A noite caiu silenciosa.
Aos poucos as nuvens escuras
ofuscaram o brilho das estrelas
e se derramaram em chuva.
Não se ouviam grilos,
não se ouvia nada
além do quebrar
das águas da biqueira.
Choveu, choveu, choveu sem parar.
Enquanto pessoas descansavam,
enquanto pessoas sonhavam.
Pela manhã
o cheiro de umidade onipresente,
alegraram minha alma,
calçadas lavadas,
tanajuras mortas
e o lixo desceu correnteza
abaixo tapando boeiros...
As flores desabrocharam
indiferentes a noite passada.
Na noite passada
quantas coisas
não aconteceram.
Fatos continuam acontecendo,
junto a vida, junto a existência...