Quantos guerreiros estão por ai, travando batalhas hercúleas entre quatro paredes. Tentando domar pessoas, pregando a educação. São pessoas comuns, mas no contexto o qual estão inseridos cabe-nos categoriza-los como heróis. A educação é uma atividade para toda a vida do indivíduo, e será essa que permitirá ao homem viver em sociedade. Mas o ato de educar não é ainda uma atividade que tenha facilidade. É necessário amor, doação, muita paciência e por que não fé. As instituições de ensino em nosso pais, Brasil, é desprovida de investimentos. Falta estímulos para os educadores. Os salários são baixos e muitos dos professores tiveram uma formação insuficiente. Mas nem por isso a rede de ensino deixa de ter verdadeiros guerreiros que a partir de esforços particulares tentam e tornam as escolas ambientes mais civilizados. Esses guerreiros tem que lutar com unhas e dentes para competir com o mundo externo, para ter o seu espaço como educador. As ruas e os meios de comunicação atraem mais aos alunos que o sistema escolar. Competir com esses meios é algo extremamente difícil, pois chamar a atenção dessas pessoas exige um certo malabarismo. E é exatamente isso que os certos professores fazem, usa de diversas técnicas para dar mais cor, sabor e luz a sala de aula. Mesmo assim a luta é muito injusta, mas não é inválida. Essas pessoas mudam a vida das pessoas dando um norte. São verdadeiras estrelas que orientam as pessoas, mesmo tendo que competir com a cultura de massa, esses professores estão trazendo do mundo da massa uma nova maneira de educar, usando a ferramenta mais antiga o discurso, a conversa. É necessário aprender a conversar com os alunos, muitos dos professores conseguem, principalmente aqueles que são plásticos as inovações, enquanto outros, moldados a antiga forma de ensinar, aqueles que acreditam no conhecimento como algo produzido e não algo a se produzir, estes estão fadados ao cansaço. E o que eu sei sobre educação, pragmaticamente nada, mas sei muito. Pois navegando na nuvem da internet, posso pescar vários blogs de professores, pessoas brilhantes que usa dessa tecnologia para iluminar esse mundo de quatro paredes. São vários os blogs que leio constantemente, pessoas que traduzem o que acontece, situações, como fizeram para mudar. Introduzindo o lúdico, a conversa estão levando os alunos a descobrir o universo da leitura. Vejo esses guerreiros, esses heróis como faróis que iluminam o mundo. Essas pessoas sempre relatam situações gratificantes e nem cogitam deixar a escola, pois amam o que faz. A luta guerreiros.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
terça-feira, 12 de abril de 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Sertão
O homem precisa se expressar,
No sertão bem antes da televisão,
os homens conversavam,
se comunicavam, resolviam
seus problemas sem ambição,
os negócios era coisa simples,
vender um porco, galinhas,
bodes, e legumes e um peixinho
pra complementar a alimentação,
quando muito no fim do ano,
comprava um metro de pano,
pra uma roupa nova vestir,
usava havaiana, ou chinela
de peneu, tinha os pés rachados,
a pele tingida, mostrava
as dificuldades da vida,
na lenha fazia algum recurso,
bem como plantando algodão.
A mulher sertaneja
tinha uma destreza
de saber dividir a comida,
varrer os terreiros,
lavar a louça, pra isso
tinha que ter habilidade,
não tinha muita vaidade,
cuidava da casa,
e da divisão,
sabia bordar,
passar, lavar e cozinhar,
mas quando veio a televisão,
as coisas mudaram,
e como aprendeu aquele povo
a ver novela,
ver as coisas mais belas,
mulher e homem artista,
um povo egoísta,
cheio de malícia,
mostrava que a vida
boa estava na cidade,
e o povo humilde povo
que só sabia falar
daquele lugar, que sabia rezar,
na ilusão, passada pela televisão,
foi embora em busca de melhor vida,
e só encontrou
devacidão,
fora do seu mundo,
seu conhecimento perdeu
sua função,
no sertão sabia os remédios para
qualquer mal,
sabia tirar do mato
o sustento, mas na cidade,
o que era então,
um povo mal trapilho,
de ego ferido,
por todos ofendido,
até que chegou
a luz no sertão,
água e o povo
que já envelheceu,
aquele povo que ali
nasceu já não pode mais voltar,
e o povo novo
voltar nem pensar,
o sertão
tá virando um desertão,
e cada vez mais calado,
como o homem que
tem vergonha se expressar,
que vivia a cantar,
as cantigas do sertão
em sua animação,
maldita televisão,
maldita ilusão,
um dia volto pro meu
sertão
ah volto
aquilo lá ainda vai virar mar.
Desertão
No sertão tem beleza de montão,
as casas mais brancas,
casas de taipa feito joão de barro,
árvores cheias de ninhos,
mas nuas, cheias de espinho,
plantas com arquitetura
que é uma belezura,
cardeiro em forma de candelabro,
macambira em forma de cisal,
tem juazeiro, pereiro.
Na seca tem terra rachada,
pode ouvir aves cantando,
o vento assoviando,
os bodes berrando,
catavento rodando,
e sentir muito calor,
sentir muita sede,
sentir a pele seca,
o corpo a transpirar,
sentir o cheiro do mato,
o cheiro de bichos,
a água salobra,
Sentir no sertão todo
tipo de sensação, de desconforto.
Viver no o sertão
não é pra qualquer um não,
tem que nascer lá, senão,
não aguenta o rojão,
é forte, um herói quem ai vive,
quem ai aprendeu a viver,
é preciso muito amor,
a natureza, a beleza pra morar no sertão,
quer maior desapego?
quem vive no sertão,
quem mora no sertão,
desfruta da paz,
o que o preocupa
é só a falta de chuva,
mas nem todo quer conhecer,
ou viver no sertão,
que aos poucos
se torna o vazio,
um grande desertão.
Adeus Aranha
Meu caro João,
a amizade é tecida,
é a coisa mais rara
que pode se ter na vida,
não se compra,
não se vende,
simplesmente é
um rede estranha,
tecida no dia dia,
feito poesia
que rima nos
fonemas,
nas frades
e assim se faz um poema,
a amizade meu caro,
neste mundo é algo raro,
e de nó em nó,
uma rede vai se construindo,
e de nó em nó,
sem perceber,
algo de inestimável
se consegue,
confiança,
cumplicidade,
nada de vaidade,
eis que dai
surge a amizade,
como numa teia
hialina, os finos
são cruzados,
e algo é montado
a amizade,
xabrola,
a amizade
João Aranha,
Seja feliz
na sua nova vida,
procure ver mais formas,
mais cores,
sentir mais os cheiros,
os sabores, a textura,
porque a vida
revela-nos
através dos sentidos,
dos pequenos atos,
seja feliz,
nunca esqueça,
nunca adormeça
nossa amizade,
Seja feliz.
cada
E a tarde já não arde,
e o sol quase não brilha,
e a noite já vem vindo,
e eu vou saindo
para casa,
casa,
meu lar
Cresce
As árvores que tanto sofre com a adversidade da natureza continuam de pé. Perdem as folhas, as vezes perdem as flores e os frutos pela falta de água. Mesmo assim as árvores resistem e quando a natureza compensa com boas condições estas tornam-se viçosas e dão sombra, flores e frutos, além purificar o ar e transformar o inorgânico em orgânico. A vida ensinou as árvores a suportar as dificuldades do mundo ao longo do tempo. Mas não percebemos na natureza a inteligência, simplesmente ignoramos o mundo que vivemos. Olhamos apenas para o eu, um eu egoísta. Achamos que só nós sofremos e isso nos torna angustiados. Ah olha para dentro de si. Olha para a árvore que tu achas que está feia, ela pode está sofrendo alguma injúria. Não seja como plantas artificias sempre belas, mas sem essência, sem vida. Quando estiver se sentindo mal, para e reflete, na certa está amadurecendo. Aprende a refletir. Aprende a sofrer, só assim saberá ser resistente as adversidades da vida.
domingo, 10 de abril de 2011
Inverno chegou
Essa semana liguei para casa e falei com papai. Ele falou que fazia tempo que não chovia lá. Desde sexta que chove mamãe falou hoje.
Pra morar no sertão antes de tudo tem que ter fé e muita esperança. No Sertão a chuva não é algo frequente nem constante. Tem anos que chove muito, mas tem anos que cai uma chuva grande e as nuvens cheias de água não aparece mais. Ainda lembro quando morava em casa em certo ano estava numa seca danada já era março e a lavoura já estava considerada perdida. Era uma tristeza só, os animais estavam magros, a água escassa, as plantas com as folhas mirradas e murchas algumas plantas estava até nuas. O feijão estava já na rapa dos silos, muita gente já começava a fazer contas nos mercados. Então certo dia o sol nasceu num céu azul e brilho intensamente, as cigarrinhas cantavam. Fiz todas as coisas e me enfurnei dentro de casa para aliviar do calor. Neste dia no meio da tarde um ninbus despontava no nascente, as famosas torres. E veio subindo, tomando o céu, e a tarde foi esfriando e nós ficando felizes. E lá vinha a nuvem carregada. Choveria? Sim aos poucos o céu ficou totalmente coberto e pingos agressivos caiam sobre as telhas e a biqueira, caiam soando feito bala e foi aumentando mais e mais. Um cheiro forte de terra molhada, de chuva atemporal, perfumava nossa alma e aos poucas um fio, uma corda e um camelo de água descia da bica enchendo as caixas, os potes, os baldes, até limpa a água canalizada para a cisterna. A água começava a escorrer no terreiro, as galinhas correram e se abrigaram na casinha da faxina, e a vaca urrou feliz. E choveu muito, e naquela tarde a tristeza se tornou em plena alegria, os sapos saíram dos buracos, e cantaram. Os tanques encheram, as fezes do gado no curral se fez lama, logo os campos estariam coberto de cebolas bravas, logo a babugem pintariam de verde os solos nus. Naquela tarde começou o inverno e a partir daquele dia tivemos um ano muito feliz, cheio de fartura e de alegria.
A estrada
Uma estrada esburacada, poeirenta, de pó frouxo era assim a estrada que passava em frente a casa de Amaro Lopes. Tinha quase dois metros, cabelos brancos, e voz arrastada, faltava-lhes uma orelha não lembro se a esquerda ou a direita. Bem com a idade avançada que não lhes permitia mais trabalhar. Ele ficava o dia sentado numa cadeira de balanço na porta da sala observando quem ali passava. Sempre perguntava a quem passava algo, por isso era uma das pessoas mais bem informadas daquele lugar. Odiava quando passava algum caminhão em alta velocidade, pois levantava uma poeira que cobria toda os moveis de poeira. E os malinos dos carros ainda gritavam, mangando da cara do velho. Não entendia muito do que falava, não ria com ele, mas sabia que ele sabia fazer algumas coisas legais. O filho dele mais novo tinha uma beça, uma arma de atirar pedra muito diferente doas convencionais. Não sei como explicar aquela arma. tinha um arco, uma corda e algo parecido com uma coronha. Foi ele quem fez seu pai. O filho dele aprendera com ele a fazer carros de madeiras e lata. Nossa como queria um carro daqueles para mim. Queria mesmo era aprender a fazer. Uma vez mamãe encomendou um carro ao filho dele, pra mim. Ganhei aquele caminhão e fiquei muito feliz. Mamãe fazia meus gostos muitas vezes. As vezes nós iamos na casa dele para usar o moinho pra moer milho pra fazer a comida da janta. O moinho era muito bom leve. Ficava bem na cozinha onde quase todas as coisas eram feitas artesanalmente, mas com material de qualidade ruim. Então ficava ali moendo e ouvindo os adultos conversando, sobre a vida, o quotidiano das pessoas. Essas coisas. Certo dia o velho morreu, e nunca mais vi a porta aberta. A estrada agora estava calada. Poucos anos depois sua esposa Cica morreu também. Então o filho vendeu a casa e foi embora. Hoje a casa ainda existe, mas está fechada, calada. Não pergunta nem reclama de nada só trás nostalgia da infância. As vezes a noite quando voltava da cidade e passava ali, onde o vento faz a curva na estrada, sentia um frio na espinha. Mas até isso as memórias apagaram.
Domingo
O dia nasceu lindo hoje, mas acordei numa preguiça. Estava sem coragem até de abrir os olhos, com muito esforço abri os olhos e vi através da janela uma luz fresca, clara. Fazia frio, então fui ao banheiro e voltei para a cama onde fiquei metutando. Sobre a vida, sobre tudo que via. Então levantei novamente fui a cozinha comer algo, comi duas bananas e dois caquis. Então voltei para a cama. Peguei uma revista Fapesp onde li uma matéria sobre Marie Curie e outra sobre o Isaac Karabtchevsky, maestro da orquestra de Heliopolis. Em seguida mergulhei numa leitura sobre teoria do conhecimento de Alberto Oliveira e fiquei lendo quase o dia todo só parei para ir ao Dalbem buscar uma marmita e almoçar. Confesso que a leitura era muito pesada, mas deu para apreender muita coisa. Acho que pra ler esse livro precisa uma certa base a priori pra entender algumas frases. Enfim tentei ao ler este livro me senti como quem vai andando pelas ruas, tentando extrair das palavras um certo significado e alguma beleza, mas acho que por está cansado e me sentindo só, pouco consegui. A tarde as nuvens cerraram o céu e caiu uma forte chuva de granizo. Confesso que ainda era criança quando presenciara tal fenômeno. Agora a tarde está quase no fim e esse domingo passou, sem muita empolgação, mas assim o foi. Uma nova semana logo começará.
Choveu gelo
Neste instante acaba de cair
uma chuva de gelo,
que chuva dura,
que chuva branca,
que chuva!
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