Passeando neste sertão
Vendo na estrada a marca da gente,
As casas vazias e abandonadas,
O lixo e a sujeira
Por gente ali deixada,
Desmatamentos,
Queimadas,
Barreiras rompidas,
Solo nu...
Que tristeza,
Que tristeza.
Salma a alma boa,
Aquela pessoa
Que ali habita,
Resistente do ir e vir
Ah plantas ali cultivada,
Os terreiros limpinhos,
O olhar cansado,
Aposentado,
O sertão está morrendo,
O sertão está morrendo,
Abandonado.
O sertão morre em abstração,
Só restam memórias e afeto dos que ainda estão vivos, contando os dias de morte,
O sertão está morrendo,
Sertanejo se modernizou,
Para a cidade mudou.
Sem sertanejo raiz,
Tudo fica por um triz.
Sem afeto sem apego,
Por quem vamos esperar...
Só resta exploração,
O riacho perde sua gordura de areia,
Garganta funda,
Cavada por retroescavadeira,
E caçamba a carregar,
A mata queimada,
Retirada e ocupada por usina solar,
O solo desnutrido daquela que a protegia a vegetação,
Parques de ilusão.
Todo mundo, tanta pressa, tanta pressão,
Está morrendo o sertão.
29-12-24
Nenhum comentário:
Postar um comentário