sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Reflexão


Hoje, sexta-feia, 30 de novembro de 2018, acordei cedo, ainda era madrugada e sai para caminhar.

No início do trajeto me veio uma doce memória da infância. Lembrei que mamãe sempre me levava com ela para a rua que era como chamávamos a cidade de Martins. Não sei se mamãe me achava danado demais para ficar em casa com minhas irmãs ou se eu gostava ou ela gostava de minha companhia. Só sei que a gente tomava um banho frio, vestia uma roupinha e então mamãe enchia um cadeirão de ovos e a gente seguia rumo a Martins. Ainda era criança e não havia estrada asfaltada ainda, então íamos caminhando ou as vezes pegávamos carona. Na rua passávamos na casa de Zalmir de tio Epídio onde tomávamos café e mamãe conversava e as vezes fumava um cigarro, depois a gente vendia os ovos e ia no centro resolver as coisas, indo no centro de saúde, as vezes entrávamos na igreja. Lembro que no pátio da igreja havia um jardim com rosas, aquele jardim me assustava não sei por que. Depois, íamos ao mercado central na feira, na budega de Chico de Possídio.

Então, voltávamos e assim se passavam as manhãs diferentes.

Naquela época Martins me impressionava pelos prédios da Escopadora de Café na entrada, pelas casas de fachadas neoclássicas como Prédio da Prefeitura, Casa de doutor Lacier, o Edifício Paz, a igreja, a praça com piso em formato de bandeira de São João...

Já achava a elite comerciante de Martins arrogante, aqueles pequenos empresários enfezados e pouco simpáticos.

Como as impressões infantis podem moldar nossa personalidade?
Sei que a pergunta é Barroca, mas hoje vejo que cada sensação, cada percepção ser para nos moldarmos como quem somos.

As primeiras verdades contadas por Dona, Lenita tiveram profundo impacto na minha percepção sobre o saber...
Lembro do dia que vi no colégio Almínio Afonço uma versão original de os Luziadas de Camões, e nem dei atenção a uma obra Master que também estava alí, me refiro ao Fausto de Goethe...
Aqueles livros fabulosos, intocáveis ao nosso saber... só sendo peça de museu. Escritos em Latim...
Quem sabe latim?
Nem imaginava eu que português é um latim vulgar...
Eu não sabia sobre tanta coisa.
O que sabia era sobre cajueiros e cajus, cirigueleiras e ciriguelas, pinheiras e pinhas...
Sabia arriar o jumento, colocar as ancoretas e ir buscar água,
Apanhar cajus e...
Ouvir conversas... Adorava as visitas de pessoas conversadeiras de conversa bonita como era com tio Aldo.
De lá pra cá aprendi tanta coisa.
Apesar das dificuldades, sinto saudades de está perto de mamãe e da família.
Porque tudo mudou, porque sempre muda e não tem como mudar...
São as leis da natureza... 
Parmênides antes de cristo, muito antes já professava.
As coisas estão em constante transformação ou seja em processo de mudança.
Ah. Mesmo adquirindo um exemplar em português dos lusiadas nunca li.
As coisas complicadas são para pessoas pacientes.

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Consciência

Esses momentos,
Efêmeros momentos,
Fugazes momentos,
Nada permanece para sempre,
Tudo muda,
É uma pena que muitas pessoas não tomem consciência disto.

Momentos

A paz está em nosso coração.
Poder olhar para o mundo com liberdade e com amor.
Poder contemplar os momentos,
Perceber as sutilezas da vida.
Tudo é passageiro,
Tudo é passagem,
Momentos,
Momentos.

terça-feira, 27 de novembro de 2018

Metamorfose

O movimento como podemos captá-lo?
Alguns movimentos são muito lentos como o crescimento de uma planta, enquanto outros são rápidos como o vôo do beija-flor. Assim, fica claro que os extremos são imperceptíveis aos nossos sentidos.
Agora como captar o movimento do tempo que assim como o crescimento de uma planta se dar de maneira extremamente lenta e por isso mesmo não chega a ser percebida.
Hoje, ao acordar tive uma lembrança ou foi uma ideia ou foi um estímulo, não sei como categorizar o que senti, mas veio-me a mente a importância da água no movimento de mudança ou de ação  para a natureza ser alterada.
Nos vinte anos que vivi no sítio, percebi o que acontecia na natureza dali. Havia e há nitidamente duas estações do ano que denominamos de inverno e verão, sendo a primeira curta e renovadora e a segunda longa e modificadora. Percebi que a água trazida pela chuva  o fator limitante é enquanto a luz do sol é o fator abundante que faz a água evaporar. Bom este ciclo de inverno e verão promove a modificação da natureza e essa natureza certamente foi por mim subjetivada. Parece que na minha mente existe apenas algo dicotômico renovador e destrutor, parece que não consegui entender o meio termo, como na natureza com duas estações aprendi a olhar sempre para os extremos que vai do ápice da insolação ao ápice da intensidade de pluvial, sem meio termo.
Parece loucura e não descarto a possibilidade de ser, porém em solo úmido a semente germina sem intuição se será verão ou um inverno. Há que germinar, há que germinar, há que brotar das gemas flores e frutos.
Mas quando acordei, na verdade lembrei que os extremos do verão do seu ápice surgia o inverno e daquilo que era seco com a chuva, tornava-se úmido, e do silêncio se fazia o canto das aves, o zunzun das asas dos insetos, o coachar dos sapos, a força da vida renovava tudo até nossa cansada esperança.

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Metafísica

O que nos encanta e o que nos amedronta?
A existência, o ser quem somos!
Algo nos espanta quando percebemos!
Percebemos que algo existe além de nós.
Percebermos que tudo é efêmero...
Tudo tem um curso que parte do início
E escorre para um fim com uma única parada.
E quando se está próximo do fim...
Quando temos mais passado que presente que futuro.
Isso nos amedronta.

Tudo

De repente um espanto!
Como a vida é bela!
Como a vida é bela!
O amanhecer,
O anoitecer,
O canto dos pássaros,
A simetria, o perfume e a cor das flores...
O vôo das aves,
A paciência das galinhas...
Tudo!

domingo, 25 de novembro de 2018

Domingo

A tarde que caiu,
A noite que chegou,
O agora que acontece
E o tempo que passa.
Então decido algo
E realizo esse algo
E nada acontece além de mim
Nessa calma dominical
Mais um dia se passa,
Uma semana se inicia e
Um mês se vai indo.
...

Ser e tempo

Tudo que é deixa de ser.
Tenho doces memórias e são tão poucas de minha infância que parecem fazer parte de um sonho.
O lugar onde vô Sinhá morava com vó José morou por tanto tempo, as Vertentes.
Os vizinhos, as cercas e os bichos todos desapareceram.
Tudo deixou de existir porque eram aquelas pessoas que eram o espírito do lugar.
Hoje nada é e o que resta são apenas memórias.
As vacas, as galinhas, as secas, o ir e vir, as conversas,
As gaitadas, o fumo, o almoço, o café,
O rádio, as notícias, a alegria, a fé...
A seca, o inverno, o sol, a chuva...
Elementos essenciais a existência.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Representações

Como percedemos o mundo de formas distintas.
As mesmas paisagens,  ruas, praças e ambientes.
O que e como vemos hoje
E como veremos amanhã...
O que nos encanta?
E o que nos marcam?
Representações. 

Bati-bravo Ouratea

 Aqui na universidade UFPB, campus I, Bem do lado do Departamento de sistemática e ecologia tem uma linda árvore com ca de sete metros. Esta...

Gogh

Gogh