sexta-feira, 22 de abril de 2022

Ver o som

 Às vezes, vejo com os ouvidos.

Eu vejo as aves em seu canto.

Ver as aves com o canto é magnífico,

É preciso!

Ver as aves por seu canto leva tempo...

Tem que aprender a escutar para se ver bem.

Só se escuta bem no silêncio.

Só se escuta bem na paz.

Só se escuta bem quando se busca ouvir o nada.

Contemplar...

No vazio da tarde.

Sabe as vezes a gente aprende a ver com os ouvidos.

Por acaso...

A percepção se dar por acaso.

Naquele cansaço faqueiro,

Um som perturba sua ouça.

Do nada você é perturbado.

E você ver.

E você reconhece um som que passava desapercebido.

Quando se está acostumado a ouvir cantos,

O diferente nos espanta.

Certa vez me espantou o canto de uma ave na madrugada...

Outra vez no fim de tarde.

A gente distingue por exemplo voo de magangá, voo de cavalo do cão, de barata de coqueiro.

A gente ver morcegos no escuro, feito morcego a se orientar.

A gente acaba se apegando a vida...

Porque a gente sabe que nela pode conhecer.

Ver com os ouvidos.

As vezes a gente ama nosso lugarzinho porque vemos de tudo.

A gente é assim...

Mas precisamos sempre de mais, para não morrer de cérebro acomodado.

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