Olho para o mundo inteiro pra buscar algo de mim.
Olho para as plantas, vejo as formas deduzo nomes.
Olho para o céu vejo o azul, através das nuvens
percebo sua profundidade dele, é infinito, às
vezes é preciso olhar a noite para perceber
seu tamanho, é meio estranho, pois se precisamos
da luz para ver melhor as coisas, como assim é
preciso a noite, até mesmo as verdades
são provadas de maneiras opostas.
Olho para uma rua, sei onde ela vai dar,
mas não sei quais são as possibilidades
que me permitirão se seguir sempre em
frente, talvez volte ao mesmo ponto,
mas até sei que não serei o mesmo,
o tempo, a distâncias e as coisas que viverei,
me transformarão.
Olho para uma pessoa, acho que sei algo,
acho que posso deduzir adjetivos ou conceitos
sobre tal, mas que ledo engano,
não conhecemos nem a nós mesmos,
quem dirá o outro.
Olho então para mim.
E indago quem sou? o que sou?
Qual a minha origem, confesso
que desconheço meus humores,
meu ser, me acostumei demais comigo mesmo,
com meus conceitos, com minha vida,
não pus em prática, minhas personas
que poderia ter. As vezes me acho mediocre,
acho que estou ficando quadrado.
Acho que nem eu estou me aguentando.
As pessoas também não. Acham que sou grosso,
Que fazer!
Acho que vou voltar,
Não devo mais confiar em ninguém?
Talvez sinto que como um marisco
estou me fechando cada vez mais do mundo.