campos cruzados por rios,
onde o loiro trigo,
maduro acena para o vento,
que sopra contando os fatos do mundo,
e eu a olhar
para o horizonte,
sobre o monte,
vejo o paraíso,
vejo e tento
entender Gogh,
ouço Mozart,
e viajo nos meus sonhos,
sinto meu interior risonho,
sinto minha alma leve,
sinto que a vida é breve,
minha mente branca como a neve,
sente-se fazia, as vezes fria,
então me apego a fantasia,
subo no monte
e faço dele meu mirante,
ouço Mozart,
vejo Gogh,
e sinto o vento
tocar minha pele,
meu rosto,
ouço ele falar
quantas belezas há na vida,
descanso,
sinto a luz do céu,
ouço o som da água corrente,
sinto o cheiro da umidade do ar,
ouço o chiar das espigas
do trigo,
minha alma carregada,
minha vida calma,
então respiro e volto a vida.