quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Morte

Num suspiro, um único suspiro
pode ser nosso último,
apenas um para desfazer uma história, uma vida.
Um suspiro separa a vida da morte.

Quando o corpo se cala,
perde o calor, alivia da dor,
o corpo frio, sem alma,
sem temperamento,
ganha enfim uma essência.

Carne fria, lábios cerrados,
olhos embotados.

Onde está a alma,
as ideias, as necessidades?
O sentidos?
Para onde foram?

Um suspiro separa tudo,
faz a diferença,
da consciência a inconsciência.

Então porque tememos tanto a morte?

Se nosso destino iminente é a morte.

Vou falar da aurora,
do jasmim,
da grama,
da magnolia,
porque a vida
está fadada a morte.


Aurora

Aurora

Tu que me acordas,
desperta minha alma,
e acende meu mundo afora,
vai espalhando cores,
fazendo desabrochar flores,
exalando o cheiro da manhã,
deixando as gramas orvalhadas,
gotas cristalinas filtradas nas folhas,
anunciando a chegada do sol, Apolo,

Aurora

Quando me despertas
sinto que é hora de ir embora,
da cama, largar dos sonhos.

Aurora

Tu que calas os cães,
desperta as aves
e as faz cantar,
e toda a manhã desabrochar.

Terra

Do seio da terra,
nasce a semente,
cresce a árvore,
arbustos e ervas.
Do seio da terra,
tiramos nossos sustento,
derramamos suor e
e força, dia a dia,
na enxada a colher,
o grão.
Pro seio da terra
vai a água,
vão os corpos,
fogem as almas.
A terra tudo consome,
tudo recicla,
renova,
no seio terra,
descansa o corpo,
desfaz-se a vida.

Padroeira

O vazio
No feriado de nossa Senhora da Conceição
e eu aqui, trabalhando, a santa vai me
perdoar, mas hoje fiquei aqui a trabalhar.

Maezinha, lembrei de vovó
que a tempos atrás,
num dia de hoje viu a missa,
se benzeu.
Eu estava lá do lado dela,
ficava lendo e vendo
seus lábios mexerem,
a rezar,
aos benditos santos,
Nossa senhora da Conceicão,
protegei a humanidade.

A capital

Sal da terra,
terra do sal,
minha querida Natal,
estou contando os dias,
meu ser está cheio de alegria,
vem a mente poesia,
Natal, cidade do sol,
sinto saudades,
dos seus puros ares,
Natal, minha capital,
me encanta,
me enche o peito
de saudades.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Minha república

Moro com mais três amigos e um cão, o estrela. Estrela é um cão muito legal, mais mole que um coelho, mas muito meigo. Meus companheiros são o Zé Bola, Dani e o Marcelinho. Temos hábitos muito diferentes. Dani é uma pessoa noturna que adora ver seriado de tv. Vive assistindo todos os seriados do Universal. Faz mestrado com parasitologia. Ela é uma general, muito séria, mas não tem muito moral com o Estrela é ela quem mais cuida dele, põe comida, água e faz uns afagos. O estrela gosta muito dela, safado não late com ela. É fácil perceber quando ela chega na casa, primeiro que o estrela não late pra ela, então quando ouço alguém chegar no portão mexer na chave e o estrela for indiferente então já posso imaginar que é a Dani, depois quando ela sobe a escada seus passos são silenciosos. O Zé faz doutorado na genética, é um homenzarão de foz muito máscula, tem mania de limpeza. É um cabra de atitude, mas é viciado em jogo na internet chega na casa, as vezes nem come, já tem bandejado e se enfia no mundo avatar dele. É fácil perceber quando ele chega em casa, pois mal chega na acacia o estrela começa a latir, depois que abre o portão, pisa nos batentes da escada como um gigante pegadas fortes e rijas. Já Marcelinho, faz mestrado comigo na Biologia vegetal, é um cara muito trabalhador, tem mania de trabalho mesmo, sempre que o vejo está trabalhando. O vício dele é estudar Asteraceae e cuidar de idosos. Cuida da mãe que é doente, do avó e do orientador, ainda quebra o galho para deus e o mundo, ah e quando vai para o sítio do pai vai trabalhar. Votz. Quando chega em casa, o Estrela sacoleja as orelhas. Então voce escuta um imperativo. Sobe estrela! E eu que tenho mania de filosofia, sou quase um velho. Saio de casa antes das sete horas, vou vendo o mundo, chego no labe onde fico até as cinco e meia, volto pra casa e quando chego o estrela oras late, oras é indiferente, mas sempre abana o rabo. Chego cedo assim sobra tempo pra contar essas histórias.

Filhos está na hora?

Hoje como quase todos os dias quando que não chove fui fazer alguns exercícios na praça dos Cocos.
Cheguei lá e comecei a me exercitar. Fiz barras, paralelas e quando estava fazendo flexão. Um menino e uma menina se aproximaram. A menina perguntou o que estava fazendo, achei simpático, pela primeira vez uma criança falou comigo. Devo ser muito sério. Meus trinta e um anos já está se mostrando. Acho que por ser sério as crianças não falam comigo. Mas aquela menina veio me perguntar e o menino um loirinho, ambos deviam no máximo ter uns três anos. Ela me perguntou o que estava fazendo e respondi que estava fazendo flexão. O menino perguntou onde estavam meus filhos, se eles estavam brincando, e onde estavam. Nossa tomei um susto com essa pergunta. Então respondi que não tinha filhos e ele perguntou porquê? Não sabia o que dizer. Porque não respondi. Então ele insistiu no porquê! fiquei acuado. Então ele saltou ah vai ter filho em sua barriga!? Ah! o que nossa fiquei mais aturdido que se tivesse levado um soco. Então a menina falou na barriga da mãe dele. Minha nossa! Aquelas crianças. Foi uma sensação estranha. Então depois pensei nos meus amigos que têm filhos, pensei na vida. Ainda bem que eles calaram e foram embora. Não estou pronto para ter filhos ainda foi minha, mas já está no tempo de ter um foi minha conclusão final.

Interrogação

Sartre saiu de casa, fechou o portão, respirou profundamente, olhou a acacia. A rua estava vazia, e meio escura. Montou na bicicleta e saiu pedalando. Pensando na vida e na primeira reta viu no nascente que o sol logo despontara. Seguiu sentindo o frio da manhã. Sentindo as articulações dos joelhos enfadadas. Chegou a universidade ainda escuro. Sacou a câmera tirou uma foto. Em seguida tirou do bolso a chave que abriu suas portas, no interior da sala, vazia escura e ainda quente. Sentou na cadeira sacou o computador, ligou na tomada, acessou a internet, leu colunas de revistas e jornais, enquanto ouvia rádio. Leu um capítulo do pequeno príncipe. Fez tudo isso e sua mente estava vazia, nem um pensamento pra por no papel. Sua mente estava branco como um espelho de celulose. Sentiu-se angustiado. Pensou na vida, nas dificuldades, nas angústias, nos erros que sempre pratica, nas coisas que não consegue fazer. Enfim quantas angústias sente. Pensou em escrever algo, então escreveu sobre o dia, na verdade queria escrever sobre a manhã. O que será que procuras indagou-se. A vida parece sempre tão monótona. Sempre as mesmas coisas, sem ver os resultados, fica assim angustiado. É preciso mesmo sacrificar o ser? Indagou. Inspirou e expirou. Abriu a página e começou a trabalhar. Tudo parece tão monótono, ou será que será ele uma pessoa monótona? Daqui do laboratório o jardim é tão lindo, plantas verdes, floridas. E aqui faltam ideias, palavras ou será que falta vida?

Dia

Manhã de sol,
céu azul,
as folhas das árvores brilham,
manhã de verão,
depois da chuva da tarde passada.
Ruas limpas,
pessoas limpas,
mente a mil.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Limbo

Doces sonhos,
sonhos de dias de paz,
dias de luz, de calor,
dias com campos cheios de flores,
o mundo cheio de cores,
de risos de crianças,
moldado de esperanças,
sonhos com altruísmo,
humanos bons,
natureza pura.

Rios com águas cristalinas,
escorrendo, cantando,
pedras lavadas pelas águas,
o ar limpo, puro,
noites mais escuras,
coberta de estrelas,
pirilampos,
o canto dos sapos,
o frio na serra,
paz na terra,
nada de jornais,
nada de notícias,
cada pessoa com suas vidas,
suas lidas,
que loucura,
mas a vida parece que já teve mais brilho,
foi mais romântica!
Sonhos quem sabe um dia,
viveremos no limbo.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh