Hoje, especialmente hoje,
Nada aconteceu de magnífico.
Simplesmente está acontecendo...
Momentos se sucedem.
Aqui,
Mas logo a se movimentar.
A concepção de mundo é subjetiva, sendo a experiência sua fonte capital. O mundo é representação. Então, não basta entender o processo aparentemente linear impressão, percepção e o entendimento das figuras da consciência. É preciso viver, agir e por vezes refletir e assim conhecer ao mundo e principalmente a si mesmo. Aprender a pensar!
Hoje, especialmente hoje,
Nada aconteceu de magnífico.
Simplesmente está acontecendo...
Momentos se sucedem.
Aqui,
Mas logo a se movimentar.
A nossa alma é sensível,
Algumas coisas tocam-na profundamente,
Uma comida, um cheiro,
Uma paisagem,
Um abraço,
Uma pintura,
Um carinho,
A nossa alma
É a alma do amor,
Pois só no amor
A alma é plena,
Só o amor é capaz de alimentar a alma,
Amor é doação,
Amor é doação,
Amor é sentir que a outra alma é mais importante que a sua alma.
Só ama quem é capaz de querer que a outra alma seja plena.
A alma.
O espírito.
O que é isso?
Será a consciência.
Será o ego.
🪷
Sinto que algo sensível em mim quer me dizer algo.
Não estou conseguindo captar a mensagem,
Não estou com ferramentas para entender.
Entretanto estou sensível.
Como uma intuição de que algo vai acontecer.
As vezes a gente até acredita em presságio.
Será isso.
Manhã cedinho ao me arrumar para sair para o trabalho. Por acaso ao entrar no quarto de hospedes algo me fez lembrar dos dois últimos anos. Como era grande o nosso apartamento. Eu, a mamãe do Vinícius e o Vinícius. Éramos eu e ela. O Vinícius dormia em sua inconsciência total. Eu me divertia criando universos indo de lá pra cá nos quartos. Cantando, voando, usando malas de carrinho, usando carrinho, mirando pela janela o mundo pandêmico lá fora. As coisas eram tão mais simples e pareciam tão complicadas. Era atenção exclusiva. No silêncio tínhamos apenas os risos de Vinicius. A gente sempre falava com a vovó. A gente ia se virando. Muito felizes com cada momento. Foram surgindo novos movimentos, novos balbucios... vieram as palavras, as ações. Meu Deus... Nunca vivemos a vidão tão intensamente no presente. Tanta coisa vivida. Agora exaustos. Temos um novo membro na cada com vontades, com fala e com ação... Como é grande o nosso amor por esse presente de Deus... Nosso companheiro de viagem, de campo, de mata, de bica, de shops. De vida.
Fiquei emocionado.
Foi bom e é bom.
Te amo Quinquinho.
Na manhã tenho minha maior potência de vida.
Reafirmo a cada manhã o meu amor pela vida.
Embora, estejamos ou devemos preparados para a partida.
Tenho olhado muito para uma foto.
Nela estão meus pais e meus sobrinhos.
A luz é linda.
Estão todos sérios.
Só uma mostra um riso.
Porque?
Quem sabe.
Era tarde.
Ano 2017 que por horas vai se distanciando do presente.
Esse movimento incessante.
Olho e penso. Tudo é tão passageiro.
Foi real.
A realidade é um fio.
Um fio do devir.
Como a linha do horizonte que separa o céu do mar.
Assim separa o presente do passado e do futuro.
O espaço está ai.
O tempo se foi.
A casa limpa para receber os filhos.
A condição de saúde de mamãe.
Bom. Agora, faz seis anos desta foto.
E continuo pensando na vida.
Sob outra ótica.
Diferente de 2011.
Diferente do amanhã.
Nem sei porque escrever.
Para materializar o que estou sentindo.
Tenho olhado muito para essa foto.
Tenho certezas que nunca tive.
Nem talvez nunca terei.
Porque meu pensamento muda o tempo inteiro.
Talvez tentado me ver.
Eu que estava do lado oposto da câmera.
Talvez soubesse que essa imagem serviria para a posteridade.
Tenho certeza que sim.
Senão haveria riso.
Há dias venho me encarando no espelho.
Os quarenta, a partida de meus pais,
A chegada de meu filho.
Tantas sensações,
Tantos sentimentos,
Quanta dor e quanta alegria.
Sabe tenho percebido nessas encaradas,
O quanto tenho envelhecido.
Minha face erodida, mais ossuda,
Mais pelancuda.
Vejo! Que algumas marcas não tem como mudar.
A gente só pode aceitar.
Aceitei a calvície,
Aceitei as pálpebras caídas...
Aceitei a dor da partida de meus pais,
Aceitei a chegada de meu filho.
Aceitei...
Mas a vida é dura. Pense.
Dias a gente acorda e pensa.
Vou conseguir.
Aceitei a cristo e sua filosofia univérsica do amor,
No meu cotidiano.
Olho-me no espelho.
Encaro-me.
Fecho os olhos.
Respiro e inspiro.
Parece que vivi séculos.
Tudo isso só faz sentido se me aceitar como sou.
Um humano, um mortal que envelhece e que morre,
Mas antes que aprende com a experiência
E que aprende com a reflexão,
E que aprende com o amor.
Minha face erodida,
Meu corpo secando.
Então me encaro ao espelho.
E penso, apesar de tudo.
A vida vale a pena ser vivida.
Manhã de sol e céu azul,
Ainda dá para sentir o frio da noite.
A mata calma.
Os pássaros cantando,
Patativas, roxinois e roulinhas.
Tirites, sanhaçus...
Os papagaios voam aos montes.
Que delícia.
Opa! um sabiá.
Encher os pulmões de ar e o odor da natureza,
Da mata enxombrada.
Chove!
Chove intermitentemente,
Desde a madrugada de hoje,
Sexta-feira,
Sete de julho de dois mil e vinte e três.
Acordei por volta das quatro horas da manhã e e chovia,
Agora oito horas e continua chovendo.
E chovendo forte.
Trouxe até uma vela,
Porque preciso da luz do sol.
A vela tem o pavio de algodão e a cera de carnaúba.
Gordura e fibra vegetal que alimentam o fogo.
A chuva chovendo é tão harmônico.
Desde ontem chove.
Ouvir a chuva me faz sentir bem.
Tenho bons sentimentos pela chuva.
Sou de nascença de um lugar que a chuva é restrita a meses,
Onde pode chover muito ou pouco.
Bem,
Como chuva é água e água é vida.
Ali a chuva era sempre bem vinda
A qualquer horário.
A gente se reunia na cozinha para ver e ouvir a chuva.
Tudo era muito natural.
A gente não tinha nenhuma tecnologia
Além do fogo e do amor.
A lenha queimando silenciosa,
Alumiando a cozinha e cozendo o xerém.
Papai e mamãe com suas memórias sendo expressas em palavras.
A gente feliz e ao mesmo tempo receosos com o trovão e os relâmpagos.
A chuva as vezes extravasava a valeta na frente,
Papai ia concertar, senão ia acabar o terreiro de mamãe.
A chuva passava e a gente feliz,
Comia xerém com leite, ou xerém com toucinho.
É as vezes me perco quando pretendo escrever algo, mas não queria perder o fio do pensamento.
Como sou feliz.
Antes de trabalhar porque não agradecer!
Obrigado por tudo,
Pela vida,
Pelo ser,
Pela mente,
Pela consciência,
Pelo mundo.
Tenho feito um esforço imenso.
Mas atoa.
Entender a vida é isso.
Um nada.
Movimentos peristálticos.
Movimentos.
Sai o sol,
Some o sol.
Vento frio no lombo,
No lombo de Pessoense
Acostumado ao calor,
Ao céu azul.
Os passarinhos não reclamam.
Também vive emplumados
E não precisam tomar banho.
Frio,
Sombras da noite,
Aurora.
A corruíra canta.
Aos poucos a manhã chega,
Enchendo o mundo de luz e cores.
Os pássaros que cantam agora,
Sendo os grilos silenciados pela luz.
Terminaram seu turno.
Assim como os morcegos.
Vamos começar o nosso.
Que julho seja pleno.
Minha casa meu eterno lar. Aqui aprendi a andar, a falar, a brincar.
Aqui onde passei metade da minha vida com a mamãe e o papai.
Sob esse teto, entre essas paredes.
Ouvi a chuva chovendo e me enchendo de alegria.
Ouvi sanhaços, periquito e papacebo cantar.
Através dessas janelas contemplei tanta coisa.
Na nossa cozinha que nós alimentarmos tantas vezes e rimos e brincamos.
Aqui vivemos,
Aqui escolhermos o lugar para viver.
Agora é tão silenciosa e vazia.
Coisas de Deus... Coisas da vida. Onde tudo isso se passou bem.
19.06.23 S.Pintos
Algo etéreo aqui
A luz se dissolvendo nas sombras.
O silêncio das aves.
O canto dos grilos.
A natureza estática como
Um espelho.
A palma imersa na rama.
As folhas do coqueiro cristalina.
O céu nublado,
O vento frio chegando
E impressionando.
Algo espiritual querendo falar através de mim.
O ocaso.
Intuição.
Algo eterno em mim querendo se expressar.
Pingos de chuva.
Aquela presença viva de mamãe.
Aquela presença viva de mamãe.
O que é a realidade.
O que é o abstrato.
A ausência está aí.
Na ausência.
A realidade de tudo é o agora.
A realidade de tudo é o agora.
A realidade de tudo é o aqui.
Só agora.
Nestas palavras,
Nestes signos.
Tudo é eterno dentro de uma memória.
Tudo veio a ser e deixou de ser.
Aqui e agora.
O cheiro da chuva de junho.
22.06.2023 S.Pintos
É madrugada,
Estamos em Serrinha
Na casa de mamãe e de papai.
São 4:20h.
Faz frio, estou tão pleno
Sob o meu cobertor.
No quarto onde dormia na infância, o do meio.
Mamãe dormia no da esquerda e Rosângela e Begue no da direita.
O meu era dividido com Li.
Tudo é silêncio e sombras da madrugada.
Os grilos cantam.
Sinto vontade de registrar.
Assim concluo.
Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...