segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Noite vazia

A noite hoje está tão escura, silenciosa e vazia,
quem dera estivesse fria,
A luz amarela e fria
entra em meu quarto,
a luz branca do meu quarto apaga a noite
aqui dentro.

Eis que o silêncio
da noite vazia,
sem estrelas, lua sem nada,
me chama para dormir,
me chama pra sumir
no escuro a noite me entregar,
a noite abraçar,
essa noite silenciosa e vazia.

Dias que passaram

Os ventos do fim do ano sopram,
sopram os dias que se passaram,
um a um a lua os dormiu,
o sol os abriu,
os ventos como o som da orquestra,
sob regência de Mozart embalam
meus sonhos em sua melodia,
entre desilusões, alegrias súbitas,
e tristezas múltiplas.

Levem ventos os dias que me passaram,
como grão de areia nas dunas,
um a um levados ao vento,
sob o peso da vida,
consolida as dunas da vida.

Ventos que passam,
dias que passam,
vidas inteiras,
são levadas,
anos passados,
memórias apagadas,
quando não eternizadas,
nas palavras ou simplesmente,
numa lápide.
Ventos levem os dias que passaram neste ano.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sentir a vida

Sentir a vida

Cada segundo que vivemos,
cada impressão que sentimos,
é única, porque nada do que foi é,
nada do que é foi, nada do que será é.
Cada segundo que vivemos é impar.
Cada odor,
cada cor,
cada sabor,
cada textura,
são únicos,
assim como cada noite é única,
pode ser a última ou a primeira.

Cada coisa que vivemos é nova,
pois acaba de acontecer,
porque é única,
mas nosso cérebro nos engana,
faz-nos crer que o comum
é frequênte.
Nosso cérebro, assim como nossos sentidos,
nos enganam,
nos faz acostumar com o que se repete,
por isso esperamos que sejam
as cores, as mesmas cores sempre,
os cheiros, os mesmos cheiros sempre,
as mesmas texturas, mas será
que a chuva que cai agora é igual a chuva de ontem?
serão as flores da acacia de hoje iguais as da primavera passada?

Será que os nossos erros são repetições,
e os nossos acertos nossas perfeições?

Será que tudo na vida é igual?
Erramos ou acertamos sempre?

A beleza da vida
não está no agora?
Tempos a impressão quando tudo acontece,
está acontecendo igual,
acreditamos realmente nisso?
ou nos enganamos cada dia?

Gostamos das coisas boas,
que estas sejam sempre iguais, boas.
Mas que graça teria a vida?
Se tudo seguisse sempre o mesmo curso.
Temos sempre impressões diferentes,
mas acreditamos ser iguais,
e desprezamos muitas vezes o viver,
o ser.

O tempo passa,
se enrosca em sua concha,
se encrosta,
e nós nos confundimos,
nos iludimos,
e acabamos
desaparecendo,
feito fumaça no espaço.

Soneto da vida

Quando o sol brilha intensamente,
quando o dia pleno, cheio de cores,
nos jardins sorriem as flores,
Quando o dia está pleno, abra sua mente.

Respire, docemente,
que dádiva aos amores,
que plenitude sem dores,
sinta-se alegremente,

pleno, sinta frescamente,
a energia do sol, os odores,
a textura do dia, plenas as cores,

sinceramente,
a primavera se dar ao verão e seus rigores,
na vida, nem tudo é bom, mas olhe sempre as flores.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Meu Natal

A quantos não vejo,
a quantos não beijo,
numa noite enluarada,
numa noite esbraquiçada,
faz tempo que não vejo a lua,
faz tempo que não saio a noite na rua,

Quero numa noite de lua,
caminhar na praia,
me espojar na areia,
namorar a lua,
sentir o sal da praia,
o som de todas as conchas,

vindos de alto mar,
quero me esbaldar,
ver o horizonte
em linha reta.

Que saudades da lua,
que saudades do mar,
quero sentir a lua salgada,
a pele salgada,
a boca molhada,

na pele o cheiro do sal,
da pele protegida,
de cor morena,
ah que delícia poder ver a lua,
viajar nas mares da mente,
se enroscar nas lembranças
do mar,
da orla,
do sal,
de minha linda capital,
minha maravilhosa Natal,
nesse natal,
vou está em Natal,
tomara que tenha lua,
vai ser um super natal,
enfeitado de pisca-pisca,
com a lua no céu
de minha capital,
te amo Natal,
onde todos os dias,
é natal.
Permanente lua.

Estrelas da madrugada

Hoje acordei mais cedo,

As estrelas não tinham apagado ainda,

Brilhavam no céu, feito farol na orla,

Só faltou o barulho das ondas,

Seu estava limpo, puro,

Sem os pirilampos de ferro,

Seguindo sempre suas rotas,

Não, não os vi,

Vi as estrelas, no nascente,

Feito estrelas do nordeste,

Fazia tempo que não via uma estrela,

Além do sol brilhar tanto,

Mas brilhava e como brilhava,

Amarela, não vi uma estrela azul,

Não vi, vi a luz amarela do poste,

As ausência das cores,

Tudo estava com um tom

Amarelado! Engraçado.

O jasmim tinha suas flores amarelas,

O que a falta de luz não faz,

Mas o cheiro de suas flores era o mesmo,

A magnolia esconde as flores,

Por não ter belo tom,

Encanta com o perfume,

E que perfume...

Então minha flor partiu,

O sol saiu,

E o dia veio lindo,

Limpo, como todos dias de sábado.

Lembraças


Se o tempo voltasse,
se caíssemos na concha do tempo,
queria muito poder voltar,
fazer que algumas coisas melhorassem,
dividiria mais o meu tempo com meus amigos,
teria me preocupado mais em ler o que gosto.
Se o tempo voltasse,
se caíssemos na concha do tempo,
eu faria tudo de novo,
meu maior tesouro são minhas lembranças,
são delas que alimento minhas esperanças,
reminiscências de infância,
da moradia, da vida vadia,
dos risos cheios de alegria,
minha vida foi muito generosa,
cheia de prosa,
cheia de surpresas,
de boas amizades,
suportes para minha maior idade
que chega,
carregada de lembranças,
batendo a porta da minha realidade.

Madrugada



É cedo,
no céu ainda brilham estrelas,
aurora desponta no nascente,
madrugada silênciosa e fria,
a rua está vazia,
apenas a acacia dourada de flores,
a magnolia perfumada,
o jasmim manga respiram,
em harmonia.

As estrelas vão se apagando
com e o sol vai despontando,
lentamente, suavemente,
então a noite recolhe seu véu escuro,
e parte para a eternidade,
a acacia sorri para o jasmim que sorri à magnolia.

Ainda é cedo, mas não consigo mais dormir,
estou imerso em pensamentos,
no quarto abafado,
encontro o sábado,
e acordo pra vida.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Saudoso

Minha doce flor,
meu lindo amor,
a chuva cai,
soa aqui o vazio,
não está frio,
mas bem que poderias,
está aqui, Ana,
tem dias que não sai uma poesia,
tem dias e dias,
hoje se fosse mulher estaria de tpm.

a chuva cai,
a acacia enfeitada na calçada,
escorrem gotas de chuva,
divago,
divago,
Ana minha linda acacia,
saudades de tua essência,
dos teus beijos,
mas a chuva ainda cai lá fora,
noite adentro.

A vigem

Há quatro anos atrás, acordei cedo, estava em Natal e tinha tomado uma decisão muito importante na vida. Dormi na casa de meu grande amigo Robério. Acordei, tomei o café, li um pouco do livro que ele me deu, mas não consegui me concentrar, estava muito ansioso. Seria aquele dia meu primeiro voo de avião. Deixaria toda a rotina construída naquela cidade por seis anos de ouro, foi alie que construí quase tudo que penso, fora naquela cidade que me dediquei com muito afinco aos estudos, a amizade e a solidão. Foram aqueles dias monótonos, aquelas ruas de pedra da universidade, aquela areia solta das dunas, aquele sol escaldante junto com aquelas pessoas que aprendi a ver o mundo de outra forma. Foi ali que vivi minha maior paixão a botânica. Alí, estava próximo aos meus pais e qualquer coisa bastava quatro horas e estava no seio, em casa de meus pais. Sei que estava muito ansioso pelo novo mundo que viria. Minha mente estava muito aberta.
tomei meu último banho lá, minha mente ainda estava preso a rotina. Quando então chegou a hora.
Despedi-me de dona Raimunda, das Rocas, de Petrópolis, de Lagoa Nova, da UFRN, de Satélite, de Natal. Tudo aquilo estava ficando para trás. Então chegamos no aeroporto, fiz o chec in, o tempo passou. A hora mais triste, abracei o Robério, a Dani, a Rosali e Antoniela. Emocionado em lágrimas entrei por aquela porta, meus amigos sumiram. Então entrei no avião que logo decolou, quando comecei a ver Natal sumir, chorei e como chorei de emoção, de tristeza? Larguei meu mundo, tentei sofrer menos esquecendo as memórias. Mas nem sempre consigo, vez por outra como uma garrafa na praia vem as boas memórias, sim, pois só guardei as boas memórias, deletei as ruins. E hoje quatro anos depois, posso avaliar como foi essa viagem. Sei que muito aprendi, muita gente conheci, estabeleci uma vez na capital e outra em Campinas não foi fácil, mas também não foi difícil. Suportei com dignidade as dificuldades. A vida está muito boa, não gosto muito porque sei que quando os ventos vão bem, logo aparece a tempestade.
Hoje estou reflexivo.
Deixei tudo pra trás sigo em frente cabeça erguida.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh