Quando era pequeno na época que morava com meus pais, antes de ir para a escora, acho que tinha uns cinco ou seis anos. O mundo era tão grande, belo e gostoso. Passava o dia a brincar em casa ou com os meninos mais jovens da vizinhança. Naquele tempo no pequeno povoando onde moravamos não tinha eletricidade, tudo era simples. As noites era alumiadas por lamparina. Quase todas as noites saiamos para a casa dos vizinhos. As famosas boca de noite onde ouvíamos aquelas estórias interessantes. Uma das casas que meus pais gostavam de ir era na casa de seu Chico Franco. A casa de seu Chico era junto com a casa da sua filha Dezu. Seu Chico era um senhor cheio de conversas, um dos velhos que eu primeiro conheci. Ele era casado com dona Maria uma senhora de voz calma, pausada as vezes arrastada. Creio que com o tempo os hábitos do marido impregna na mulher, porque a voz dela era pausada como a do marido. Enfim gostava da casa de seu por causa das estórias. Ele da época antiga ficava sentado numa rede ficava sentado como quem anda a cavalo. Sempre saia um cafezinho eu era viciado em café. Ficava olhando sempre pra porta achava interessante aquela porta, uma porta grande, no interior as portas eram divididas em duas partes sendo que a de baixo ficava fechada e a de cima aberta para o vento entrar ou a luz, mas enfim gostava da porta porque era riscada de forma geométrica a formar vários quadrados. Ficava olhando aquilo e formando imagens. A noite lá iamos nós meu pai, minha mãe e minhas três irmãs, meu irmão mais velho já começava a sair sozinho, eu morria de medo do escuro, fazer bocas de noites. Bem nós também recebíamos boca de noite, principalmente de Heleno casado com Maria minha prima, mas confesso que papai gostava mesmo era de sair de casa. Ah bem como não tinha luz ficamos fitando a luz da lamparina, um objeto de flande onde coloca-se querosene com um pavio de algodão, que ao queimar formava uma luz amarela e solta uma fumaça preta. Bem morava com seu Chico o filho mais novo Jesiel, vulgo Geso, baixo usava barba, um torcedor louco pelo flamengo. Bem certo dia Jeso comprou uma bateria de carro e instalou um conjunto de luz incandescente, luzes pequenas umas quatro ou cinco. Confesso que nunca tinha visto tal objeto e tal luz maravilhosa que clareava mais que dez lamparinas, fiquei encantado, maravilhado com aquilo. Vou abrir um parênteses, bem lá em casa tinha sim uma lâmpada a gás, era um objeto muito valioso, pois ilumiava muito. Mas aquelas lâmpadas me encantava, dai quase toda noite pedia pra ir lá pra seu Chico. Ouvia as histórias quando voltava pra casa voltava no tuntun de papai, antes de dormir mamãe cobria agente e me sentia seguro, feliz cheio daquelas conversas.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
domingo, 10 de outubro de 2010
lmebraças
Primeira TV que eu vi.
Desuita filha casada com Lolo, de Chico Franco tinha uma filha que teve vítima de paralisia infântil, esta menina nascera perfeita, corria era uma menina como todas as outras, o maldito vírus paralisou-a numa cadeira, filha única. Bem o fato que para amenisar a solidão e o olhar triste de Regane, seus pais compraram uma Tv a bateria, não lembro qual foi o primeiro dia que vi aquele objeto, mas lembro do objeto uma philco. O fato é que aquela tv trousse vida para a casa deles pois em Serrinha ninguém tinha comprado uma tv ainda, esta seria a primeira tv, lembro que a sala ficava cheia, lotadinha moleques sentados na sala, nas janelas e Rejane na melhor cadeira, aquela cadeira legal que tinha rodas, coisa que eu achava quando era criança. Era uma sensação quando acabava a novela as pessoas se iam e ficavam só os adultos, Rejane ficava ali e logo se aninhava e ia dormir. Essa semana liguei para meu pai que me falou muito triste da morte de Desu, senti uma tristeza muito profunda por tal má notícia, sei que todo o povo de nossa comunidade sentiu muito, pois essa mulher era extremamente dedicada a filha, a casa e ao marido. Partiu e deixa muita saudades e boas lembranças. Pensei muito sobre a morte e sobre a vida. Vida efêmera vida.
sábado, 9 de outubro de 2010
Fim de calmaria
A calmaria passa,
o dia esfria,
leve vento infla a vela,
há um deslocamento.
A tarde de cinza,
o frio no silêncio vazio.
barco
Um barco a deriva,
na calmaria,
um barco a deriva,
sol, dia azul.
ausência de movimento,
exceto a luz,
nada acontece,
uma calmaria.
o barco no espaço estático.
A árvore
Sempre estática a árvore se impõe forte, sábia e imponente.
No meio do pátio cresce a árvore um ser que de movimento tem apenas o crescimento ou o abuso do vento.
Sob o sol, lua, chuva e estiagem a árvore permanece estática de pé.
Com seu tronco robusto, suas folhas e flores tênues eis um ser.
Que se constrói dia a dia.
Se surge uma praga de insetos ou lagartas que devoram suas folhas, suas flores prejudica-lhes por inteiro, nem por isso esta reclama, passiva espera a bonança.
Estática permanece a árvore, paciente sobrevive e se torna mais imponente.
É o destino da árvore ser imponente desde que resista as diversidades.
E se conclama magestosa florida na primavera.
E se conclama cansada no outono,
mas resiste porque já que nasceu,
já que surgiu,
viver é o que lhes resta,
existir o que lhes projeta.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
A ilusão
Ouço Schumann,
estou em casa só, tenho três luzes acesas a da sala e duas do meu quarto, mas como dizia a música que ouço, soada a violino. Tem uma melodia tão sutil, algo difícil de descrever.
A sensação que tenho é de solidão. Tal som invade minha alma. No meu silêncio permaneço.
Sentado olhando para o vazio do meu quarto, vazio de meu pensamento, minha total ausência como ser. Parece que nada sei, nada sou.
Sabe quando ficamos vazios. Mas é um vazio de um ser finito.
Contando o tempo, aguardando algo acho que talvez seja agarrar uma ilusão.
O esaravelho
Fim da noite, estava escovando os dentes já tinha apagado a luz do quarto, só estava acesa a luz da escrivaninha. Quando ouvi o som do vôo de um grande escaravelho. Voava em espiral naquele cenário semi-escuro e amplo do quarto. Indaguei-me de onde veio aquele inseto enorme se a janela e a porta estavam serradas. Acendi a luz, então ele pousou desengonçado sobre minha escrivaninha. Peguei dois papéis e consegui colocá-lo sobre estes. Marcelinho que já estava deitado levantou, pedi pra ele abrir a janela pra libertar aquele ser, mas ele gritou que queria tirar uma foto. Bem mas o inseto mais pareceu uma modelo pousando para playboy com tantos fleshes disparados pelo Marcelo, aproveitei para tirar umas também. Fiquei surpreso pois percebi que o escaravelho ficou ali estático, talvez fingia está morto ou parecia ipnotisado ou me encarava fixamente. Estático, enquanto era fotografado. Aquele inseto que foge as leis da física teima e consegue voar. Aquela carapaça negra, brilhante, por vezes furtava a cor, difratando a luz. Suas patas fortes. Belíssimo. Falei será presságio? Não! Os indianos acreditam que podemos reencarnar em formas de vida inferiores. Seria alguém que já conheci? Bem o Marcelinho fez um book daquele ser que ganhou destaque. Antes de dormir li um pouco e fui dormir com a ideia da presença do inseto em meu quarto. Que veio ele me dizer? Muitas vezes teimamos em crer nas ideias que ouvimos na infância, o obscuro.
Noite do Escaravelho.
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Quem me cobra
Viver sob pressão essa é a impressão que passa em minha mente. Parece que tem sempre alguém me cobrando algo. Acho que sempre quem mais exige de mim, sou eu mesmo que maluco, podes pensar, mas eu quem sou meu maior crítico. Nada que faço fica bom, pior que nada fica bom mesmo. Sou daqueles malucos que se impressiona com qualquer coisa. Interessa-me a estética seja ela qual for física, intelectual ou dialética. Num mundo cheio de vida, de informações como fazer para não sucumbir... Perco meu tempo precioso. Que fazer com tanta informação. Tenho que focar meus trabalhos, mas como fazer isso? Acho que enquanto não achar uma solução que seja coragem para trabalhar muito continuarei com essa sensação. Certo dia quando morava na roça campinavamos papai e eu, a lavoura estava bonita, mas não chovia a uma semana. Eu ali com uma preguiça, mas ao mesmo tempo gostando do trabalho comentei com papai que poderiamos esperar chuver e então seria mais fácil o trabalho. Sabiamente ele falou não deixe pra fazer o que pode fazer hoje pra fazer amanhã. No mesmo dia a noite caiu uma chuva. Dormi tranquilo naquele dia.
meu RA
Acordei vi no mundo hoje mais cores, mais beleza.
Peguei minha bicicleta e fui pedalar.
O friozinho da manhã chega a provocar piloereção.
Tendo sempre a frente o verde e o colorido das árvores.
O céu pintado de amarelo pelos sol, mas manchado com as nuvens.
Vi um pé de ipê amarelo em frutos,
parei pra tirar uma foto.
Só que junto com minha câmera tirei minha carteirinha.
Que ficou lá.
alguém passou e levou meu ra.
Que dia lindo,
mas à tarde estou sem meu RA.
Acordei com o pé esquerdo.
a mente bagunçada.
chuva
A chuva cai escorre pelas calçadas rua a baixo.
As ruas são lavadas, limpas desenpoeiradas.
As plantas sorriem para a chuva,
as aves se calam.
A natureza para e contempla o banho da chuva.
argila fica tão lisa.
A chuva da vida a matéria.
A água é vida.
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