segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Gosto de açúcar

 Mais um ano chegando ao fim.

Fiz 43 anos, acho que quando faz mais de quarenta a gente pensa mais na vida.

No que passou.

Acho que pensamos mais no que passamos que no que iremos passar.

As metas são outras.

Quanta fluxo temporal passou,

Tantos dias, tantas noites.

Coisas esperadas aconteceram, mas nunca de maneira imaginada.

Não poderia imaginar jamais como meus pais iriam partir,

Com quem iria me casar,

Como seria o meu filho.

A realidade se apresentando no calor do acontecimento.

Na verdade, tenho medo de deixar a vida.

Tenho medo de morrer.

E deixar quem precisa de mim ao relento.

Mas isso não depende de mim.

Estou rezando mais que nunca.

Tenho mais medo que nunca tive.

A vida se mostra que é o que é.

A vida é o que é.

E não dá para sonhar com coisa melhor ou pior.

São 43 anos.

Antes o ânimo de ganhar um presente, de realizar um sonho já me deixava feliz.

Agora não sei...

Já experimentei do que é bom e do que é ruim de forma moderada,

Nunca aos extremos.

Meu filho fez representações de aranhas hoje, vimos uma sábado.

É muito legal isso.

As vezes acordo,

Acendo uma vela e rezo...

Tenho que aprender a me desapegar desse mundo,

Porque tudo aqui é ilusão...

Exceto o gosto de açúcar...


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