segunda-feira, 26 de maio de 2025

Memórias

 A memória eterniza o tempo.

Acordei desejando, só se deseja o que se imagina ou se vive, comer aquela tapioca que mamãe fazia só com nata. O amor que  ela colocava em não resistir e fazê-la com carinho. Aquela tapioca branca e amarelada com a gordura da nata. Aquele café quente com leite morno da vaca careta. Aquela voz terna, aquela casa amarela. Papai tirando mamãe de tempo nos fazendo rir e irritando-a.

O sol esquentando a areia quente a burra amarrada na Pinheira e tio Aldo bradando suas conversas bonitas. O fogão de lenha com o fogo dançando, as galinhas no terreiro passando. Nós assanhados, ouvindo atentos a conversa gostosa. Mastigando e salivando a tapioca deliciosa, com nata salgada, salgadinha, ouvindo tio Aldo contar histórias que não lembro mais. Um gole de café com leite nos despertando. Alma feliz e cheia de esperança de que tudo ia melhorar. Outro dia, era tio João, outro dia tio Itamar, outro dia no fusquinha tio Dedé e até Zé Vieira aparecia.

Assim foi! E não é mais. Tudo só acontece uma vez e por isso é raro e por isso é valioso. Cada um com sua história.

Ah uma tapioca com nata e café com leite da vaca careta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A chuva

 A chuva chegou, Nem parecia que ia chover. Mas ela chegou  E cantou com a mata. Tão sonoro ouvir Frases escritas por Pessoa... A chuva chov...

Gogh

Gogh