sexta-feira, 29 de abril de 2022

Questões

 Alguns pensamentos tem me assustado ultimamente.

É que certezas viraram realidade.

Potência se transformou em ato.

Perdi meus pais.

O inimaginável se fez e desfez.

Quem sou eu passou a ser mais profundo.

Muito mais.

Sou além da matéria?

Sou energia pura e simplesmente.

O kaos e o cosmos me compõe?

Representações

 Quem sou eu?

Não sei.

Talvez saiba o que não sou.

De onde vim e para onde vou?

Porque ninguém sabe o que é.

Porque se imagina que se é o que se é.

Que se veio de onde veio.

Até pode ser,

Mas como compreender?

Acho que estou aqui é procrasatinando.

Thcau?

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Doces lembranças

 Não me acostumei a usar o passado quando falo de mamãe.

Doí muito.

Mas agora a noite vivi um momento tão nosso.

Uma coisa que mamãe sabia fazer era um bom doce.

Qualquer doce que mamãe fizesse ficava gostoso.

No nosso sítio tinha fruteiras cujos frutos usávamos para fazer doce.

Goiaba, mamão e caju.

O doce de caju era sua especialidade.

Era uma mão na roda para ela.

Antes do almoço tirava as extremidades do caju

E colocava no fogo, 

Tirava um cochilo e quando acordava o caju está quase cozido.

Depois mexia até cozinhar ficando vermelho acaju.

Botava o açúcar e cozinhava mais.

E logo estava deliciosamente pronto.

Roberto meu irmão, agora na páscoa fez o que papai sempre fazia para nós.

Uma caixa de guloseimas.

Um queijo, doce de mamão, de leite e de caju...

O de mamão me faz lembrar papai, vovó Chico,

O de caju mamãe amada.

Doces lembranças mamãe.

Doces lembranças.

Ninho de formiga

O tempo passa,
Isso é fato.
A gente fica entretido com a vida
E nem percebemos quanto passa rápido.
Às vezes, cremos está no domínio das situações.
Às vezes, temos um momento de lucidez,
É pena que nessa lucidez está no nosso mais baixo potencial de ação.
Nada disso importa.
Nem sei o que importa.
Pontuo aqui esse texto para não me esquecer que até nos dias tristes o tempo não para.
Até nos dias tristes.
Talvez estejamos mirando para o céu azul.
Vendo a realidade em um único plano.
Sem sequer um horizonte como avistamos no mar.
Que por sua vez fica num único plano.
Trabalho insano...
Todavia é preciso ser formiga as vezes.
Cavar bem fundo e fazer um ninho 
Delimitado por um circulo de grãos 
Feito no esforço hercúleo e incessante,
Até que uma criança pisa.
Fim.

domingo, 24 de abril de 2022

Tarde de domingo

 Tarde de domingo,

Há tanto me faz pensar na vida.

Há tanto sedes um espelho do céu

Que a gente olha o infinito e ver apenas um plano.

Temos noção, mas não temos dimensão que tudo está ai.

A vida e seus limites.

Os dias que nos são  dados,

São todos eles contados,

Inclusive dias de domingo.

Pensar aqui é está doente dos olhos como dizia Pessoa.

Resta a saudade de mamãe e de papai,

Sobra a alegria de Vinícius meu talismã.

Bem ele não me deixa mais pensar,

Me chama pra brincar.

Tchau.

sexta-feira, 22 de abril de 2022

Ver o som

 Às vezes, vejo com os ouvidos.

Eu vejo as aves em seu canto.

Ver as aves com o canto é magnífico,

É preciso!

Ver as aves por seu canto leva tempo...

Tem que aprender a escutar para se ver bem.

Só se escuta bem no silêncio.

Só se escuta bem na paz.

Só se escuta bem quando se busca ouvir o nada.

Contemplar...

No vazio da tarde.

Sabe as vezes a gente aprende a ver com os ouvidos.

Por acaso...

A percepção se dar por acaso.

Naquele cansaço faqueiro,

Um som perturba sua ouça.

Do nada você é perturbado.

E você ver.

E você reconhece um som que passava desapercebido.

Quando se está acostumado a ouvir cantos,

O diferente nos espanta.

Certa vez me espantou o canto de uma ave na madrugada...

Outra vez no fim de tarde.

A gente distingue por exemplo voo de magangá, voo de cavalo do cão, de barata de coqueiro.

A gente ver morcegos no escuro, feito morcego a se orientar.

A gente acaba se apegando a vida...

Porque a gente sabe que nela pode conhecer.

Ver com os ouvidos.

As vezes a gente ama nosso lugarzinho porque vemos de tudo.

A gente é assim...

Mas precisamos sempre de mais, para não morrer de cérebro acomodado.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Pessoa e o pensar

"Pensar é está doente dos olhos" F. Pessoa.

Tanta coisa a ser pensada.

Tanta coisa a ser vivida.

A coisa se perde no sujeito.

Coisa não tem forma como uma mente.

Tudo se trata de energia.

As palavras são representações que dão sentido a vida...

As palavras são elementos que alimentam o pensamento.

A gente vai consumindo abstração,

Vai se acostumando com a linguagem.

Vai se acostumando o que cremos ser a realidade.

Esse misto de imaginação com o concreto.

A gente na maior parte das vezes se esquece que somos meros seres vivos.

Há quem acredite que o homem não é um animal.

Em crença  não se mexe. É um elemento psicossocial.

Sabe lá o que!

Essa abstração fruto da experiência

Que é a substância do saber.

O que é o saber?

Senão um dos frutos do pensar.

Pensar é estar doente dos olhos.

Acho que isso está presente no tao te ting.

No primeiro poema...

Ou não... Talvez.

Aos quarenta a gente começa a repetir os pensamentos.

Tenta digerir o que lemos.

A gente tenta digerir experiências catárticas como a morte!

A morte nos apresenta como real.

E como não pensar?

Como não ficar doente dos olhos.

Sei lá...

Pessoa dizia que Navegar é preciso

Que viver não é preciso.

Quanta coisa enigmática numa cabeça fabulosa.

Uma tempestade humana.

Será se ele leu Nietzsche?

Não sei.

Sei que a Kant sim...

E pensou... Como pensou.

Acho que era o mais doente de todos os homens.

Páscoa

Nesta páscoa, fui passar em casa, porém foi diferente de todas as outras.
Não havia papai e nem mamãe. Foi duro! Foi dolorido! Foi triste.
No dia que cheguei fui ao cemitério visitar o túmulo.
No túmulo chorei... Chorei como nunca.
Meu peito batia acelerado,
Meu coração parecia que ia explodir.
Ah!
Saudades sem definição.
Dor intensa...
Acendi três incensos!
Rezei...
Rezei...
O céu azul!
As paredes brancas.
A cajarana frutificada.
A paz reinava ali.
Duro lugar...
Duro lugar...
Quantas tristes despedidas ali se passaram.
Nossas famílias, ali dormindo.
O jasmim alvo e perfumado floresce impávido.
O tempo e o cemitério consumindo gerações.
Novo tempo surgindo.
Li e Roberto, meus irmãos ali continuam.
Vivemos uma outra páscoa.
E virão outras...
Esta foi especialmente triste.
Especialmente triste.
Vinícius meu bebe que não entendo muita coisa adorou.
Catou acerola para as galinhas,
Brincou com scherlock...
Contemplou a shaquira,
Conheceu um jumento, um jabuti, uma caranguejeira.
Muitas sinapses.
Viu quatro dinossauros de cipó.
Ficou feliz demais.
Assim se foi.
Os anos vão os anos vem...
Aos vivos significado sempre aparece.
Aos mortos...
São fatos históricos.
São nosso amor eterno.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

Ideia

 Tudo aqui é passageiro,

Tudo aqui é ilusão.

A existência requer tempo, espaço e matéria.

A matéria é extensão consequência do tempo e do espaço.

Tudo ser tem duração longa ou curta.

Passagem.

Se é, um dia deixará de ser.

Ilusão.

Só a ideia é eterna.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Suspiro

 A chuva começou a cair,

E veio de mansinho,

Pingo a pingo suave,

Tocava a terra e sumia,

Tocava as folhas que caiam

Caiam amarelas.

Que belas;

Logo parou.

Foi um suspiro divino?

A plantas tem seus ramos imóveis.

Lua crescente,

Em noite nublada não se vê.

É preciso luz.

É preciso luz.

quarta-feira, 6 de abril de 2022

O silêncio da manhã

 O silêncio da manhã.

Certas manhãs são silenciosas.

A gente chega ouvir seu silêncio.

O silêncio que está no céu

Que não está azul, mas nublado.

O vendo não veio.

As árvores estão em silêncio,

Ramos, galhos e frutos calados.

A gente ouve algumas o canto de sanhaçus coqueiro,

As hélices do ventilador,

O barulho do computador,

E da lâmpada.

O silêncio está por toda parte.

Dizem que com concentração e habilidade

Se ouve até o pulsar do coração,

O sangue correndo pelas veias.

Plasmado no espelho,

Reflito a refletir.

Neste momento, não sei o que sou.

Apenas tento ouvir a manhã.

Sinto cede!

Ouço um pio de sabiar

Repentinamente fugo do mundo...

Então o silêncio desaparece.

domingo, 3 de abril de 2022

Cosmos

 Aqui e agora.

Chove lá fora.

Portas e janelas fechadas.

O som da chuva chovendo.

Marcando o compasso do tempo.

Que coisa mais efêmera que a chuva.

Um dia...

Uma poesia.

sábado, 2 de abril de 2022

Esquecido

 Aqui estou!

Sábado.

Aqui permaneço mais um pouco.

A um ano tinha minha mãe.

Há dois anos minha mãe e meu pai.

Aqui estou,

Aqui permaneço.

Não sei quanto tempo.

Passado e futuro margeiam o presente.

Papai e mamãe que me conceberam,

Me geraram me criaram.

Partiram.

Viveram suas vidas.

Seguir é o que me resta.

Sábados existiram com meus avós,

Se fizeram neles e nos meus pais.

Agora é uma representação minha.

Minha vontade de perpetuar suas existências aqui expressando.

Papai, Francisco Raimundo de Queiroz,

Mamãe, Francisca de Assis Teixeira.

Por laços de matrimônio se casaram por toda a vida.

Por toda a vida.

Até o último dia de suas vidas.

E aqui estou.

E aqui estou.

Mais um sábado.

Rico em memória...

As historietas de papai...

O intenso amor no olhar de mamãe.

Nunca esquecerei de seus momentos de oração.

Até que eu seja esquecido.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Para sempre

 Dia 1 de abril,

Dia da mentira,

Como mamãe gostava de brincar nesse dia.

Sempre fazia uma brincadeira com alguém.

Coisas que ficam para sempre.

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh