar este mundo?
Não podemos adivinhar.
Muitas coisas não são previsíveis.
Como o amanhã por exemplo.
O amanhã que é eterno e não saberemos quantos amanhãs mais seremos.

As coisas e o mundo continuarão,
Flores a florir,
Aves a cantar,

E nós nos encantaremos.
Nós voltaremos a eternidade de onde viemos.

Tenho, hoje, a certeza que um dia desaparecerei,
E serei esquecido,
Como desapareci de Serrinha, de Natal, de São Paulo, de Campinas e de Brasília...

Eu sou o meu tempo presente, meu lugar presente e minha vida presente,
O mais são memórias, são histórias e o que materializei e que construí de bom.

Amanhã serei uma história, depois de amanhã memória e depois uma lápide.

Vão-se as memórias, as histórias e tudo some.

Quando acordo lembro que tudo é passageiro, omnia vanitas...

Lembro da vida de Borges, uma vida inteira vivida e contada.

Eu lembro dos que me divertiram e partiram,
Lembro dos que amaram os que me amam e me amaram.

Quando amanheço tento me humanizar.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh